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19/11/2008 - 09:12

Congresso debate energia nuclear e corte de investimentos da Petrobras

Questões ambientais, política energética e a defesa da energia nuclear por quem um dia já ‘detonou’ essa fonte de energia. Esses foram os principais destaques do segundo dia do XII Congresso Brasileiro de Energia, no dia 18 de novembro (terça-feira), no Centro de Convenções SulAmérica (Cidade Nova), Rio. O ambientalista canadense Patrick Moore, chairman da Greenspirit, afirmou que a melhor forma de se reduzir a emissão de dióxido de carbono produzido pelas térmicas movidas a combustíveis fósseis é a instalação de hidrelétricas e usinas nucleares.

A defesa é bastante polêmica, para um fundador do movimento ambientalista Greenpeace, nos anos 70. Segundo Moore, a atuação contra a geração nuclear que deu origem ao movimento verde foi motivada pelo medo dos efeitos que acidentes com usinas podem causar. “É possível mudar mitos. Com o uso de mais tecnologia, é possível reduzir impactos negativos ao meio ambiente”, afirmou o ambientalista.

Ele destacou ainda que 86% da energia produzida no mundo têm origem em usinas movidas a combustíveis fósseis (carvão, gás natural e óleo combustível, por exemplo), e questionou o uso intensivo de fontes alternativas como energia solar e eólica. No primeiro caso, o problema é que “vento não se estoca”, enquanto no segundo, a questão é o alto custo da implantação das placas solares. “Sem contar que a produção de uma placa de energia solar demanda muita energia”, acrescentou.

Outra medida para reduzir o lançamento de CO2, segundo Moore, é a eficiência energética com sustentabilidade, com simples mudanças de hábitos. Citou exemplos simples como a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes e menor uso de automóveis para transporte individual.

Política ambiental - Mais cedo, o debate ficou por conta da política energética, ainda com foco no meio ambiente. O sócio da PSR Consultoria, Mario Veiga, destacou que a maior contratação de térmicas a óleo combustível foi resultado da ausência de projetos hídricos para leilão. Segundo ele, porém, a visão de que as térmicas são as maiores emissoras de gás carbônico é relativa, já que o tempo que essas usinas operam é menor do que outras plantas, como as movidas a gás natural.

O presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Dilton da Conti Oliveira, observou que entre 2011 e 2015, 90% das hidrelétricas instaladas no país serão do tipo “fio d’água”, com reservatórios pequenos. Até 2010, usinas desse tipo representarão 59% do total instalado.

Já o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, enfatizou dados do plano energético de longo prazo, como os que indicam avanço de 11% na participação de auto-produção no mercado de energia entre 2007 e 2017. A projeção da EPE é de crescimento médio de 5,5% no consumo final de energia no país. O executivo observou ainda que os investimentos no pré-sal serão parte da política do governo para enfrentar a crise financeira mundial.

Efeitos da crise na Petrobras - Diante da crise mundial, a Petrobras avalia a possibilidade de revisão nos investimentos. O gerente geral de Novos Negócios da área de Exploração e Produção da Petrobras, José Jorge de Moraes Júnior, apresentou as perspectivas para a área de Exploração & Produção. Segundo ele, a estatal vai adiar investimentos e deverá priorizar projetos que resultem em retorno rápido, como a retirada de óleo leve.

O professor do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Sérgio Valdir Bajay, sugeriu que governo aprimore pontos da política energética, com maior espaço e interação entre o planejamento energético e outros setores do segmento, como a área ambiental.

“O papel do planejamento energético de balizar o comportamento dos mercados de energia e a atuação dos agentes é mal compreendido no mundo todo”, disse Bajay. Para ele, as grandes barragens não são consideradas no planejamento de longo prazo , com análises do uso múltiplo da água, o que dificulta a viabilidade ambiental desses projetos. | Paula Guatimosim

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