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07/03/2007 - 08:26

No Brasil, mulheres são discriminadas, ganham menos e são demitidas mais facilmente

Com a palestra “Ser. Estar. Viver – Mulher”, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) presta uma justa homenagem à mulher brasileira. O evento acontece na próxima quinta-feira, 8 de março, às 9 horas, na sede da entidade – Rua do Paraíso, 533, no bairro do Paraíso, em São Paulo. O tema será apresentado em um café da manhã, por Márcia Souto de Araújo, psicóloga, com Pós-Graduação em Bioenergética e Desenvolvimento do Potencial Humano, e Helena Bertoni, ambas da Souto Lins Consultoria Organizacional.

A entidade é um ótimo exemplo da valorização da mulher. Do seu quadro de colaboradores 76% são mulheres. Muitas ocupam cargos de destaque, como é o caso de Sonia Regina Carboni. A diretora executiva conduz com pulso firme as inúmeras atividades desenvolvidas pela Abigraf.

“Apesar de todos os avanços e conquistas da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos, ainda existe muita disparidade em relação ao universo masculino no tocante às condições de trabalho. Embora menos, a mulher continua sendo discriminada”, destaca Sonia Carboni.

Mulher no Mercado de Trabalho Brasileiro - Nos últimos cinqüenta anos um dos fatos mais marcantes ocorridos na sociedade brasileira foi a inserção crescente das mulheres na força de trabalho. Este contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, a continuidade do processo de urbanização e a queda das taxas de fecundidade, proporcionando um aumento das possibilidades das mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. Segundo, a rebelião feminina do final dos anos 60, nos Estados Unidos e Europa, chegou como uma onda nas nossas terras, em plenos anos de chumbo; apesar disso, produziu o ressurgimento do movimento feminista nacional fazendo crescer a visibilidade política das mulheres na sociedade brasileira.

A população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de mais de 188 milhões de habitantes, com participação de cerca de 51% de mulheres. A Constituição Brasileira afirma que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e garante tratamento igual a todos perante a lei. O Brasil também é signatário de, praticamente, todos os Tratados e Convenções Internacionais de proteção aos Direitos Humanos das Mulheres.

Cabe lembrar, contudo, que a participação feminina no mundo do trabalho é marcada por salários muito inferiores aos dos homens em iguais funções e por maiores dificuldades em fazer carreira. Elas são as primeiras a serem demitidas em momentos de crise e têm maiores dificuldades de recolocação. É o que indica a publicação O Compromisso das Empresas com a Valorização da Mulher, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

As mulheres representam quase metade da População Economicamente Ativa (PEA) do país. Desse total, 38% delas estão empregadas, segundo dados do IBGE para abril de 2004. No entanto, apesar dessa participação no mercado de trabalho, trabalham em condições mais precárias que os homens. Além disso, o estudo aponta que mulheres brancas ganham, em média, 20,5% menos do que os homens brancos, enquanto as negras recebem 19,4% menos do que os homens negros e 61,2% menos do que os homens brancos.

A publicação do Instituto Ethos também revela que de cada dez cargos executivos existentes nas grandes empresas brasileiras, apenas um é ocupado por mulheres. No nível de gerência, dois cargos são das mulheres e oito dos homens. Nas chefias, as mulheres são três e os homens, sete. As mulheres também estão em menor número no chão-de-fábrica e nos cargos funcionais e administrativos: 3,5 contra 6,5.

Sobre o Dia das Mulheres - A idéia de se criar o "Dia Internacional da Mulher" surgiu em 1910, durante uma conferência internacional de mulheres realizada em Copenhague, na Dinamarca. A proposta de homenagear, no âmbito mundial, os movimentos feministas foi aceita por unanimidade pelas mais de 100 mulheres de 17 países que participavam do evento. Na época, as principais lutas eram pelo sufrágio universal e por melhores condições de trabalho.

No entanto, na ocasião, nenhuma data foi fixada para celebrar o dia da mulher. Assim, em 1911, países como Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça celebraram as mulheres no dia 19 de março. Por outro lado, os movimentos feministas dos EUA continuaram a prestar homenagem à mulher no último domingo de fevereiro, quando era comemorado, desde 1909, o Dia Nacional da Mulher.

Às vésperas da 1ª Guerra Mundial, em 1913, como parte dos diversos movimentos de paz que começaram a surgir na Rússia, emergiu naquele país a primeira comemoração do dia internacional da mulher. Esta aconteceu, assim como nos EUA, no último domingo de fevereiro.

O marco do "Dia Internacional da Mulher" no dia 08 de março aconteceu em 1917, ano em que a Rússia viveu a revolução bolchevique e saiu oficialmente da guerra. Neste ano, em que o país estava destroçado e tinha pelo menos dois milhões de soldados mortos na guerra, as mulheres novamente optaram por celebrar seu dia e protestar pela paz no último domingo de fevereiro.

As russas começaram, então, uma greve geral por "pão e paz" ("bread & peace"). Os líderes políticos do país foram contra o movimento, alegando que era um péssimo momento para o país enfrentar uma greve. Mas elas estavam convictas e seguiram adiante.

Apenas quatro dias depois do início da greve, pressionado pelas manifestações de massa internas e pelo quadro internacional (em plena guerra), o então Czar Nicolau 2º foi deposto do cargo. Ao assumir, o Governo Provisório, liderado por Kerenski --que seria deposto pouco depois pela Revolução Russa-- garantiu às mulheres o direito de votar.

A vitória do movimento feminista na Rússia ficou marcada na História e passou a ser referência no mundo inteiro. O domingo em questão caiu no dia 23 de fevereiro. Na época, a Rússia usava um calendário diferente do ocidental. Este lado do mundo vivia neste dia seu 8 de março.

A partir deste ano o "Dia Internacional da Mulher" passou a ser celebrado no dia 8 de março, como é até hoje. Em 1975, em Assembléia Geral, a Organização das Nações Unidas reconheceu oficialmente a data. (Fonte Folha de S. Paulo) | www.abigraf.org.br

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