Profissionais de estética buscam capacitação e conquistam espaço no mercado

Profissionais de Estética comemoram no seu dia, 20 de novembro, crescimento constante dos setores de cosméticos e beleza.

Há alguns anos, conhecia-se por esteticista a pessoa que realizava limpezas de pele e massagens corporais. Com o avanço da tecnologia na indústria cosmética e o crescimento vultoso do mercado da beleza, os profissionais da área assumiram novo perfil e estão aptos a realizar importantes tratamentos estéticos.

“O esteticista é um profissional completo, com competências e habilidades de anatomias, fisiologia, dermatologia, noções de envelhecimento, drenagem linfática, massoterapia, eletrofisiologia, aparelhos aplicados à estética, química e cosmetologia”, completa Fabiana Tozo, professora e coordenadora dos cursos técnicos do Centro de Educação Profissional Martinus.

Para alcançar os resultados esperados pelos pacientes, o esteticista deve ser formado em um curso técnico, de acordo com as diretrizes do MEC. “A formação técnica possui 1.200 horas, sendo aproximadamente 350 horas de prática, em que são desenvolvidos assuntos de estética facial e corporal”, explica Fabiana. O aluno sai do curso apto a atuar em diversas áreas da beleza como depilação, maquiagem, limpeza de pele, clareamento da pele, tratamentos para celulite, massagem estética, entre outras técnicas. O esteticista também pode atuar diretamente com o pré e pós-operatório de cirurgias estéticas, com a realização de drenagem linfática.

O bom conhecimento e formação nessa área são fundamentais para realizar esses e outros serviços com qualidade. Entretanto, há tratamentos que não podem ser feitos pelo técnico em estética. “Esse profissional não pode, sob hipótese nenhuma, realizar procedimento invasivos, quer sejam a infiltração de substâncias ou outros meios de atuação que lesem os tecidos da pele e provoquem sangramentos”, salienta a diretora do Centro de Educação Profissional Martinus, Marilise Pinheiro da Cunha. Ela explica que o esteticista não trata as doenças, mas busca formas de melhorar a saúde e o bem-estar do indivíduo. Quando há necessidade de outros procedimentos, o próprio esteticista orienta para que o cliente procure cirurgiões plásticos ou dermatologistas.

Mercado de Estética - De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o valor de vendas de cosméticos, no Brasil, chegou a R$19,6 bilhões em 2007, sendo que alguns fatores sócio-econômicos contribuíram efetivamente para a chegada a este número. Entre eles, pode-se destacar o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho; a tecnologia de ponta e o aumento da produtividade, favorecendo preços praticados pelo setor; os lançamentos constantes de novos produtos de acordo com a necessidade do mercado.

Segundo dados do Euromotor 2007, em relação ao mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, o Brasil ocupa o terceiro lugar em consumo de protetores solares e o quarto no ranking de cosméticos. Sob o aspecto de empregos, os resultados também são relevantes quando comparados ao crescimento das oportunidades de trabalho no país. Em relação ao ano de 1994, o setor aumentou as ofertas de trabalho em aproximadamente 186%, considerando áreas como indústria, franquias, consultoria em venda direta e salões de beleza.

Diante deste cenário, a exigência por profissionais cada vez mais qualificados é uma necessidade natural. Atuante na área há 11 anos, Isabel Luiza Piatti reconhece que seu crescimento profissional ocorreu, efetivamente, após a formação como técnica em estética. “Depois de formada tive muito mais embasamento teórico para aplicar o que já havia aprendido em cursos livres”, afirma.

Diretora de treinamentos e desenvolvimento da Buona Vita Cosméticos, linha de produtos para uso profissional, Isabel também destaca que, além de cuidar da aparência e da beleza, o trabalho do profissional de estética também está relacionado à saúde e ao bem-estar. Por isso, não basta acompanhar as novidades e os modismos, também é preciso ter profundo conhecimento sobre cosmetologia e eletroterapia. E ela explica: “essas informações servirão de embasamento para o profissional elaborar completo prontuário estético do seu cliente, ou seja, o diagnóstico das alterações a serem tratadas, os procedimentos a serem realizado, os cosméticos e princípios ativos indicados ou não e outros dados importantes para a realização de um tratamento eficaz e seguro”.

Novas oportunidades - Com todo preparo oferecido pelos cursos em níveis técnico e tecnólogo, os novos profissionais de estética vêm conquistando importante espaço no mercado. Além de atuarem individualmente, em suas clínicas e cabines, com tratamentos tradicionais, também estão compondo equipes multidisciplinares atuando ao lado de fisioterapeutas, nutricionistas e cirurgiões plásticos.

Em relação às oportunidades de trabalho, Isabel também destaca a importância de o profissional ampliar sua visão sobre o mercado. A técnica, que ministra cursos e treinamentos em todo Brasil, ressalta que a formação de professores na área de estética é uma necessidade crescente. “Tanto os novos, como os profissionais já atuantes carecem de informação, conhecimento, atualização e reciclagem”, argumenta.

Fora das clínicas e salas de aula, também surge um novo nicho para os técnicos e tecnólogos em estética: o mercado corporativo, onde estes profissionais podem firmar parcerias com empresas que investem em iniciativas para promoção do bem-estar e da qualidade de vida de seus colaboradores.

E Isabel explica: “o profissional de estética pode oferecer tratamentos faciais e corporais indicados para relaxamento e promoção do bem-estar. Protocolos Day Spa, massagens relaxantes, spa das mãos e dos pés associados a cosméticos com apelos naturais e que respeitam a biodiversidade são ótimas sugestões e correspondem aos objetivos das organizações dedicadas a criar ambientes corporativos produtivos e saudáveis”.

Dia da Esteticista e novas perspectivas - Em 20 de novembro é comemorado o Dia da Esteticista e Isabel aproveita a data para fazer um balanço da profissão. “Embora a profissão ainda não seja regulamentada, os técnicos e tecnólogos em estética já conquistaram o reconhecimento do mercado como todo. Nossa responsabilidade, atualmente, é pautar nosso trabalho sempre pela ética, pelo aprimoramento profissional e pelo respeito aos clientes que têm o direito de receber tratamentos seguros, que fazem bem ao corpo e à alma”.