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07/03/2007 - 08:30

Brasil apóia restrição a captura em águas profundas, diz diretor da Secretaria de Aqüicultura e Pesca


Brasília - O Brasil apóia o pedido de moratória à pesca de arrasto em grandes profundidades, principalmente por causa da fragilidade dos ambientes nos quais essa atividade é desenvolvida, segundo o diretor de Desenvolvimento da Pesca da Secretaria de Aqüicultura e Pesca (Seap), Luiz Eduardo Carvalho Bonilha.

Ele lembrou que essa é uma iniciativa que já está sendo discutida pelo Brasil e por outros países no âmbito internacional da Organização das Nações Unidas (ONU). “É um posicionamento que Seap tem com base nas próprias conferências nacionais de aqüicultura e pesca, que tiveram como diretrizes e recomendações que o arrasto profundo tem um limite e que se promovam, inclusive em águas internacionais, métodos de captura que não afetem a estrutura dos ecossistemas”, disse Bonilha, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o diretor, a discussão sobre a suspensão da pesca profunda é antiga e está cada vez mais ganhando espaço e colaboradores. Ele destaca que a pesca de arrasto destrói sistemas frágeis como recifes de corais de profundidade e campos de esponja: “Eles possuem milhares de anos de lento desenvolvimento e não agüentariam impactos de atos de pesca como a de arrasto, pouco seletiva e destruidora de ambientes”.

Luiz Eduardo Carvalho Bonilha informou que a Seap, o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama, responsável pela fiscalização da pesca) e a Marinha estão atuando juntos no combate à pesca ilegal. A partir deste ano, segundo ele, o governo retomará campanhas e antigos programas de fiscalização pesqueira que eram promovidos pela Marinha.

“Nós vamos resgatar isso, que foi uma experiência positiva do passado e vamos aplicar, novamente, dentro de uma forma integrada, no sentido de trabalhar nos grandes ciclos pesqueiros do Brasil, nas grandes safras, com atividades direcionadas para cada demanda”, disse Bonilha.

O aquecimento global é outro tema que tem preocupado biólogos, oceanógrafos e zoólogos, especialmente por causa das incertezas em relação aos impactos que serão causados. O diretor da Seap disse que ainda não foram traçadas tendências climáticas para os oceanos e bacias hidrográficas. “Mas, com certeza, as mudanças globais impactarão também a circulação global e a precipitação das grandes bacias hidrográficas.”

De acordo com Bonilha, é preciso discutir os reflexos dessas mudanças a longo prazo. Por essa razão, ele diz que é um avanço a realização do 1º Workshop Brasileiro sobre Modelagem de Ecossistemas Aplicada à Pesca.

No encontro, o biólogo pesqueiro Gonzalo Velasco Canziani, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), apresentou um estudo sobre o potencial pesqueiro na costa do Rio Grande do Sul, desenvolvido com o pesquisador Jorge Pablo Castello, da Fundação Universidade do Rio Grande (Furg).

Ele explica que a pesquisa teve por objetivo reunir informações sobre a área que vai do Cabo de Santa Marta Grande, localizado ao o sul de Santa Catarina, até o limite com o Uruguai, no Chuí e ordená-las de maneira a gerar um modelo de informações integradas sobre as potencialidades dos recursos pesqueiros. “É uma das áreas mais ricas em recursos pesqueiros e uma das mais exploradas também”, diz.

Segundo o biólogo, o modelo permite avaliar os impactos que a extração de um determinado recurso pesqueiro pode gerar nos demais setores do ecossistema onde ocorreu a retirada. Ele diz que a idéia é também monitorar a exploração abusiva de determinadas espécies de peixe. “Além de proteger a biodiversidade, também estamos protegendo a população humana que vive disso. Tudo é um grande sistema e o homem é parte dele.” | Por: Érica Santana/ABr

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