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22/11/2008 - 08:42

Desenvolvimento sustentável: como praticá-lo?

Vivenciamos no presente uma assombrosa dilapidação do patrimônio natural, como nunca visto em todos os tempos. A cada momento nos deparamos com inúmeros problemas ambientais. A causa primária de tudo isso se encontra no conflito entre os desejos do homem, que são ilimitados, e os bens limitados da natureza. Por detrás do conflito entre israelenses e palestinos, por exemplo, está a questão da água, pois 2/3 do que é consumido por Israel está nos lençóis subterrâneos localizados nos territórios ocupados da Cisjordânia e na Planície de Golan. Países como o Zaire, Ruanda, Burundi e Uganda também estão em conflito pela disputa do escasso recurso hídrico. Por outro lado, o que aparenta ser uma luta contra o terrorismo entre os EUA e o Iraque esconde questões relativas ao domínio da produção de petróleo.

Já se prevê que as questões ambientais estarão no cerne dos principais conflitos globais no futuro próximo. A disponibilidade de água e alimentos, as mudanças climáticas e os desastres naturais vão marcar de modo definitivo as relações entre as nações em futuro próximo.

Os pessimistas entendem que o homem trilha o caminho da destruição, apontando pelo menos três fatores que conduzem a essa conclusão. O primeiro é a constatação de que todo o nosso desenvolvimento está baseado no uso intensivo e extensivo dos recursos naturais. A natureza é entendida como um ser generoso em oferta de energia e matéria prima para o desenvolvimento.

Outro ponto é a constatação de que o sistema desejado de vida da população está orientado para o consumo crescente e para o acúmulo de comodidades. Esse consumo é movido pelo desejo, sem considerar nossas reais necessidades. Já o terceiro fator refere-se aos avanços tecnológicos. Vivemos uma ampliação aparentemente infinita de nossa capacidade de comunicação, processamento de dados, e meios de produção. Embora desejadas, as novas tecnologias se caracterizam por anestesiar nossa capacidade de perceber as conseqüências de suas aplicações.

Na visão pessimista esses fatores e a desatenção coletiva para tais problemas são apontados como verdadeiros “cavaleiros do apocalipse” que estão nos conduzindo à destruição. As futuras gerações caminham para o fim real da possibilidade de vida nesse Planeta. E o pior: nossos netos e bisnetos estão sendo conduzidos a esse cenário por nossas próprias mãos.

Trilhar por um caminho diverso daquele descrito pela visão dos pessimistas exige uma atitude de mudança, que deve ocorrer na perspectiva dos países entre si, alterações internas de cada nação e mudanças no interior de cada um de nós.

As nações precisam encontrar os meios necessários à formação de uma aliança global sobre as questões ambientais, na qual cada país assuma responsabilidades na medida do que permitem seus recursos.

No plano interno, cada país deve buscar a conservação dos sistemas que promovam a sustentação da vida, tais como os processos ecológicos que definem o clima, a qualidade do ar, o fluxo regular das águas e a regeneração do solo.

Para conservar a biodiversidade, deve-se estimular o uso dos recursos naturais renováveis, que na medida da capacidade de sua regeneração. Quanto aos recursos não renováveis, como minérios, gás, petróleo e carvão, devem ter seu uso minimizado pela reciclagem e ser incentivada sua substituição por outros materiais.

De nossa parte, devemos refletir seriamente sobre os valores que nos fazem consumir apenas impulsionados pelo desejo. Problemas como efeito estufa, destruição da camada de ozônio e produção de resíduos devem ganhar nossa atenção, assim como a pobreza, exclusão social e a falta de saneamento básico.

Nesse cenário otimista, a proteção ambiental passa a ser parte integrante do processo de desenvolvimento. Não se deve adotar uma postura romântica, baseada na falsa premissa de que a natureza deve ficar intocada. Trata-se de acreditar na capacidade humana de construir um mundo sustentável para as atuais e futuras gerações.

Por: Cláudio Castro, advogado

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