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25/11/2008 - 10:40

Você presta atenção no seu lado intuitivo?

Não é exagero quando afirmamos que a maioria das decisões que guiaram a história da humanidade foram tomadas com base na intuição. Na época em que o homem era privado da massiva quantidade de informação atual, restava-lhe apenas confiar em seus pressentimentos, sensações e experiências passadas. E foi assim que nos comportamos até a ascensão do racionalismo, quando nossa percepção foi alterada e passamos a valorizar em primeiro plano as faculdades da lógica.

Hoje vivemos um período de plenitude nas atividades científicas, um ramo no qual a intuição – embora se faça ainda presente (muitos cientistas defendem sua importância) – acaba evidentemente desvalorizada. Isso não significa, de forma alguma, que ela tenha deixado de agir ou se tornado menos eficiente.

No mundo empresarial, especialmente no que concerne ao processo decisório, o preconceito em relação a esta forma de leitura da realidade também existe. No entanto, aqueles que realmente já ocuparam cargos em que o número de decisões é amplo e o tempo pressiona a todo instante, sabem que jamais devem deixar de prestar atenção àquela firme sensação de que algo de positivo ou negativo, lucrativo ou não, sairá de determinada ação ou interferência nos processos.

Como já foi dito acima, a questão passa especialmente pelo estágio evolutivo de nossa sociedade. Como vivemos em uma época em que dados e fatos reais podem ser medidos, estes nos sugerem uma base mais firme para tomarmos nossas decisões. Se estivéssemos, por exemplo, viajando com um grupo de peregrinos na Idade Média e nos deparássemos com um outro grupo, não teríamos qualquer idéia de como reagir, além de dispormos de pouco tempo para decidir. O que você faria, neste caso? Acenaria, se aproximaria, atacaria ou fugiria? Fosse como fosse, teria que confiar em sua intuição.

A intuição, é claro, poderia estar errada e levar a uma luta desnecessária. No entanto, dificilmente ela falha; o que ocorre muitas vezes é uma má leitura, levada por algum desejo ou medo interno. Temendo o outro grupo, você pode desejar atacar, o que não pode ser visto como um sentimento intuitivo. Outra confusão muito comum é aquela que se faz entre intuição e deduções lógicas. Diz a lenda que Rockfeller salvou-se da Crise de 1929 porque, ao ouvir uma conversa entre dois engraxates sobre seus investimentos na bolsa, retirou seus próprios aplicativos. Esta atitude não pode ser interpretada como uma leitura intuitiva, pois é baseada na lógica: se até mesmo os engraxates estavam investindo na bolsa, era evidente o perigoso caminho tomado pelo mercado financeiro.

Já foi observado pela psicologia que nossa capacidade de intuir se desenvolve naturalmente com o tempo: quanto mais velhos somos, mais intuitivos nos tornamos (uma vez que a intuição é uma junção de experiências vividas e observadas e, de certa maneira inexplicável, assimiladas por nosso corpo). Todos nós já passamos pela situação de receber conselhos de parentes ou amigos mais velhos, conselhos dados sem nenhuma base concreta, que mais tarde mostraram-se acertados. É sempre válido lembrar também que aquilo trazido pela intuição nem sempre é lógico, pois o rumo que as coisas assumem não é necessariamente um rumo lógico.

O processo intuitivo não pode suplantar, evidentemente, o processo racional. Quando temos tempo, dados e fatos em nossas mãos, é sempre recomendável trabalhar com eles. Ainda assim, é bom lembrar que o mundo não está jogando a nosso favor e que essa equação dificilmente estará pendendo desta maneira para o nosso lado. Portanto, mesmo que isso signifique retardar um pouco sua decisão, não deixe de ouvir seu lado intuitivo. Saiba quando e aquilo que ele está falando.

. Por: Mauro Kahn & Pedro Nobrega - Clube do Petróleo | Site www.clubedopetroleo.com.br

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