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25/11/2008 - 10:46

Um headhunter escolheria Obama?

Eleito sob forte expectativa, Barack Obama detém hoje o cargo mais importante do mundo: a presidência dos Estados Unidos. Será que ele teria chegado lá se a escolha coubesse não ao povo, mas a um headhunter?

Qualidades não faltam ao novo líder dos EUA, a começar pela sólida formação acadêmica. Aos 22 anos de idade, Obama graduou-se em ciência política com especialização em relações internacionais pela Universidade de Columbia. Aos 27, ingressou no curso de Direito da Universidade de Harvard, apontada pela publicação britânica "The Times Higher Education Supplement" – que elabora o ranking de universidades mais prestigiado internacionalmente – como a instituição de ensino superior mais conceituada do mundo. Nesse ambiente de excelência, Obama destacou-se como um dos alunos mais brilhantes, e no segundo ano tornou-se editor da revista Harvard Law Review, publicação focada na discussão acadêmica de diversos temas jurídicos e legislativos. O título de doutor em Direito veio três anos depois. Detalhe: Obama graduou-se com louvor.

Qualquer pessoa com esse currículo estaria apta a ocupar a cadeira de CEO de uma grande corporação. Mas os indiscutíveis predicados intelectuais são suficientes para comandar um país que iniciou a década sob o impacto do ataque às torres gêmeas, que logo em seguida mergulhou em uma campanha militar anti-terror que suscitou polêmicas internacionais e causou fissuras profundas à credibilidade do governo, e que agora assiste, estupefato, ao colapso de seu outrora inabalável sistema financeiro?

No olho do furacão, os norte-americanos parecem precisar de muito mais do que um homem inteligente para conduzir o rebanho. Na verdade, eles anseiam por um líder, de alguém que lhes transmita credibilidade e confiança. Há uma sede de otimismo e de entusiasmo no ar.

Pelo menos até o presente, Barack Obama tem dado claras demonstrações de que é capaz de atender satisfatoriamente a essas expectativas. Carismático, ele conseguiu injetar otimismo e entusiasmo a um eleitorado jovem e normalmente alheio aos processos eleitorais. Seguro e autoconfiante, demonstrou habilidade ímpar nos debates e comportou-se de maneira sensata e objetiva em todos os momentos da campanha. Ter o dom de despertar paixões sem que isso implique em assumir posturas radicais não é para qualquer um, e Obama soube dar conta do recado.

Há ainda a força simbólica de sua eleição – como já foi ressaltado mil vezes pela imprensa mundial, Barack Obama é o primeiro negro alçado à Presidência da República do país mais poderoso do mundo. De certo modo, o resultado das urnas foi como um grito de auto-afirmação do povo americano. Foi como se clamassem: “Não, nós não somos estes seres odiosos que só pensam em invadir países e destruir inimigos. Somos uma democracia plena, verdadeira, onde as pessoas têm oportunidades iguais. E, sobretudo, somos capazes de inovar e de nos reinventar mesmo quando estamos nadando contra a maré”.

Assim, Barack Obama torna-se o 44º presidente dos Estados Unidos com um peso nos ombros. Ele terá que ser melhor e mais competente do que seus antecessores. Para dar conta de um desafio com essas proporções, será fundamental cercar-se de pessoas que tenham criatividade, brilhantismo, coragem e visão estratégica, aptas a ajudá-lo a enfrentar a crise e a cumprir as nada fáceis promessas de campanha – que incluem desde a reestruturação do setor financeiro até a resolução de uma guerra impopular, passando pelo resgate da imagem dos EUA perante o mundo.

A julgar pelo primeiro passo de Obama na montagem de sua estrutura de governo, as perspectivas são animadoras: o presidente eleito convidou ninguém menos que Rahm Emanuel, o “homem forte” da era Clinton, para ser seu chefe de gabinete. Nos Estados Unidos, a chefia de gabinete é o primeiro cargo que os presidentes eleitos se preocupam em preencher, pois seu titular exerce papel importante no planejamento da equipe restante.

Assim, Barack Obama parece ser o homem certo para a presidência dos EUA nesse momento crucial. Tem bagagem, não teme os obstáculos e, ao que tudo indica, saberá aproveitar a confiança depositada.

Como headhunter, posso afirmar que eu o indicaria como candidato, pois a função do headhunter é identificar e indicar a pessoa que reúne as condições requeridas para o exercício da função. Mas cabe ao cliente tomar a melhor decisão, e o eleitorado norte-americano merece os parabéns pela eleição de seu novo líder.

. Por: Eduardo Antunovic, CEO da CTPartners na América Latina, empresa norte-americana com sede no Brasil especializada no recrutamento de executivos de alto nível.

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