Cresce o nível de consumo no terceiro trimestre de 2008, aponta LatinPanel

Apesar dos primeiros sinais da crise financeira aparecerem em setembro, os brasileiros ainda não sentem os reflexos e aumentam em 2% o volume de consumo em relação ao terceiro trimestre de 2007.

O nível de consumo dos brasileiros voltou a crescer no terceiro trimestre de 2008, mesmo com a crise econômica dando seus primeiros sinais no mercado local no mês de setembro. Segundo estudo da LatinPanel, o volume das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e produtos de limpeza comprado pelo lares brasileiros aumentou 2% em comparação ao mesmo período de 2007.

A empresa acompanha a evolução de mais de 70 categorias nos setores de alimentos, bebidas, higiene pessoal, limpeza doméstica e telecomunicações. No Brasil, acompanha semanalmente o consumo de 8,2 mil domicílios, o que representa 82% da população domiciliar e 91% do potencial de consumo do País.

O 3º Trimestre obteve bons resultados especialmente em função da classe AB, que expandiu suas compras aumentando em 5% o volume consumido frente ao terceiro trimestre de 2007. Nas classes DE, o crescimento foi de 2% em volume.

As famílias da classe C, o grande motor do crescimento brasileiro nos últimos meses, entretanto, mantiveram estagnado o volume de compras das cestas avaliadas pela LatinPanel no período.

A pesquisa revela que o crescimento no volume consumido se deu mesmo com o aumento do preço médio dos produtos registrado no período. As cestas consumidas pelas classes A, B e C tiveram aumento de preço médio da ordem de 5%, enquanto as cestas da Classe D e E registram aumento de 6%.

A campeã do crescimento em valor foi à cesta de higiene e beleza, que registrou expansão de 5% no terceiro trimestre, no comparativo com igual período de 2007. A cesta de limpeza cresceu 3%, bebidas 2%, enquanto os alimentos ficaram estagnados.

Crescimento frente ao segundo trimestre - Os números do terceiro trimestre de 2008 refletem ainda uma importante recuperação no nível de consumo do país em relação ao segundo trimestre do ano, quando houve uma queda de 5% no volume consumido das cestas avaliadas pela LatinPanel, verificada em função da alta dos preços entre abril e junho.

A recuperação foi constatada não somente na avaliação do volume comprado, mas também no quesito penetração (número de categorias consumidas pelos domicílios). As classes A / B, que no segundo trimestre de 2008 levavam, em média, 23 categorias para casa, passaram a levar 25 no terceiro trimestre. A classe C, que consumia 19 categorias de produtos, agora consome 21, enquanto a D / E saltou de uma média de 15 para 16.

Acumulado do ano - No período acumulado do ano (janeiro a setembro), o carrinho do brasileiro manteve-se estável, com uma média de 35 categorias de produtos. A cesta de alimentos registrou queda de volume da ordem de 2% e as demais registraram estabilidade.

Entre as categorias que sofreram as maiores altas no volume de consumo, ainda no comparativo entre janeiro e setembro de 2008 em relação ao mesmo período de 2007, destaque para Azeite (22%), Fralda Descartável (18%), Leite Aromatizado (14%), bebida à base de soja (12%) e salgadinhos (11%). As maiores quedas foram leite pasteurizado (27%), polpa mais purê (14%), bolo pronto industrializado (13%), farinha de trigo (12%) e suco concentrado (10%).

Em relação ao preço médio, os produtos que sofreram as maiores altas foram óleo vegetal (45%), sabão em pedra (32%), leite em pó (26%), farinha de trigo (24%) e adoçante (23%). As maiores quedas ficaram com o açúcar (14%), espoja de aço (6%), água mineral (5%), azeite (4%) e molho de tomate (3%).

Perfil da LatinPanel - A LatinPanel é a maior empresa de Painel de Consumidores da América Latina e a única organização com informações de 15 países e cobertura de 96% do PIB da região. A empresa acompanha a evolução de mais de 70 categorias nos setores de alimentos, bebidas, higiene pessoal, limpeza doméstica e telecomunicações, além de realizar estudos e análises especiais para outros segmentos da economia. No Brasil, acompanha semanalmente o consumo de 8,2 mil domicílios, o que representa 82% da população domiciliar e 91% do potencial de consumo do País.