PROERD: “Mais vale prevenir do que remediar”

A máxima em relevo data aproximadamente do século XIX, tendo como autor o italiano Bernardino Ramazzini. A expressão estava voltada aos cuidados que deveriam ter para se prevenir acerca das doenças que acometiam a população. Atualmente esse provérbio ainda é muito usado por pessoas da sociedade brasileira.

O PROERD - programa educacional de resistência às drogas fundamenta-se essencialmente nesse adágio popular, a partir do momento em que um policial militar, devidamente habilitado e capacitado tecnicamente, estreita o relacionamento entre Escola-Polícia-Família, sendo essa a coluna tríplice de sustentação do programa educacional, que atua nas comunidades escolares de forma preventiva em relação ao uso e abuso de drogas. Resgata, também, a importância de instituições basilares e fundamentais de qualquer sociedade organizada. O Policial Proerd, chamado carinhosamente pelas crianças que estudam na escola, entra e permanece na instituição de ensino, em especial nas 4ª e 6ª séries do ensino fundamental, uma vez por semana e começa a lecionar matéria bem conhecida do cotidiano delas, orientando e informando sobre os malefícios causados ao corpo e a mente pelo uso e abuso de drogas. Esse programa teve origem na Cidade de Los Angelis, nos Estados Unidos da América, com o nome de DARE – drugs abuse resistance educacion, educação e resistência ao abuso de drogas, com o objetivo de diminuir a criminalidade juvenil americana. A resposta foi tão positiva que em menos de 10 anos o programa era aplicado em quase todos os estados americanos e desenvolvido aproximadamente em 54 países.

No ano de 1992 chega ao Brasil, tendo o Estado do Rio de Janeiro como o pioneiro em seu desenvolvimento e aplicação. No ano seguinte, o Estado de São Paulo conhece a metodologia do programa e o implanta em suas escolas. A partir de então, outros estados da federação começaram a desenvolvê-lo.

No ano de 2000 são formados 30 policiais militares do Estado do Espírito Santo, e em 2001, começa a aplicação do programa nos municípios de Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica e Linhares. No corrente ano, estamos completando 8 anos de aplicação do programa, chegando ao número aproximado de atendimentos na ordem de 100 mil crianças do ensino fundamental e 30 municípios. Inúmeros são os relatos de pais, diretores, professores e pedagogos, atestando que após o ingresso do programa proerd no ambiente escolar, observam mudanças de comportamento das crianças, tanto na escola como no seio familiar. Isto se deve, pelo fato de serem trabalhados em cada aula, o respeito ao próximo, o trabalho cooperativo, a cidadania, a auto-estima, a civilidade, regras de condutas sociais, modelo de tomada de decisão, e, como enfoque principal, a prevenção ao uso e abuso de drogas e a prática de violência, entre outros assuntos que surgem no decorrer das aulas.

Resta frisar, que os policiais militares que desenvolvem esse programa educacional atuam de forma voluntária, por entenderem que a educação ainda é o melhor caminho para se obter sucesso na formação da personalidade de nossos jovens, e, dessa forma, contribuir com um pouco do seu tempo, para prevenir e evitar o pior, ou seja, o ingresso de nossas crianças e adolescentes no universo das drogas e da violência. Em outras palavras, devemos levar a informação de forma clara, precisa e verdadeira para elas, conscientizando-as a respeito dos males causados pelas drogas e suas conseqüências sociais, físicas, psíquicas e legais para aqueles que optarem em usá-las.

Assim, poderemos ter a médio e longo prazo, adolescentes e adultos mais responsáveis por suas atitudes, utilizando-se do modelo de tomada de decisão acerca do ingresso ou não ao uso das drogas, sejam estas, lícitas ou ilícitas, pois terão total consciência dos problemas em sua saúde física e mental.

. Por: Eduardo Veronese da Silva, Instrutor e Mentor do PROERD, Licenciatura Plena em Educação Física – UFES, Graduando em Direito – FABAVI/ES, Sargento da PMES. Contato: (27) 9863.9443 ou (27) 3380.2730 PMES. E-mail: [email protected] ou [email protected]