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04/12/2008 - 09:36

Rio de Janeiro recebe mostra que celebra o centenário do artista plástico Roberto Matta e recria a obra de Cervantes

Considerado o mais emblemático representante do surrealismo no Chile, o artista plástico Roberto Matta era um aficionado pelo clássico Don Quixote, de Miguel de Cervantes. Tanto que, após ler a obra inúmeras vezes e se fascinar com o perfil original do enlouquecido cavaleiro, passou anos empenhado em recriar o herói em papel e tela. Matta produziu uma série de desenhos, litogravuras e pastéis que o Instituto Cervantes traz pela primeira vez ao Brasil como parte de uma exposição internacional comemorativa do centenário do artista.

No Rio de Janeiro, a mostra “Don Qui - O Quixote de Matta” será inaugurada para o público carioca no próximo dia 5 de dezembro na Academia Brasileira de Letras e poderá ser conferida até o dia 30 de janeiro, com entrada gratuita. Trata-se de uma coleção de 35 litografias de dois portfolios editados em 1985 e 1990: a série Dom Qui, 1985, composta de 15 litografias coloridas sobre papel Velin D'Arches e dez sobre papel kraft havanne, e a série Qui d´Eux, com dez litografias coloridas.

“Matta encontrou Cervantes em 1981 e leu várias vezes o Quixote. A partir daí, começou com seus sonhos e quimeras. Fez pequenos desenhos e grandes pastéis, entre os quais uma série inédita da qual o Rio poderá ver seis exemplares”, explica Inés Ortega Márquez, curadora da exposição e diretora do Comitê Executivo do Centenário de Matta, a ser celebrado em 2011. “Ele nunca esteve no Brasil e suas obras são pouco conhecidas aqui”.

Morto em 2002, Roberto Matta foi passou boa parte da vida na Europa. Formado em arquitetura, trabalhou com Le Corbusier e foi declarado surrealista quando André Breton se deparou com desenhos conectados com o automatismo que guiava o movimento. Na versão de Matta, o mundo quixotesco era surreal e cheio de humor.

“Matta chega ao surrealismo quando os surrealistas estão na última etapa e por isso é considerado o redentor do surrealismo. Ele trabalhou o automatismo no sentido de buscar impulsos interiores em grandes formatos, coisa que não se fazia naquele momento”, explica Inés. “Isso revolucionou os artistas da época. Influenciou até (Jackson) Pollock. Sem a obra de Matta, a de Pollock não seria a mesma.”

Segundo Antonio Martínez Luciano, diretor do Instituto Cervantes Rio de Janeiro, “Don Qui – O Quixote de Matta” não deve ser apreciado como ilustração do romance de Cervantes, mas como interpretação plástica a partir do personagem. Matta mergulha nas alucinações e fantasias de Quixote para criar os desenhos e gravuras. Durante os anos em que se dedicou à série, o artista produziu textos sobre o livro e o próprio processo criativo. O material faz parte do acervo cedido para a mostra por Germana Matta, viúva do chileno, e que virá ao Rio de Janeiro.

O conjunto foi exposto pela primeira vez em 2005, na Feira do Livro do Chile, para comemorar os 400 anos da publicação de Don Quixote. Desde então, passou pela Espanha e Estados Unidos. O Brasil é a escala latino-americana antes de a exposição retornar à Europa.

Don Qui - O Quixote de Matta, de 5 de dezembro a 30 de janeiro, de segunda a sexta, das 10h às 18h, na Galeria Manuel Bandeira, na Academia Brasileira de Letras , Av. Presidente Wilson, 203 – Centro. Tel.: (21) 3974-2500. Entrada gratuita.

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