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05/12/2008 - 10:16

Pesquisa do Allen & Overy revela que líderes globais querem melhor regulamentação nos mercados

Resultados apontam ainda apoio à reestruturação das agências reguladoras nacionais e falta de interesse em aumento de controle sobre o câmbio.

Uma pesquisa realizada de 4 a 6 de novembro pelo Allen & Overy – uma das cinco maiores bancas de advocacia do mundo e recém chegada ao Brasil – com 735 líderes globais (CEOs, presidentes de Conselhos de Administração, sócios, assessores jurídicos e diretores) revela uma grande preocupação com a melhoria da regulamentação dos mercados. Segundo a pesquisa, 79% dos entrevistados expressaram um desejo de reestruturação ou consolidação das agências reguladoras nacionais.

Ainda regionalmente, o percentual de concordância quanto ao tema é universal, com 82% na Ásia, 81% nos EUA, 80% na Europa Continental e 76% no Reino Unido. Porém, não se deve interpretar estes percentuais como censura aos reguladores. Muitos comentários dos participantes pedem melhores recursos para os reguladores, incluindo melhores salários e funcionários de maior qualidade que entendam as complexidades dos mercados modernos. Isso também é respaldado pela preferência homogênea expressa pelos executivos no sentido de se buscar uma melhor regulamentação e não uma quantidade maior de regulamentação.

De acordo com a pesquisa, não há um desejo dominante quanto à existência de um órgão regulador global, apesar de haver certa divergência no mercado com relação a esse assunto (42% concordam e 50% discordam) e indicação de que tal órgão não funcionaria e seria inviável. As respostas demonstraram ainda que, apesar de existir um reconhecimento praticamente universal da necessidade de melhor regulamentação, há divergências em relação à melhor maneira de criá-la. Também há pontos de vista regionais conflitantes que enfatizam a dificuldade em identificar e implementar soluções relacionadas a esta questão global.

Os profissionais contemplados pela pesquisa estão divididos quanto à necessidade de existir um regulador global, sendo que 58% dos europeus concordam com a criação de tal órgão, enquanto que 55% dos profissionais no Reino Unido e 56% dos EUA discordam. Os asiáticos apresentaram opiniões divergentes: 44% concordam e 41% discordam da criação de tal órgão. Apesar de tudo isso, predomina a sensação de que a globalização é algo irreversível - cerca de 3/4 dos participantes em nível global (74%) são contra o aumento dos controles de câmbio nacional e internacional para limitar o fluxo de capitais ao redor do mundo.

Entretanto, uma maioria significativa (67%) concorda que alguns dos instrumentos mais complexos usados em finanças globais modernas, tais como securitizações e outros produtos estruturados, necessitam de maior regulamentação, restrições e transparência. Com relação a instrumentos derivativos, os participantes sentiram haver uma forte necessidade (77%) de maior transparência.

Apesar de a divisão ser bem equilibrada mundialmente – com 37% concordando e 45% discordando que deva haver uma melhor regulamentação dos empréstimos bancários – a Ásia é a única região na qual a maioria dos participantes (53%) concorda com tal medida. Em todas as outras regiões, a maioria dos participantes discorda: 51% na Europa Continental, 52% nos EUA, chegando até 56% de discordância no Reino Unido.

De acordo com Wim Dejonghe, managing partner do Allen & Overy a pesquisa serviu com catalisador da Cúpula do G-20, realizada em meados de novembro em Washington, DC. “Os líderes mundiais se prepararam para uma reunião na qual debateram o futuro da regulamentação financeira global. Porém, as empresas ainda estão se recuperando do impacto dos eventos recentes e ainda têm que focar na melhor maneira de regulamentar os mercados. Nosso receio é que, sem uma discussão bem-informada que conte com total envolvimento dos atores do mercado, podemos nos deparar com uma reação política impulsiva focada em punir os mercados ao invés de ajudá-los a funcionar de maneira eficiente e segura”, afirma.

Mais de 76% dos participantes da pesquisa, realizada em todo o mundo, concordam ser necessária uma maior regulamentação das agências classificadoras de risco. Esta opinião foi expressa com maior veemência na Ásia (86%) e nos EUA (84%). A pesquisa também sinalizou um forte apoio a uma regulamentação maior dos fundos hedge, com uma taxa de concordância de 66%. Entretanto, quase que exatamente a mesma proporção (67%) discorda da proibição de vendas a descoberto de ações (short selling), uma atividade que é bastante associada a hedge funds. A princípio, concorda-se com a existência de um nível mais elevado de regulamentação, porém um tema constante da pesquisa diz respeito à controvérsia quanto ao detalhe sobre o que se deve regulamentar ou a forma de regulamentação.

Os comentários fornecidos pelos executivos que responderam à pesquisa também destacam a realidade de que muitas das questões não poderão ser solucionadas de maneira direta, tal como simplesmente proibir determinadas atividades ou aumentar o grau de regulamentação de outras, o que ressalva a necessidade de se encontrar uma resposta cautelosa e bem ponderada à atual crise por parte dos governos e órgãos reguladores. | www.allenovery.com

1. O Allen & Overy é um escritório de advocacia internacional com cerca de 5.500 empregados, inclusive aproximadamente 500 sócios trabalhando em 30 das principais cidades ao redor do mundo.

2. Neste comunicado à imprensa, “Allen & Overy” significa o Allen & Overy LLP e/ou suas empresas afiliadas.

3. O termo “sócio” é aqui utilizado para fazer referência a um sócio do Allen & Overy LLP ou a um empregado, consultor com qualificação e cargo equivalentes, ou indivíduo com condição equivalente em uma das empresas afiliadas do Allen & Overy LLP.

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