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05/12/2008 - 10:20

Apesar da queda no faturamento, MPEs mantêm otimismo

Com retração no comércio e indústria perda de receita foi de R$ 2,5 bilhões; serviços foi o único setor a crescer .

Em outubro de 2008, as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas apresentaram queda de 9,8% no faturamento real em relação a outubro de 2007. Os pequenos negócios do comércio apresentaram maior retração (-15,1%) em relação a outubro de 2007, seguido da indústria, que recuou 9,6% no mesmo período. O setor de serviços foi o único a registrar aumento no faturamento: de 3%, na comparação de outubro/2008 com outubro/2007. A receita total das 1,3 milhão de MPEs paulistas foi de R$ 22,6 bilhões, cerca de R$ 2,5 bilhões menos que o mesmo período de 2007.

Esses foram os principais resultados da pesquisa Indicadores Sebrae-SP realizada em outubro, em parceria com a Fundação Seade. A pesquisa monitora mensalmente o desempenho de 2,7 mil MPEs em todo o Estado, apresentando também dados para quatro regiões: capital (cidade de São Paulo), Grande ABC, Região Metropolitana de São Paulo (39 municípios) e Interior.

De acordo com Marco Aurélio Bedê, gerente do Observatório das MPEs do Sebrae-SP, a retração da demanda e o comportamento defensivo dos consumidores em virtude da crise financeira internacional podem explicar a queda no comércio atacadista e no comércio de bens de valor elevado, assim como em setores específicos da indústria, como o de bens de capital e de bens duráveis. “Os setores mais afetados são exatamente os que foram mais atingidos pela escassez de crédito no início da crise e pelo temor dos consumidores de assumir novos compromissos financeiros de longo prazo”, analisa.

Contribuíram ainda para esse resultado a corrosão do faturamento real em virtude do aumento da inflação – que, de outubro/2007 a outubro/2008, registrou alta de 5,77% – e a base de comparação elevada, já que outubro de 2007 havia apresentado o melhor resultado em termos de receita real para um mês de outubro desde 2003.

No setor de serviços, o movimento foi no sentido inverso, com expansão de 3%, puxada pelos serviços prestados às empresas – como de contabilidade, advocacia, publicidade e segurança – e ao consumidor final, cujos preços são mais acessíveis à população e não dependem de crédito. Esses setores foram favorecidos nas vendas pelo aumento do total de pessoas ocupadas na economia e pelo crescimento da massa salarial total paga aos trabalhadores no país nos últimos meses.

Para o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, o aumento no faturamento do setor de serviços, que representa cerca de 1/3 (32%) dos pequenos negócios no estado, indica claramente que os setores estão reagindo de forma diferente na crise e que o problema efetivamente está mais restrito às empresas que dependem de crédito. “Parte da indústria e do comércio, que trabalham com produtos que dependem mais de financiamento, aparentemente sentiram a restrição ao crédito, o que já se era esperado. Mas o setor de serviços, que não depende tanto de financiamento, seguiu em expansão. Isso é um sinal de que a crise internacional pode ter um efeito no Brasil menor do que alguns analistas imaginam”, avalia Tortorella

MPEs mantêm otimismo - Apesar das quedas na indústria e no comércio, as expectativas dos empresários continuam positivas. De acordo com pesquisa de opinião realizada no mês de novembro com 2,7 mil empresas de micro e pequeno porte, 57% dos empreendedores de pequenos negócios (mesmo índice de outubro) acreditam na melhora do faturamento nos próximos meses e 36% apostam na manutenção de receita.

Os empresários também continuam otimistas com relação à economia brasileira: 54% acreditam na melhora.

Para o gerente de Observatório das Micro e Pequenas Empresas, “como esta pesquisa foi realizada durante o mês de novembro, pode ser um indício de que o movimento de clientes se recuperou frente ao mês de outubro, tendo em vista as compras de final de ano”.

Para Tortorella, as expectativas identificadas neste último levantamento mostram que o fator renda, expresso pelo aumento do emprego e da massa de salários totais pagos na economia ocorrido nos últimos meses, talvez possa atenuar a curto e médio prazos os problemas na área de crédito.

Comparação mês a mês - Na comparação de outubro/2008 com setembro/2008, a queda no faturamento das MPEs foi de 1,4%, o que representou uma perda de R$ 311 milhões no caixa das empresas.

Por setores, indústria (+5,3%) e serviços (+2%) apresentaram crescimento no faturamento real, enquanto o comércio (-5,2%) teve queda na receita real em comparação com o mês anterior. | Site: www.sebraesp.com.br, clique em “Conhecendo a MPE”, seção “Indicadores de Conjuntura”.

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