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05/12/2008 - 10:56

BNDES aprova cinco novas usinas de álcool no valor de R$ 1,8 bilhão


Os investimentos vão gerar 7,5 mil empregos na Região Centro-Oeste e no interior de São Paulo.

A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamentos de R$ 1,8 bilhão para a construção de cinco novas unidades industriais de açúcar e álcool.

A empresa ETH, controlada pelo grupo Odebrecht, receberá R$ 1,15 bilhão para a construção de três unidades industriais nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. Os outros R$ 634 milhões serão destinados à IACO Agrícola, dos grupos Grendene, Irmãos Schmidt e do empresário André Esteves, para a construção de uma usina em Mato Grosso do Sul e para a Usina São Fernando, controlada pelos Grupos Bertin e Bumlai, para implantação de outras duas unidades também em Mato Grosso do Sul. O apoio do BNDES aos três grupos permitirá investimentos totais de 2,9 bilhões na economia brasileira e a geração de 7,5 mil empregos na região Centro-Oeste e no interior de São Paulo. Além disso, a partir de recomendação do BNDES, serão feitos investimentos ambientais e sociais no entorno das unidades. Na ETH, esses aportes somarão R$ 24 milhões.

As três usinas do grupo Odebrecht terão capacidade de moagem total de 14 milhões de toneladas, a ser atingida até 2013. O apoio do BNDES, correspondente à primeira fase do projeto (2008 a 2010), equivale a 60% do valor total do investimento, de R$ 1,921 bilhão. A meta de produção de todas as usinas da ETH a partir da safra 2015/2016, é de 45 milhões de toneladas de cana por safra e venda anual de 2,9 bilhões de litros de etanol, 1,8 milhão de toneladas de açúcar e 700 MW de energia.

A usina São Fernando Açúcar e Álcool (Bertin e Bumlai) terá capacidade de moagem de 2,3 milhões de toneladas de cana por safra e de gerar 49MW de energia elétrica, com início de operação previsto para 2009/10. A produção de etanol será de 200 milhões de litros anuais.

A capacidade de produção da IACO será de 1,9 milhão de tonelada de cana-de-açúcar na safra 2011/12, 161 milhões de álcool e vai gerar 40 MW. A localização do projeto, em Chapadão do Sul (MS) é estratégica devido à grande disponibilidade de boas terras e por ficar a, apenas, cerca de 15 quilômetros da Ferronorte.

Atuação do BNDES - Os cinco novos projetos agregam-se às 38 novas usinas aprovadas pelo BNDES desde 2004. Naquele ano, o setor sucroalcooleiro iniciou forte ciclo de investimentos, sobretudo em razão do rápido crescimento da frota de veículos flex-fuel, lançados em 2003.

Em 2008, o volume total de aprovações para o setor foi de cerca de R$ 6 bilhões. Somente as aprovações para projetos de implantação de usinas alcançaram cerca de R$ 4,5 bilhões, cifra que supera em 80% o total registrado em 2007 em aproximadamente 30 vezes o valor aprovado em 2004.

Outro destaque observado é o aumento do tamanho médio das novas unidades industriais. Em 2007 as usinas aprovadas tinham capacidade média de moagem de 1,7 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, enquanto em 2008 tal média alcança 2,5 milhões. O conjunto de 43 usinas aprovadas irá gerar 59 mil novos empregos, sendo, aproximadamente, 11 mil vagas na etapa industrial.

Gráfico 1 – Projetos Greenfield – Valor Aprovado (em R$ Milhões) e Número de Novas Usinas Gráfico 2 – Capacidade de Moagem Total e Moagem Média das Novas Usinas Aprovadas pelo BNDES – Em milhões de t. de cana-de-açúcar

No que se refere à distribuição geográfica, os projetos aprovados pelo BNDES têm se concentrado na região Centro-Oeste e no oeste dos estados de Minas Gerais e São Paulo, conforme ilustra o Mapa a seguir.

Distribuição geográfica das novas usinas aprovadas pelo BNDES.

Com relação aos aspectos sócio-ambientais dos projetos, o BNDES condiciona a aprovação dos pleitos e a liberação dos recursos à apresentação de todas as licenças ambientais pertinentes. Quanto às questões sociais, a diretoria do BNDES tem exigido, nos projetos de maior monta, a apresentação de investimentos, sobretudo aqueles voltados para a comunidade externa à usina.

Perspectivas para 2009 - No próximo ano, o valor das aprovações ficará próximo ao registrado em 2008. Conforme demonstra a tabela a seguir, o conjunto de operações já enquadradas e em fase de análise - ou seja, que estão em etapas próximas à aprovação - totaliza R$ 3,4 bilhões. As operações em consulta e em perspectiva somam R$ 1,4 bilhão, o que totaliza estoque de R$ 4,8 bilhões ainda não contratados.


Carteira de Projetos de Biocombustíveis

Nível | Qtde. | Valor Financiado | Ticket Médio

............................................R$ Milhões | R$ Milhões

Perspectiva + Consulta: 5 1.374 | 274,80

Enquadradas : 18 | 2.611| 145,06

Análise: 7 | 799 | 114,14

Aprovadas: 11 | 3.433 | 312,09

Contratadas: 36 | 4.198 | 116,61

Total Geral: 77| 12.415 [Posição de novembro de 2008].

O volume total de desembolsos do BNDES, incluindo, além dos financiamentos à produção de açúcar e álcool (implantação e expansão de usinas), projetos de exclusivos de cogeração de energia elétrica e operações automáticas, deverá continuar elevado e situar-se em torno de R$ 7 bilhões. O valor será 15% superior ao verificado em 2008, ano em que as liberações ultrapassarão R$ 6 bilhões.

Para se ter uma medida da relevância do setor sucroalcooleiro, as liberações em 2008 equivalem à cerca de 8% do total desembolsado pelo BNDES, conforme demonstram os dados apresentados a seguir.


Desembolsos do BNDES – Total e Sucroalcooleiro – Em R$ milhões:

Ano....... 2004............ 2005......... 2006 .......... 2007 ........ 2008 (*)

Total: 38.068,75 | 45.852,00 | 49.119,36 | 61.175,64 | 73.060,67

Sucroalcooleiro: 590,52 | 1.090,81 | 1.972,89 | 3.556,71 | 5.733,12

Particip. Sucro : 1,6% | 2,4% | 4,0% | 5,8% | 7,8% [ (*) Até 02.12.2008 ]

A importância dada ao setor sucroalcooleiro é reflexo da confiança do BNDES nos fundamentos que norteiam a expansão de médio e longo prazo do setor, tais como: as vendas de veículos flex-fuel continuarão a representar mais de 90% do total de automóveis comercializados; o etanol produzido a partir da cana é reconhecidamente mais competitivo do que aquele produzido a partir de outras matérias-primas; e, principalmente, a necessidade de reduzir emissões de CO2 tornará fundamental a adoção cada vez maior, por outros países da obrigatoriedade da mistura do etanol à gasolina, tal como já ocorre no Brasil.

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