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06/12/2008 - 07:45

Siderurgia pede alíquotas de importação nos patamares de 2004

Produtos derivados do aço com tarifa zero mantém mercado brasileiro vulnerável às exportações asiáticas em meio à crise mundial.

Em meio à tensão internacional relacionada à falta de crédito, as alfândegas brasileiras seguem vulneráveis aos produtos cada vez mais baratos provenientes da Ásia – especialmente da China – e do resto do mundo. Diante da crise, diversos países começam a pensar em medidas de proteção ou de facilitação para exportações, mas o Brasil continua a praticar as tarifas acordadas em março de 2005, em um momento cujo objetivo era aumentar a oferta de produtos derivados do aço no mercado brasileiro.

“A situação pode chegar ao limite de colocar em cheque as revendas se algo não for feito a tempo. O nosso papel é de agir como agentes atuantes e tentar reverter o quadro para garantir a sobrevivência do setor”, avalia Christiano da Cunha Freire, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço (INDA) e do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos (SINDISIDER), representantes de cerca de dez mil empresas de distribuição e transformação de aço em todo território nacional, que já enviou uma carta ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior pedindo essa defesa comercial.

Há três anos e meio, a capacidade de produção da siderurgia nacional estava à beira do limite, o comércio mundial crescia a todo vapor e o câmbio oscilava em torno de US$ 2,60. Em um cenário que beneficiava exportações, as alíquotas de importação de 15 produtos siderúrgicos que eram em media de 12% entraram na Lista de Exceção à TEC – Tarifa Externa Comum, um acordo entre países do Mercosul, e foram reduzidas a zero pela Câmara de Comércio Exterior(Camex).

O cenário mais preocupante nesse momento, no entanto, é justamente o inverso: impedir que os preços diminuam diante da crise global de crédito, trabalhar para que não haja uma queda de demanda interna e externa, além de interromper o avanço do setor siderúrgico de outros países.

Com estoques em alta, Pequim já anunciou que a partir de 1º de dezembro de 2008 estão eliminadas as tarifas de exportação para produtos de aço de alto valor agregado como parte dos esforços para impulsionar os negócios. Outros países aplicam medidas semelhantes para proteger sua indústria, enquanto no Brasil, a crescente importação de aço ameaça empresas e empregos.

Mesmo diante dos desafios, o INDA prevê que o ano deve fechar com alta de 18%, mas o cenário certamente será mais difícil em 2009. A expectativa é de queda de 30% já nos três primeiros meses. Para tentar conter um cenário mais dramático, a palavra de ordem tem sido colocar o pé no freio reduzindo a produção para evitar excesso de oferta e queda de preços.

Manutenção de máquinas e equipamentos e férias coletivas já fazem parte do plano de sobrevivência do mercado. Esse posicionamento não se restringe ao mercado siderúrgico, mas à cadeia como um todo. A indústria automobilística já anunciou férias coletivas para seus funcionários.

“Mas as medidas possíveis por parte do mercado são limitadas. Por isso esperamos que o governo se posicione cancelando a isenção tarifária para a importação siderúrgica como ato de proteção comercial”, afirma Freire.

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