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06/12/2008 - 09:26

O Agronegócio e a Quebra das Barreiras Comerciais


O potencial exportador do agronegócio brasileiro é inegável. Entretanto, no mundo globalizado, o País precisa implementar políticas e tecnologias que atendam exigências internacionais e evitem sanções comerciais. Para defender produtores locais, muitos países, especialmente os Europeus, usam estratégias que incluem a imposição de barreiras comerciais a países como o Brasil. Não faz muito tempo que a União Européia embargou a carne brasileira.

O ponto nevrálgico para o fechamento dos mercados aos produtos brasileiros tem sido justamente o nosso sistema de rastreabilidade animal, que não permite certificar sua origem nem verificar as condições de criação. Não há como saber qual foi a alimentação; os medicamentos aplicados nos rebanhos ou como foi feito o transporte e o abate. As condições sanitárias da pecuária brasileira também são freqüentemente usadas para justificar o fechamento de mercados. A desconfiança se dá principalmente quando acontecem epidemias, como a febre aftosa. É importante notar que as justificativas para o bloqueio sempre se baseiam na nossa incapacidade de assegurar boas práticas e antever cenários.

O mundo globalizado e signatário de acordos internacionais de comércio também contribui para a manutenção das exigências. Mesmo que se eliminem barreiras alfandegárias e tarifárias restarão os critérios técnicos de qualidade e responsabilidade sócio-ambiental para se manter barreiras mercadológicas. De todo modo, os prejuízos da inabilidade em atender estas demandas enfraquecem o agronegócio, acarretam custos políticos para os governos, deterioram a cadeia produtiva vinculada à produção animal e vegetal, além de diminuir as perspectivas de sustentabilidade das famílias rurais.

Para neutralizar os argumentos que acabam excluindo a carne brasileira do mercado internacional, é preciso implantar um sistema avançado de rastreabilidade animal, que ofereça um maior controle das práticas utilizadas na criação de gado no Brasil. Esse sistema precisa ser compatível com a nossa geografia, com o ritmo de desenvolvimento do rebanho, a alimentação, etc. É preciso considerar as peculiaridades da organização do campo no Brasil e utilizar um sistema de tecnologia nacional.

Entretanto, só um sistema de rastreabilidade não assegura a solidez na exportação de produtos agropecuários, pois este sistema é apenas um repositor de dados que permite auditar as características de cada indivíduo de um rebanho ou produto oriundo dele. Neste sentido, é preciso pensar em tecnologias que tenham a capacidade de integrar e cruzar as diversas bases de dados do setor, desde o transporte até as propriedades rurais, de modo a formar uma base de conhecimentos da cultura agropecuária. E a partir daí, extrair informações, conhecer perfis e monitorar a cadeia produtiva do agronegócio para identificar vulnerabilidades que contribuem para alastrar doenças e, claro, gerar ações preventivas para evitar que se propaguem. E desta forma, impedir que países explorem estes fatores para impor barreiras aos produtos brasileiros.

Com a aplicação desse sistema, seria possível fazer a gestão eficiente da crise, controlando-a rapidamente com a menor quantidade de recursos, dar respostas ágeis à crise e à necessidade de uma vigilância constante das atividades de fiscalização sanitária, desde o ingressode animais, seus produtos e sub-produtos. Além de monitorar portos, aeroportos e fronteiras; o ingresso de pessoas e de meios de transportes de países contaminados, também permite detectar falhas nas medidas de biocontenção de laboratórios que manipulam o agente.

Somente a utilização constante de ações preventivas pode garantir o cumprimento rigoroso das normas de biossegurança e a certificação dos produtos de origem animal. O cruzamento de dados e a abrangência da tecnologia vão centralizar a coordenação e o acompanhamento das ocorrências, em tempo real, de focos de zoonoses. A tecnologia permite, inclusive, a identificação georreferenciada, que considera peculiaridades geográficas da área atingida: sobre a origem do foco, a localização dos corredores sanitários e pontos de fiscalização, a realização de bloqueios de Guias de Transporte Animal – GTAs, entre outras.

A tecnologia precisa ter recursos para auditar processos da cadeia produtiva do setor e, a partir de características semelhantes a de um sistema de inteligência de segurança pública, controlar fronteiras e a movimentação de pessoas e cargas. Além disso, mobilizar forças envolvidas nas ações de vigilância e diligências sanitárias e incluir fontes sobre assuntos disponíveis no mundo, inclusive de ocorrências anteriores, para dar suporte a decisões e ao planejamento de ações.

Estamos falando de um projeto ambicioso, capitaneado pelo Ministério da Agricultura em conjunto com órgãos de defesa dos Estados que comporiam um sistema integrado de defesa animal, formado por centros de inteligência espalhados pelos Estados. A gestão ficaria em uma ‘Sala de Situação’, que proporcionaria uma macro-visualização dos cenários do agronegócio, para coordenar as ações de abrangência nacional, como o controle interestadual e das fronteiras com outros países.

Cabe observar que uma solução deste tipo, embora focada no controle da sanidade animal, pode perfeitamente ser aplicada para a defesa da sanidade vegetal. Os instrumentos são os mesmos, mudam apenas os atores. E o Brasil já possui tecnologia nacional para esse tipo de ação.

Qualquer proposta desta relevância passa necessariamente pela utilização de sistemas de gestão do conhecimento agropecuário baseado em tecnologias da informação, com o emprego de técnicas como a inteligência artificial. De preferência, desenvolvidas por empresas com experiência em projetos de missão crítica. Ora, o projeto é ambicioso, de longo prazo e depende de vontade política dos governos, mas, sem dúvida, capaz de assegurar e manter a confiança dos mercados importadores e também a ampliação destes, incrementando a vocação exportadora de produtos de origem animal do Brasil.

. Por: Djan de Almeida do Rosário é Supervisor de Negócios Institucionais da Dígitro Tecnologia.

Perfil da Dígitro: - Fundada em 1977, em Santa Catarina, a Dígitro logo se destacou como modelo de empresa de alta tecnologia, desenvolvendo para as operadoras de telefonia brasileira alguns itens de infra-estrutura antes integralmente importados. Com a abertura do mercado para concorrentes internacionais, a empresa não apenas sobreviveu, como obteve sucessivas taxas de crescimento nos últimos anos. A empresa avançou de forma expressiva sobre o segmento corporativo e de provedores de serviços. O volume de negócios fechados, em 2007, atingiu a marca de R$ 108 milhões, registrando um crescimento de 30% em relação a 2006. Além disso, a Dígitro é a primeira empresa brasileira e a segunda da América Latina a conquistar a TL 9000, certificação específica para a área de telecomunicações que estabelece parâmetros mundiais, inclusive com medição comparativa, sobre as melhores práticas do setor. (www.digitro.com)

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