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09/12/2008 - 09:52

Local Motion SP Contest 08 define os melhores da temporada


Em ondas menores, cinco surfistas da Grande São Paulo comemoraram suas conquistas.

A praia de Itamambuca, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, entrou para a história do surf da maior metrópole brasileira. O Confronto Final do Circuito Local Motion SP Contest 08 encerrou no dia 7 de dezembro (domingo), com ondas menores comparadas ao dia anterior. Só as disputas que continuaram acirradas para definir os cinco campeões. Três nomes inauguraram a galeria e dois conseguiram se manter entre os melhores.

A competição começou com ondas de até dois metros de altura no sábado. As condições difíceis não intimidaram a turma que mora a quilômetros de distância do litoral. Os melhores surfistas da Grande São Paulo, classificados pelas suas seletivas e pela divisão de acesso, o SP Trials, mostraram que o nível vem aumentando a cada ano. Nas baterias, a briga pelas vagas da fase seguinte era intensa no mar, já que na areia, o que predominava era o espírito de camaradagem e de grande confraternização.

No dia decisivo, as ondas beiravam em torno de um metro de altura, facilitando um pouco mais a vida dos atletas. A primeira final a definir o campeão da temporada foi entre as meninas. Presentes somente no Confronto Final, a bateria foi formada por três campeãs. Renata Bosquetti, da Zona Sul, venceu na primeira edição, em 2002. Da Zona Oeste, Andréa Planas foi a melhor, em 2003, e Juliana Gadelha, bicampeã nos anos de 2005 e 06. Completando, estava Roberta Costa, de São Bernardo do Campo, no ABC.

No começo, Andréa indicava que queria repetir o feito de cinco anos atrás e começou na frente. Mas Juliana estava mais solta e arriscou mais. Na terceira surfada, ela assumiu a primeira colocação depois de somar 4,5 pontos. Sem chances de reação, ela confirmou a vitória adicionando mais 4,25, acumulando as duas melhores ondas da bateria. "As meninas são minhas amigas e estou muito feliz de vencer", disse a tricampeã.

Moradora do bairro de Higienópolis, ela comemorou. "Ganhar aqui em Itamambuca, um lugar que tenho o maior prazer de vir, é maravilhoso. Nesse circuito temos a chance de encontrar a galera, o campeonato é alto astral. Não existe outro que seja assim, nessa descontração, não há aquela rixa, é bem legal", disse a surfista de 26 anos que ganhou como prêmio uma passagem para o Peru, onde passará uma semana com os demais campeões do Circuito.

Só com uma viagem para fora do país a trabalho, ela está ansiosa em conhecer as ondas peruanas. "Fui para a Austrália trabalhar por duas semanas e não deu para aproveitar muito. Só surfei três dias. E como ainda não conheço as ondas do Peru, estou super afim de ir para lá, ver qual é das ondas. Dizem que é bem frio, mas elas são bem perfeitas". Sobre o frio, Juliana não vai precisar se preocupar. Ela vai ganhar uma roupa de borracha da FreeSurf WetSuit sob medida, assim como todos os vencedores.

Na segunda decisão, surfistas com até 18 anos de idade caíram na água. Destes, Caio Rodrigues estava defendendo o caneco, já que foi o melhor no ano passado na categoria Junior. De São Bernardo do Campo, ele até assumiu por um bom tempo a liderança. Mas na água, estava Erick Proost, campeão da seletiva Open da Zona Sul. Sua virada aconteceu na sexta onda ao somar 5,75.

"Estou muito feliz e como não consegui ir tão bem na Open, esperava vencer na minha categoria", disse o surfista de 18 anos que competiu sem a sua prancha mágica. "Quebrei ontem a minha 5'8" ao meio e cai com uma 6'1". Não estava muito confiante com a prancha, mas fui para me divertir. Até que consegui pegar umas boas como aquela esquerda que virei. Estou muito feliz, sem palavras".

Ao lado da família, Proost agradeceu o apoio. "É muito legal. Todos me deram a maior força. O meu pai surfa desde moleque e foi ele que me colocou na água". Para Eduardo Rodovale, de 50 anos, acompanhar o filho não é fácil. "A gente sofre mais do que ele. Esse é o primeiro campeonato dele, mas digo que o coração não agüenta. Realmente é uma sensação que não dá para explicar, a gente fica aqui minuto a minuto torcendo. É muito bacana".

Erick também vai conhecer o Peru. "Meus amigos já foram para o Peru e falaram que as ondas são muito boas. Eu vim competir amarradão, querendo essa viagem, tanto é que corri também na Open para ter mais chances, e consegui. Estou felizão". No ano passado, ele conheceu outras ondas. "Já viajei para Costa Rica em fevereiro de 2007".

Na categoria Longboard, o título foi decidido no último segundo. Marcelo Melo, que fez duas finais, estava na frente. Mas seus oponentes, precisavam de ondas medianas para virar. Nos segundos finais, Danilo Silva, da Zona Norte, e Leonardo Paioli, da Zona Sul, pegaram onda. Silva, que venceu a sua seletiva, não conseguiu virar, mas Leo teve mais sorte e marcou 6,5 para assumir a primeira colocação, tirando a alegria de Melo.

Acumulando seis títulos no Confronto Final, o sobrinho dos pioneiros Zé e Chico Paioli, era só emoção. "A bateria foi complicada e esse título, tive que suar desde o começo. Mas consegui achar a onda no final e estou super feliz". Presente desde 2002 e vencedor de todas as suas seletivas, Leo definiu muito bem o espírito do evento. "O circuito é uma família".

O mesmo aconteceu entre a turma de 35 anos de idade em diante. Flávio Boca, da Zona Oeste, foi outro que esteve em duas finais. Começando com uma onda 6,25, ele era o líder da Master e tudo parecia que iria comemorar. No entanto, Taciano Parri encontrou forças em sua terceira onda. Com fortes batidas ele convenceu os juízes que merecia uma boa nota e foi isso que aconteceu. Precisando de 5,46 para virar, o surfista da Zona Sul recebeu 7,50.

"Fiquei o tempo todo esperando a minha onda e ela veio. Lutei muito para chegar até aqui. Estou voltando agora para as competições", disse. Hospedado na casa de seu oponente na bateria, ele agradeceu. "Quero agradecer o Miranda e sua família pela estadia", disse o atleta de 39 anos e morador do bairro Campo Belo. Parri já surfou em vários picos. "Já fui uma vez para o Peru, duas vezes para o Hawaii, Califórnia, Mentawaii. Isso tudo porque trabalhei 10 anos em uma companhia aérea e isso me possibilitava fazer essas viagens".

Na última do dia, a liderança da Open foi definida logo no começo. Flávio Boca, que não saiu do mar e continuou na água, começou bem de novo. Em sua primeira onda, ele somou 6,50. Na segunda, outra nota alta, 8 pontos. Somando 14,50 dos 20 possíveis, ele deixou os demais atletas em combinação. O único que ameaçou foi Eduardo Maia, que melhorou sua pontuação com boas ondas, mas não o suficiente para reverter o resultado.

"Para mim é um presente. Peguei duas direitas muito boas no começo e uma delas era bem com a cara de Itamambuca, uma bela direita", festejou o novo campeão Open. Aos 38 anos, Boca, morador do bairro Pinheiros, agradeceu seus pais pela oportunidade de iniciarem no surf. "Agradeço o meu pai e o meu avô que me deram uma pranchinha na década de 70". Este ato foi repetido por ele depois do pódio.

Flavio Boca entregou a sua prancha para o museu da empresa Java Jive, detentora da marca havaiana Local Motion no Brasil, e da Onbongo, que desde 2002, fica com as pranchas dos campeões das etapas do WQS que patrocina. No acervo estão os foguetes dos surfistas: Chris Davidson, campeão em 2002, do francês Patrick Beven (2003), do australiano Richard Lovett (2004) e dos brasileiros Heitor Alves (2005), Renan Rocha (2006), e Adriano de Souza (2007). Neste ano foram entregues as do Wiggoly Dantas e do californiano Shaun Ward.

Na premiação da Melhor Onda Surf Team, dois surfistas dividiram o pódio. O primeiro a marcar a maior nota da competição foi Pedro Oliveira, ao receber 8,5 pontos na quarta bateria da segunda fase, realizada no sábado. Já no domingo, Leonardo Paioli igualou ao Oliveira na terceira bateria da primeira fase da Longboard.

Com a apresentação da Tent Beach, o Circuito Local Motion SP Contest 08 contou com o patrocínio da Local Motion. Apoio: FreeSurf Wetsuit e BHS. Melhor Onda: Surf Team. Prancha Oficial: Glasser Future Surfboards. Divulgação: Waves.Terra. Organização: Event Tools Promoções e Eventos Ltda. Realização: Associação de Surf da Grande São Paulo; Associação Ubatuba de Surf; Prefeitura de Ubatuba; Federação Paulista de Surf; Governo do Estado de São Paulo; Secretaria do Esporte, Lazer e Turismo e Deputado William Woo.

Resultados.: Open: 1 - Flavio Boca - Zona Oeste | 2 - Eduardo Maia - Zona Norte | 3 - Marcelo Melo - Zona Oeste | 4 - Victor Lage - Zona Norte.

Junior: 1 - Erick Proost - Zona Sul \ 2 - Caio Rodrigues - São Bernardo do Campo – ABC | 3 - Guilherme Lopes - São Bernardo do Campo – ABC | 4 - Pedro Henrique - Zona Oeste.

Longboard:1 - Leonardo Paioli - Zona Sul | 2 - Marcelo Melo - Zona Oeste | 3 - Danilo Silva - Zona Norte | 4 - Paulo Giachetti - Zona Sul.

Master: 1 - Taciano Parri - Zona Sul | 2 - Flavio Boca - Zona Oeste | 3 - Alexandre Miranda - Zona Oeste | 4 - Beto Schina - Zona Oeste.

Feminino: 1 - Juliana Gadelha - Zona Oeste | 2 - Andréa Planas - Zona Oeste | 3 - Renata Bosquetti - Zona Sul \ 4 - Roberta Costa - São Bernardo do Campo - ABC.

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