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11/12/2008 - 10:52

Linguagem comum para o Real e o Peso Argentino

Com a recente entrada em vigor, em caráter experimental, da utilização das moedas locais no comércio entre Brasil e Argentina, o portunhol não será a única linguagem comum a contribuir para o sucesso da iniciativa. As ferramentas da automação já utilizadas nas duas nações, pela atuação precisa das organizações GS1, entidades multissetoriais, sem fins lucrativos, serão ainda mais eficazes como fator de eficiência e de incremento do intercâmbio bilateral. Nos últimos dois anos, essas relações evoluíram de modo expressivo. Em 2007, o Brasil vendeu à Argentina o equivalente a US$ 14,4 bilhões e importou US$ 10,4 bilhões. O superávit comercial brasileiro de US$ 4 bilhões significou aumento de 9% em comparação a 2006. Espera-se, ainda, que, ao final de 2010, o fluxo comercial recíproco chegue a US$ 40 bilhões.

Esses números cada vez mais promissores referentes ao comércio entre as duas maiores economias da América do Sul são suportados por intensas operações logísticas, envolvendo as distintas cadeias de suprimentos. São milhões de toneladas mensais de alimentos e grande quantidade de produtos industrializados, bens de capital e de consumo. A logística, é importante salientar, não abrange apenas o transporte de todos esses itens entre os dois países, mas também a troca de informações no âmbito das empresas e entre os parceiros comerciais.

Nesses processos logísticos, a organização GS1 disponibiliza ferramentas fundamentais para a eficiência do fluxo de produtos e de informações, com uma linguagem única e utilizada em mais de 140 países, facilitando o gerenciamento das cadeias de suprimentos e garantindo a qualidade e veracidade das informações trocadas. A integração das mensagens eletrônicas com o código de barras possibilita às empresas criar um diferencial competitivo importante, uma vez que, automatizadas, suas operações tornam-se muito mais rápidas, seguras e confiáveis. Sem tais avanços, não seria tão simples alterar de modo abrupto todo o padrão monetário das relações bilaterais entre brasileiros e argentinos. A eficácia na transmissão das informações contidas no código de barras e a utilização das mensagens EDI contribuem muito para o sucesso da iniciativa.

Também está em franco desenvolvimento o EPC (Código Eletrônico de Produtos), avançada ferramenta que utiliza a tecnologia de radiofreqüência como forma de comunicação. Um dos seus grandes diferenciais é a capacidade de rastreabilidade. Esta ferramenta, cuja disseminação no Brasil e no mundo está sendo realizada pelas organizações GS1, captura automaticamente as informações de um produto, sem a necessidade de leitura física. Isso permitirá o acesso às informações em tempo real. Será possível, por exemplo, saber se o item em questão encontra-se na área de vendas ou no estoque, ou se a carga está no centro de distribuição ou no caminhão. Enfim, um universo de possibilidades que irá revolucionar, e muito, a gestão administrativa, logística e comercial. Outra tecnologia que chega para atender necessidades específicas é o Databar, um novo tipo de código de barras capaz de carregar muito mais informações.

Mais do que nunca, a eficácia e qualidade das comunicações empresariais torna-se elemento fundamental. Toda empresa, das distintas cadeias produtivas, tem numerosos parceiros, com os quais precisa comunicar-se eficientemente — e em tempo real, falando o mesmo idioma eletrônico, independentemente das línguas pátrias do vendedor e do comprador no mercado b2b. Nesse contexto, os avanços da automação traduzem-se em valor agregado, maior satisfação dos clientes, redução de custo e mais eficiência logística, inclusive em transações internacionais. Toda essa tecnologia estará presente na utilização das moedas locais no comércio entre Brasil e Argentina, contribuindo muito para que se alcancem os resultados esperados quanto à redução de custos nas transações, incluindo o frete e o seguro.

. Por: Sergio Ribinik é CEO da GS1 Brasil, membro do Board of Governors da EPCglobal, uma divisão da GS1 global, e também membro do Conselho Internacional da GS1.

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