Defensivos agrícolas: empresa brasileira garante abastecimento do mercado

Fechamento de fábricas na China e crise internacional abrem oportunidade para a produção nacional com preços competitivos .

A atual crise financeira internacional afeta a economia de todos os países e alcança todos os setores. No caso do Brasil, os efeitos mais imediatos são a valorização do dólar, o aumento dos juros bancários e uma retração inicial no consumo. A agricultura, que representa um dos principais motores do desenvolvimento nacional, vive momentos de expectativa com a possibilidade de diminuição dos preços das commodities e o encarecimento dos insumos importados.

Apesar do cenário preocupante, o país está mais preparado para enfrentar a crise em comparação a turbulências econômicas do passado. As reservas em dólar estão em patamares elevados, a inflação está sob controle e o crédito mostra uma tendência de normalização.

Para o produtor rural, a boa notícia está na garantia de abastecimento de defensivos agrícolas pela indústria nacional Fersol S/A, que faz parte da seleta dupla de fabricantes de metamidofós no mundo e de endussulfan no Brasil. Com o fechamento de fábricas na China, provocado pelo não atendimento das especificações internacionais, as multinacionais do setor estão em busca de alternativas. Enquanto isso, a Fersol mostra condições de atender o mercado brasileiro depois de uma série de melhorias no processo industrial de sua planta de Mairinque (SP).

“Os agricultores podem ficar tranqüilos porque nossa capacidade de produção de metamidofós, endussulfan e acefato, entre outros, tem condições de suprir 100% da demanda nacional com preços competitivos”, afirma Michael Haradom, diretor-presidente da empresa. Ele cita o exemplo do metamidofós, que, no Brasil, tem um consumo anual estimado entre 22 e 24 milhões de litros. Sozinha, a Fersol pode produzir 30 milhões de litros, o que é suficiente para abastecer o Brasil e atender parte do mercado da América Latina. No caso do acefato, o mercado brasileiro é de 3 mil toneladas/ano e a Fersol tem capacidade de produção 10% superior a essa demanda.

Com 33 anos de existência, a Fersol também fabrica clorpirifós, permetrina, cipermetrina, propargite e temefós (específico para a dengue). Em breve deverá trabalhar com outras moléculas como glifosato e atrazina.