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09/03/2007 - 15:43

Presidentes Lula e George W. Bush visitam instalações da Petrobras em São Paulo


Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos da América, George W. Bush, visitaram dia 9 de março, instalações da Petrobras em Guarulhos, no Estado de São Paulo. Lula, acompanhado do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, mostrou ao presidente americano as diversas etapas de produção do etanol e biodiesel. A visita durou 30 minutos.

O presidente Lula considerou a assinatura do memorando voltado para incorporação do etanol à matriz energética americana, "uma resposta ao desafio energético do século XXI". O presidente brasileiro destacou a criação de bases no mercado mundial para os biocombustíveis como uma enorme contribuição ao meio-ambiente. "Tudo que fizermos para deter o aquecimento global é bem-vindo. Nós que poluímos o planeta no século passado temos o dever de promover o desenvolvimento sustentável no século XXI", afirmou. Lula lembrou que o Brasil mais que triplicou a produtividade da cana-de-açúcar sem prejuízo para a produção de alimentos e promoveu ainda a redução do desmatamento na Amazônia. "Estou convencido de que os EUA serão um sócio extraordinário neste empreendimento", finalizou.

O presidente George W. Bush disse que "estava muito animado com as possibilidades do etanol e biodiesel" e destacou a atuação da Petrobras. "Apreciei muito a conversa com o presidente Sergio Gabrielli e com o empenho da empresa em buscar inovações nesta área de biocombustíveis. Os EUA estão muito interessados em biocombustíveis porque depender do petróleo de outro países para nós é uma questão de segurança nacional. É um problema econômico. Se a demanda aumenta em países como a China, por exemplo, o preço sobe. Pretendemos acrescentar 10% de etanol aos nosso combustíveis em dez anos. Isto representa 35 bilhões de galões. Desde o início do meu governo já gastamos US$12 bilhões em pesquisas e tecnologias para fontes alternativas de energia e vocês têm grandes cientistas. Estou otimista e acho que a América irá se beneficiar desta fontes".

Etanol - A Petrobras atua no segmento de etanol há mais de 30 anos. Na década de 70, apoiou a implantação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Com sua estrutura de abrangência nacional destinada a transporte, armazenamento, distribuição de derivados líquidos de petróleo e à mistura de álcool à gasolina, a Petrobras pôde garantir a agilidade, a eficiência e a efetividade que o programa precisava para se desenvolver.

A Petrobras atuou no processo de mistura do álcool à gasolina, testando em sua frota misturas nas proporções de 10%, 15%, 20% e 25% de álcool anidro. O percentual vigente atualmente é de 23%.

A companhia foi a primeira a converter sua frota para utilização do álcool hidratado, utilizando motores com componentes desenvolvidos e testados em seu Centro de Pesquisas (Cenpes). Instalou as primeiras bombas de álcool em seus postos de combustíveis, além de desenvolver e instalar os primeiros tanques para estocagem de álcool carburante, estrategicamente localizados junto às zonas produtoras. Em pouco tempo a Petrobras dispunha de capacidade de tancagem para álcool superior a um bilhão de litros.

Com essa participação decisiva da Petrobras, principalmente no setor de movimentação e estocagem, o novo combustível conquistou o mercado automotivo. A partir de 2003, é o carro bi-combustível (álcool e gasolina) que conquista o mercado brasileiro: a soma de veículos flex fuel já vendidos chega a 2,6 milhões de unidades.

Novos mercados - O primeiro mercado para o qual a Petrobras voltou-se na comercialização do etanol brasileiro em terras estrangeiras foi o do Japão. O projeto começa pela sensibilização das indústrias japonesas sobre a importância do uso deste biocombustível.

No final de 2005 a Petrobras e a estatal japonesa Nippon Alcohol Hanbai K.K. uniram-se para criar, naquele país, a Brazil-Japan Ethanol Co. LtD. - BJE, com 50% de participação de cada companhia, responsável pela importação de etanol para usos medicinais e em bebidas, entre outros.

No Brasil, paralelamente, a Petrobras desenvolve ações para viabilizar a produção de forma a garantir a oferta do produto ao mercado japonês. Foi firmado recentemente um Memorando de Entendimento com a japonesa Mitsui para analisar mais de 40 projetos privados com esse objetivo.

A Petrobras estuda a construção de um alcoolduto ligando as regiões produtoras de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins até Paulínia, e outro duto ligando Paulínia ao terminal de São Sebastião, em São Paulo. Os projetos em estudos podem ser financiados com recursos de instituições japonesas, do BNDES, da Petrobras ou dos próprios produtores.

A Petrobras exporta álcool para a Venezuela e está fechando a primeira carga para a Nigéria. Neste ano, a Petrobras exportará 850 milhões de litros de etanol. Conforme estabelecido no seu Plano Estratégico, em 2011 as exportações deverão atingir 3,5 bilhões de litros, sendo a maior parte para o Japão.

Biodiesel - A Petrobras está desenvolvendo seus três primeiros projetos de produção industrial de biodiesel em Candeias (BA), Montes Claros (MG) e Quixadá (CE). O biodiesel será produzido a partir de óleos vegetais e gordura animal, e cada usina terá capacidade para produzir até 57 milhões de litros anualmente, com início de produção previsto para final de 2007. O objetivo destas unidades é atender à demanda da Petrobras Distribuidora no Nordeste. Hoje, mais de 4 mil postos BR em todo o Brasil comercializam biodiesel.

O suprimento de matéria-prima para a produção de biodiesel a partir da agricultura familiar será priorizado pela Petrobras. A companhia visa, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento das cooperativas de agricultores, estimulando o aumento da produção e da produtividade de mamona, algodão, dendê e, futuramente, outras oleaginosas como girassol, amendoim e pinhão manso. Estima-se que, nas três primeiras unidades de biodiesel da Petrobras, cerca de 70 mil famílias de agricultores poderão ter emprego e renda.

Na Região Sul deverão ser instaladas duas outras usinas de biodiesel, cada uma com capacidade de produzir 100 mil toneladas de biodiesel por ano. Cerca de 80 mil famílias serão beneficiadas pelo projeto, cultivando e fornecendo para as usinas o insumo obtido de oleaginosas.

A Petrobras ainda analisa diversos projetos em outras regiões do Brasil para garantir que, em 2011, a empresa esteja produzindo 855 milhões de litros de biodiesel por ano, de acordo com o Plano de Negócios 2007-2011.

HBIO - O processo de produção de HBIO, desenvolvido pela Petrobras, permite a mistura de óleos vegetais ao óleo mineral, diretamente na unidade de refino, obtendo como resultado um diesel de qualidade superior àquele produzido exclusivamente a partir do petróleo. A mistura é feita na unidade de Hidrotratamento (HDT) da refinaria. Em relação ao diesel mineral, o diesel obtido possui baixo teor de enxofre e um número maior de cetano, o que significa melhor qualidade da combustão.

Inédito no mundo, o processo HBIO está em fase de teste e deverá entrar em operação até o final de 2007 nas refinarias Gabriel Passos (Regap), em Betim, Minas Gerais; Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Paraná; Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, Rio Grande do Sul; e na Refinaria de Paulínia (Replan), em Paulínia, São Paulo.

O cronograma do projeto prevê, até dezembro de 2007, a redução nas importações de óleo diesel convencional em até 10%, com a expectativa de aproveitamento de 256 milhões de litros de óleo vegetal na produção de HBIO.

Estima-se a implantação do processo em oito refinarias, até 2011, com um consumo anual de 1,050 milhão de litros de óleo vegetal, o que corresponde a aproximadamente 35% do volume de óleo de soja exportado em 2005.

Ao contrário do biodiesel, que necessita da construção de unidades específicas para sua produção, no caso do diesel obtido pelo processo HBIO são necessárias apenas pequenas adaptações nas refinarias já existentes, o que torna essa tecnologia, além de inovadora, mais econômica.

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