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16/12/2008 - 11:36

Museu de Zoologia da USP lança exposição “Crise da Biodiversidade: A Natureza Ameaçada”


Mostra reúne fotografias inéditas da vida selvagem e da relação do homem com a natureza, documentários temáticos, exemplares raros do acervo científico do Museu – apresentados pela primeira vez ao público, além de ciclos de palestras e filmes. De 18 de dezembro a 17 de maio de 2009.

Não há mais dúvidas sobre a grave crise ambiental que ameaça o planeta. Diante do sombrio cenário produzido pelas ações humanas nos últimos tempos, que se traduz em mudanças climáticas globais e perda da biodiversidade, as discussões sobre o futuro da Terra saíram das esferas científicas para fazer parte das preocupações de todos os cidadãos . A necessidade urgente de conservação dos ecossistemas e da sua biodiversidade tornou-se um consenso, de fundamental importância para o desenvolvimento sustentável da humanidade.

No Brasil, entretanto, a reação da sociedade diante deste quadro alarmante ainda é incipiente, com poucas oportunidades oferecidas à população em geral, para que se familiarize com a complexidade do tema. Motivado por essa conjuntura, o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo – (MZUSP) - considerado uma das maiores instituições zoológicas do mundo, lança a exposição temporária “Crise da Biodiversidade: a natureza ameaçada”. A mostra tem o objetivo de contribuir efetivamente para o debate sobre a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

A exposição reúne 30 fotografias de André Pessoa – um dos mais importantes fotógrafos brasileiros de meio-ambiente e vida selvagem da atualidade, documentários da DGT Filmes, exemplares raros do próprio acervo científico do Museu, painéis com textos explicativos, além de um ciclo de palestras com a participação de especialistas e outro ciclo de filmes temáticos. “Esta exposição abre para os visitantes uma rara oportunidade de encontro entre arte e ciência, uma forma possível do exercício de cidadania, a partir do olhar, da reflexão, da formação de opinião e participação nos destinos da sociedade”, explica o curador da mostra e coordenador de Difusão Cultural do Museu de Zoologia, Hussam El Dine Zaher.

Roteiro expositivo - “Crise da Biodiversidade: a natureza ameaçada” ocupa a Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Zoologia, dividida em módulos. Logo na entrada, um filme/animação de 3 minutos já convida o público à reflexão, ao relatar o crescimento populacional desde o século I até 2008, quando a população mundial atinge cerca de 6,7 bilhões de pessoas. Crescimento demográfico e hábitos de consumo ameaçam os biomas sem precedentes, pondo em risco a existência humana.

As instigantes fotos de André Pessoa revelam desde a harmonia e a beleza dos biomas brasileiros até as mudanças provocadas pelo homem na natureza - das quais não escapam as queimadas e o trabalho infantil. Produzidos pela DGT Filmes, documentários de cerca de 8 minutos, complementam os relatos que mostram tanto as belezas naturais da biodiversidade brasileira quanto terríveis estágios de degradação atual.

E pela primeira vez, o Museu apresentará ao público cerca de 500 exemplares de sua coleção científica, espécies já extintas ou em vias de extinção, coletados na região de entorno ao Museu, no bairro do Ipiranga, no final do século XIX e começo do XX, entre moluscos, insetos, peixes, aves e mamíferos.

Perda de biodiversidade pode causar danos irreversíveis ao planeta - De acordo com o curador, Hussam, a desinformação que permeia o debate sobre a crise da biodiversidade não condiz com a sua relevância e atualidade, o que aponta para a necessidade de um esforço concentrado de divulgação por parte dos organismos especializados. Os países pertencentes às Nações Unidas e signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), do qual o Brasil faz parte, reconhecem a necessidade de um plano de ações para reverter de forma emergencial os impactos nefastos produzidos pela perda global de biodiversidade. Entretanto, diz o curador, os esforços em torno destas ações globais revelaram a colossal desproporção entre o conhecimento adquirido e a real dimensão da trama biológica que constitui a biodiversidade. A simples tarefa de nomear as espécies existentes na Terra expõe o problema de forma vívida, gerando números literalmente estratosféricos: já foram descritas aproximadamente 1,4 milhões de espécies de organismos vivos, mas esse número representa apenas uma fração da biodiversidade real que está estimada entre 14 e 40 milhões de espécies. A título de exemplo, em um grupo já altamente conhecido como o dos mamíferos, cerca de 10 novas espécies são descritas a cada ano apenas para a América do Sul.

Museu de Zoologia é referência mundial - O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo é uma referência mundial em zoologia e detentor do mais completo acervo da fauna da região Neotropical do planeta - que abrange da Patagônia ao México.

Sua “Exposição de Longa Duração”, permanente, apresenta ao visitante parte do magnífico acervo da instituição, que possui mais de 8 milhões de exemplares de animais, e cuja organização foi iniciada há mais de 100 anos. Dividida em módulos, retrata a evolução da biodiversidade, de eras remotas aos dias atuais. No dia 17 de dezembro, a exposição permanente ganha uma novidade: a coluna geológica, totem digitalizado de 11,5 m de altura, que conta a história da vida na Terra nos últimos 650 milhões de anos.

Réplicas em tamanho natural de animais extintos há milhares de anos, fósseis encontrados no Brasil ou na América do Sul, esqueletos de primatas (gorila, chimpanzé, humano e orangotango), modelos fiéis de dinossauros que antecederam as aves, entre infinidades de outros exemplares fazem parte da exposição, ambientados de forma dinâmica, com recursos cenográficos, tecnologia, efeitos de iluminação, além de filmes de curta duração em projeção contínua.

A visita ao Museu de Zoologia é uma atividade cultural e de lazer muito proveitosa também por sua inserção em local histórico da capital paulista, o bairro do Ipiranga, e pela arquitetura ímpar de seu edifício inaugurado em 1941, projetado pelo arquiteto Christiano Stockler das Neves, mesmo autor do projeto da Estação Júlio Prestes. Representações de animais aparecem nas fachadas e nos belíssimos vitrais feitos em cristal belga, no interior do edifício. A origem do Museu está associada à Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo (CGG), criada em 1886 para organizar expedições de coletas de amostras de fauna e flora.

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, de 18 de dezembro a 17 de maio de 2009, de terça a domingo, das 10h às 17h, Avenida Nazaré, 481 – Ipiranga São Paulo – SP -Telefone (11) 2065 - 8100 - www.mz.usp.br [ Ingresso: R$ 4,00 (grátis para visitantes menores de 6 anos e acima de 60; estudantes com carteira pagam meia-entrada), a partir de 2009 o último domingo do mês terá a entrada franqueada para os visitantes].

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