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23/12/2008 - 08:43

Porto de Santos tem planos agressivos para 2009


E no balanço de 2008 registra ótimo desempenho para a carga conteinerizada.

A carga conteinerizada deve registrar um ótimo desempenho neste ano, com um total estimado em 29,4 milhões t, que representa um aumento de 7,4% sobre o movimento verificado em 2007 (27,3 milhões t). Essa performance foi acompanhada, também, pela movimentação de álcool e pela soja em grão, que devem apontar um incremento de 38% e 53%, respectivamente.

Esse desempenho, entretanto, não será suficiente para incrementar o resultado da movimentação de cargas neste ano, com relação ao registrado em 2007. A Codesp estima que em 2008 o Porto de Santos opere um total de 79,1 milhões t, considerando o realizado até outubro e o previsto para os demais meses, uma redução em torno de 2,1% em relação a 2007.

A expectativa de movimentação da carga geral em 2008 é de 33,2 milhões t, resultado que poderá representar um acréscimo de 2,4% em relação a 2007. Esse aumento se deve à performance da carga conteinerizada, que compensou a queda de 25,3% na carga solta, que deve terminar o ano com um total de 3,7 milhões t.

A queda é atribuída à redução na movimentação de líquidos e sólidos a granel. Quanto aos líquidos, ela deverá ser em torno de 12,9%, devido, principalmente, ao óleo combustível e óleo diesel, que tiveram um decréscimo em suas movimentações de 55,7% e 33,4%, respectivamente.

A redução verificada nos sólidos a granel ocorreu, principalmente, por conta da queda na movimentação de açúcar e milho que chegou a 4,7% e 41,1%, respectivamente. O desempenho dos sólidos a granel foi compensado, parcialmente, pelo aumento da soja em grão.

Projeções de movimentação para 2009 - A Codesp projeta uma queda de 1,6% na movimentação de 2009 em relação ao estimado para 2008, em razão da crise financeira mundial. Com isso o movimento do Porto de Santos deverá se situar em torno de 77,8 milhões t.

Sólidos a Granel: As previsões apontam para uma queda nos embarques de commodities agrícolas, afetando, principalmente, o desempenho dos sólidos a granel. As projeções é que esse segmento movimente 31,6 milhões t no próximo ano, resultando em um decréscimo de 3,3% em relação a 2008.

Açúcar: a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta um incremento de 13,9% para a produção de cana-de-açúcar pelo setor sucroalcooleiro. O aumento esperado na produção de açúcar é de 2,6%. De acordo com essa avaliação, a expectativa da Codesp é que se repitam os mesmos níveis de 2008 nos embarques do produto, que chegariam a 10,1 milhões t.

Adubo e Enxofre: o Brasil importa mais de 60% dos produtos utilizados na fabricação de adubos (fósforo, nitrogenados e potássio). Durante a 15ª Reunião Ordinária do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), ocorrida neste mês de dezembro, o ministro da Agricultura do Brasil manifestou a necessidade de adoção de uma ação conjunta para ampliar a produção de fertilizantes na América do Sul. Segundo o ministro, alguns países integrantes do CAS, têm condições de ampliar, significativamente, a produção de adubo. É o caso da Argentina, que pode aumentar a exploração de potássio, produto que o Brasil importa cerca de 90%.

A alta dependência da importação traz o risco de no futuro, enfrentarmos escassez de insumos básicos. Isso ocorre porque países produtores de fertilizantes como a China, Índia e EUA, são, também, grandes consumidores. Com o aumento de suas demandas internas, esses países tendem a limitar suas exportações, reduzindo a oferta mundial.

A cultura da soja é a que apresenta a maior demanda por fertilizantes, respondendo por cerca de 34% do consumo nacional, seguida pelas culturas de milho, cana-de-açúcar e café, que juntas representaram, aproximadamente, 40% do total em 2007. Considerando esse cenário, a Codesp estima redução de 10% nas descargas de adubo e de 11% nas de fertilizantes.

Polpa cítrica peletizada (CPP): com base na queda esperada pelos terminais portuários, a CODESP projeta redução de 40% nas exportações do produto em 2009.

Soja: o excesso de chuvas em outubro dificultou o preparo do solo e os baixos níveis pluviométricos verificados em novembro geraram falta de umidade no solo, prejudicando a germinação do grão, levando o produtor a desacelerar o ritmo de plantio, buscando evitar futuras perdas ou o replantio. A redução na oferta de crédito por parte das tradings que tradicionalmente financiam boa parte dos produtores também pode afetar o desempenho dessa commodity em 2009.

A atual conjuntura do mercado internacional não indica que possam ocorrer expansões na demanda. A expectativa é que haja uma retração no consumo, principalmente, porque a China, principal destino dessas exportações, divulgou, recentemente, queda de 18% nas suas importações em novembro.

Segundo as projeções da CONAB, as exportações de grãos devem se situar próximas aos níveis atuais. Já as estimadas pelos terminais portuários apontam para um crescimento em torno de 7%. Para os embarques de farelo, a CONAB projeta um incremento de 1,2%, enquanto os terminais esperam uma queda em torno de 14%. Com base nessas estimativas, a Codesp estima embarcar em 2009 em torno de 8,1 milhões t de soja em grão e 1,5 milhão t farelo de soja, permanecendo nos mesmos níveis de 2008.

Trigo: foi estimado pela CONAB um incremento de 53,4% na produção de trigo para a próxima safra, em função da expansão de 31,6% na área de plantio e aumento de 16,7% na produtividade média nacional. Assim, a CONAB prevê que ocorra redução de 23% nas importações do grão e de 12% nas de farinha. A Codesp acompanha a projeção da CONAB para o produto.

Milho: em dezembro, a quantidade de produto estocado nos silos de Mato Grosso já é a maior da história do Estado, que hoje responde por mais da metade da produção brasileira de milho safrinha. Essa produção está à espera de comprador e a previsão de viabilizar o escoamento desse volume não é animadora. Em tese não seria necessário nenhum grama de safrinha para abastecer a demanda doméstica em 2009. Se essa safrinha é dispensável, não é no mercado futuro que ela vai ser negociada. De acordo com a CONAB, os preços tiveram o seu auge em julho deste ano e os produtores esperavam que se elevasse mais, mantendo os estoques em seu poder. Como o mercado internacional está ofertado, não só de milho, como também, de produtos que concorrem com ele na fabricação de rações, como o trigo brando, aveia e cevada, as expectativas se frustraram. Esse e outros fatores, levaram os produtores a reduzir a área plantada, provocando uma queda em torno de 7,2% na produção, índice, este, adotado pela CODESP para projeção dos embarques em 2009.

Líquidos a Granel - A expectativa de movimentação dos líquidos no próximo ano é de 13,1 milhões t, que representa um decréscimo de 0,4% em relação a 2008, que deve finalizar com 13,2 milhões t.

Álcool: A decisão do governo brasileiro de desonerar, temporariamente, o imposto sobre produtos industrializados (IPI), anunciada em meados de dezembro/08, é boa para as montadoras e também para a indústria de cana-de-açúcar, uma vez que os compradores de veículos flex-fluel darão ainda mais sustentação à demanda por etanol no mercado interno. As projeções da CONAB apontam para um aumento na produção de álcool em torno de 15,7%. A Codesp estima um incremento de 8% na movimentação dessa carga em 2009.

Soda Cáustica: a expectativa para essa carga é repetir a performance deste ano, com um movimento em torno de 1 milhão t.

Óleo Vegetal: Está sendo estimada uma movimentação de 280 mil t, que representará uma redução de 3,3%.

Sucos Cítricos: A expectativa é de queda na movimentação de sucos cítricos em 2009. A Codesp projeta redução de 8,3%.

Carga Geral: Para 2009 está sendo projetada para a carga geral a movimentação de 33 milhões t, praticamente a mesma de 2008.

Carga Solta: o total esperado para o próximo ano é de 3,5 t milhões, que representa uma redução de 6,3% em relação a 2008, em função da expectativa de diminuição da importação.

Veículos: quanto à previsão de movimentação de veículos, a Anfavea informou em seu site que a divulgação ocorrerá somente em janeiro, tendo em conta que precisa de um prazo maior para apreciar a conjuntura econômica. A Codesp está considerando para 2009 a importação de 8.000 carros, que em relação à movimentação de 2008, estimada em 31 mil veículos importados, representa uma redução de 74,2%. Quanto à exportação do produto, está sendo projetada em 250 mil unidades, um acréscimo de 6,4% em relação a 2008.

Carga Conteinerizada: as projeções para a carga conteinerizada repetem o mesmo resultado estimado para 2008 (29,5 milhões t).

Metodologia: As estimativas foram feitas com base em entrevistas com representantes dos Terminais instalados no Porto de Santos, análise do comportamento histórico e perspectiva de mercado.

As previsões de movimentação em 2009 estão conservadoras em função da crise financeira mundial, que projeta redução da demanda, devido a recessão nas maiores economias do mundo e de uma severa desaceleração naquelas em desenvolvimento, aliada à escassez do crédito, que já está limitando o financiamento das exportações, e à instabilidade nos mercados de câmbio.

Na análise do mercado da soja (grãos, farelo e óleo), trigo, álcool, café, açúcar e carne, foram levados em conta o 3º e 4º Levantamentos elaborados pela CONAB e as análises de diversos sites especializados nessas cargas (Agronegócio da Gazeta Mercantil, Portal Aveword, ÚNICA, Datagro, UDOP, Sindag, Notícias Agrícolas, MNP,CNA).

Perspectivas para 2009 - A Codesp adotará postura agressiva a partir de 2009 para ampliar sua participação na movimentação de cargas no mercado brasileiro. “Planejamos uma série de ações de caráter administrativo, financeiro e operacional que pretendemos começar a viabilizar a partir do próximo ano”, afirma o diretor-presidente da empresa, José Roberto Correia Serra.

Dragagem de aprofundamento e seus reflexos - Serra destaca as obras da dragagem de aprofundamento do canal de navegação e bacias de evolução para 15 metros. No próximo dia 23 de janeiro serão recebidas e abertas na sede da SEP, em Brasília, as propostas da licitação para contratação dos serviços de aprofundamento. A Codesp estima que em maio de 2009 esteja iniciando os serviços, que têm término previsto para maio de 2010.

Segundo o presidente da Codesp, essa obra produzirá uma mudança substancial na infra-estrutura do Porto de Santos, implicando no reforço e redimensionamento dos berços de atracação, na mudança do perfil dos equipamentos de alguns terminais e em um maior controle da navegação, através de um sistema de tráfego de embarcações, o VTS (Vessel Traffic System).

O empreendimento contemplará o derrocamento de duas pedras (Teffé e Itapema) que atualmente limitam em 12 metros o calado dos navios que acessam terminais após a Torre Grande. A curto prazo, surgirão naquela região novas instalações portuárias, tais quais os terminais multiuso da Embraport e da BTP (Brasil Terminal Portuário), que vão requerer uma profundidade superior a essa.

Para viabilizar o aprofundamento, a Codesp esta em vias de assinar convênio com a Marinha do Brasil, objetivando fazer o resgate dos restos do navio Ais Georgis, naufragado em 1974. Técnicos da Marinha estiveram em Santos neste mês de dezembro realizando as primeiras inspeções na embarcação. O objetivo é que a retirada ocorra paralelamente aos trabalhos de aprofundamento do canal.

Como reflexo do aprofundamento, a Codesp já está adotando providências para reforçar a estrutura dos berços de atracação. Os trabalhos começarão pelo cais do Saboó, que receberá reforços nos Pontos 1, 2 e 3. Nesta semana a empresa assina contrato com a LPC Latina para elaboração do projeto básico que elevará a profundidade dos berços nesse local para 15 metros. Segundo o diretor de Infra-estrutura e Serviços da Codesp, Paulino Moreira, “hoje elas estão muito baixas e com o aprofundamento poderão ter um incremento na movimentação”.

O prazo para desenvolvimento desse projeto é de 45 dias e a expectativa é ter a obra iniciada em novembro de 2009. A Codesp já encaminhou correspondências aos demais terminais, solicitando que se manifestem sobre a necessidade de aprofundar seus berços.

A licitação para contratação da dragagem de aprofundamento demandou a realização de duas audiências públicas e a elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), durante o ano de 2008. As audiências focaram a possibilidade de impactos ambientais e os programas de mitigação. No mês de abril foi entregue ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) o EIA-RIMA do empreendimento, que permitiu a emissão da Licença Prévia para contratação do serviço.

Outra iniciativa importante nesse processo será a implantação do VTS. Serra estima viabilizá-lo ainda em 2009. É um sistema tecnologicamente muito avançado, que permitirá controlar, de forma eficiente, a entrada e saída de navios no porto. Segundo o presidente, “esse sistema é essencial para Santos, que opera quase 6 mil embarcações por ano”. Para Serra, o sistema disponibiliza informações que servem não só para o tráfego dentro do canal de navegação, mas também, para controle de questões ambientais, apoio em situações de emergência, etc.

Dragagem de Manutenção - Quanto à dragagem de manutenção, no período de dezembro de 2007 a novembro de 2008 foi retirado um total de 1.938.051 m³ de sedimentos do canal de navegação e bacias de evolução, a fim de atingir as profundidades de projeto.

Foram concentrados maiores esforços no Canal da Barra (1.143.852 m³), nas bacias em frente aos armazéns 30/35 e na Alemoa (282.996 m³), em decorrência dos sedimentos trazidos pelas marés e pelos rios. Nos berços de atracação foram praticamente restabelecidas as profundidades de projeto, atingindo um volume dragado de 485.389 m³.

A dragagem de manutenção foi intensificada nos últimos dias, com a chegada da draga Han Jung 4011, com capacidade para 4 mil m³, e está sendo aguardada para os próximos dias a draga Copacabana, com capacidade para 5 mil m³, objetivando deixar o canal da Barra com 14 metros de profundidade.

Para a dragagem de manutenção das profundidades atuais, a Codesp obteve junto à Cetesb, em fevereiro deste ano, a prorrogação da Licença de Operação.

Avenida Perimetral da margem direita - As obras da Avenida Perimetral da margem direita estão sendo desenvolvidas em 5 trechos. O primeiro deles, que se estende pela Rua Xavier da Silveira, está praticamente concluído, restando 300 metros de um trecho onde foi encontrado sítio arqueológico. A Codesp já efetuou levantamento e resgate desse material e encaminhou relatório ao Instituto do Patrimônio Histórico e Arqueológico Nacional (IPHAN) e aguarda autorização do órgão para retomar os trabalhos.

O segundo trecho abrange a alça viária da Rua João Pessoa. Cerca de 60% dessa fase já está concluída. Foram lançadas 15 de um total de 55 vigas. No período de 19 a 23 de dezembro serão colocadas outras 16 vigas e as restantes no final de janeiro de 2009. A CODESP espera terminar o estaqueamento até 23 de dezembro próximo. A previsão é que o viaduto seja entregue para o tráfego em abril, eliminando o conflito rodoferroviário na região.

O terceiro trecho, que envolve o contorno de Outeirinhos, está pronto. Já na alça viária da Praça da Santa, que se caracteriza como o quarto trecho, o estaqueamento foi realizado nos últimos 4 meses e está concluído. A obra dessa alça começará após o término da temporada de passageiros, a fim de evitar transtornos para o embarque de passageiros na região. A estimativa de término é para o final de 2009.

Uma parte do quinto trecho, que se estende do terminal da Marimex até a Praça da Santa, já está em obras. Em torno de 60% dos trabalhos já estão prontos e a previsão é concluir todo ele até março de 2009.

Para o trecho entre Saboó e Alemoa está sendo desenvolvido um projeto que contempla todas as intervenções projetadas para o local e seu entorno, tais como o mergulhão, previsto no projeto de revitalização dos armazéns 1 ao 8, o reordenamento de arrendamentos na área do Saboó, a influência do acesso ferroviário, a ligação a seco entre as margens e a construção de novos terminais como o TEVAL e o Brasil Terminal Portuário (BTP). A expectativa é concluir esse projeto em um prazo de 8 meses.

Avenida Perimetral da margem esquerda - Sem comprometer o prazo final de entrega da obra, a Codesp está adotando uma nova política para execução da Avenida Perimetral da margem esquerda. Nesta semana a diretoria executiva estará deliberando a revogação do processo licitatório em andamento, que previa a contratação do projeto executivo e da obra simultaneamente. Essa estratégia está sendo mudada e, após a revogação do processo licitatório, a diretoria executiva estará aprovando o termo de referência para contratação do projeto executivo do empreendimento.

A Codesp pretende, também, iniciar a licitação do georeferenciamento das áreas a serem desapropriadas na Rua do Adubo, bem como das avaliações de custos de cada um dos bens. O termo de referência está pronto e será encaminhado para deliberação da diretoria executiva ainda em dezembro, juntamente com os programas ambientais, inclusive de prospecção arqueológica, que nortearão o desenvolvimento das obras.

Moreira afirma que, com essas alterações “teremos as ações sendo encaminhadas de forma mais adequada. A Codesp, com o projeto executivo concluído, poderá realizar o certame licitatório das obras com uma quantidade de serviços muito próxima à realidade, acarretando em uma economia substancial de tempo e recursos financeiros durante o processo de execução.” A empresa estima um prazo de 12 meses para concluí-lo.

Os recursos para as desapropriações serão disponibilizados pelo Governo Federal. Com a definição dos novos limites para o porto organizado (poligonal) a Rua do Adubo integrará a área portuária na margem esquerda. Além disso, a Codesp está fazendo levantamento de todas as áreas da Avenida Santos Dumont (via municipal), para viabilizar sua transferência para a União, através de um decreto de utilidade pública federal. Esse trabalho deve estar concluído até o dia 20 de janeiro de 2009.

Após a revogação da licitação atual, a Codesp estima que na semana seguinte estará aprovando o termo de referência para concorrência das obras. A estimativa é iniciar o processo licitatório para contratar o projeto executivo do empreendimento em janeiro próximo. A empresa estima concluir a obra até dezembro de 2010.

Arrendamentos - A Codesp começa a debater em 2009 um novo modelo de arrendamento portuário. Segundo o presidente Serra, alguns contratos de arrendamento vigentes se reportam a uma legislação anterior a Lei 8.630/93 e outros ainda têm uma modelagem que não reflete a atual conjuntura do negócio portuário.

Serra explica que há grandes terminais para contêineres, por exemplo, que foram modelados na década de 90, quando o Brasil ainda iniciava nesse segmento. Nos últimos anos esse mercado cresceu significativamente, entretanto, os negócios gerados não foram captados pelas administrações portuárias nos seus modelos de arrendamento e nas suas estruturas tarifárias. Assim, é necessário estabelecer um modelo que contemple esses aspectos e seja satisfatório para ambas as partes.

O critério de arrendamento vigente remunera as Autoridades Portuárias por metro quadrado e pela MMC, que se traduz como uma expectativa mínima de movimentação de cargas garantida em contrato. Segundo o presidente da Codesp na nova modelagem a MMC tem que refletir a realidade do negócio e os serviços acessórios precisam estar contemplados. Esses serviços acessórios incluem, por exemplo, a pesagem da carga, abertura, ovação, desova, lavagem, inspeção, troca de lacre e, eventualmente, guarda do contêiner e até mesmo pontos de armazenagem. Todos esses negócios, explica Serra, não foram captados nos contratos. “Esses serviços podem representar em torno de 40% do negócio dos terminais”, afirma.

O ajuste desse modelo de arrendamento, segundo o presidente, precisa ser feito por todos os agentes reguladores do processo de concessão portuária, onde se incluem a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e o Tribunal de Contas da União (TCU). “Esses ajustes devem ser contemplados somente nos novos contratos e naqueles cujos prazos para discussão do reequilíbrio econômico financeiro estiverem expirando”, explica.

Serra afirma que o objetivo é refazer o modelo atual, a fim de que os contratos exprimam a realidade do negócio portuário, permitindo às administrações portuárias captar recursos que lhe darão maior autonomia e agilidade para fazer frente aos investimentos necessários nos portos.

No próximo ano estão previstas concorrências públicas para arrendamento de três grandes terminais: o da Cargill, o Terminal de Exportação de Veículos (TEV) e o da Vopak, todos na margem esquerda do porto. A audiência pública para licitação do terminal da Cargill está agendada para o próximo dia 19 de janeiro, às 15h00, no auditório do edifício-sede da presidência da Codesp A Autoridade Portuária espera iniciar, também, no próximo ano a elaboração dos projetos para os terminais de Conceiçãozinha e Prainha, ambos na margem esquerda do porto.

A Tarifa Portuária, a exemplo do modelo de arrendamento, deverá ser alvo de um estudo, a ser licitado em 2009, que abrangerá a valoração de suas taxas, a fim de adequá-las à realidade, e, se necessário, alterações na sua estrutura.

Planejamento - Os estudos para definir o Plano de Desenvolvimento e Expansão do Porto de Santos foram iniciados em 29 de outubro último pelo consórcio The Louis Berger Group e Internave Engenharia, vencedor de licitação internacional realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O estudo é fruto de cooperação técnica não reembolsável entre a Secretaria Especial de Portos (SEP) e o BID.

O objetivo principal da consultoria é propor e analisar alternativas para a expansão da capacidade do complexo portuário santista, considerando a demanda atual e a projetada pela indústria e pelo agronegócio dentro da sua área de influência. O trabalho será complementado com estudos de pré-viabilidade sócio ambiental, socioeconômico e financeiro, estimando preliminarmente os custos e benefícios gerados pelo projeto. O Plano de Expansão deve estar concluído em setembro de 2009.

As diretrizes para a realização dos estudos, emanadas pelo presidente Serra no início dos trabalhos, contemplam a expansão da retro-área, com aproveitamento de rios e canais da Baixada Santista. Essa linha de ação permitirá expandir a atividade portuária para outros municípios, contribuindo para o aumento da oferta de postos de trabalho e para a integração regional.

A conclusão dos estudos de viabilidade do projeto Barnabé-Bagres, na área continental de Santos, também está prevista para 30 de setembro de 2009. As empresas Santos Brasil S/A, Libra Terminais S/A e Triunfo Participações e Investimentos S/A receberam autorizações da Codesp para realizarem os estudos. A autorização não tem caráter de exclusividade e não obriga a Codesp a aproveitar o resultado dos trabalhos.

Após a conclusão desses estudos, a Codesp iniciará a revisão de seu Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), redesenhando-o de acordo com o Plano de Expansão do Porto.

Nesse cenário, se torna imperioso a reestruturação administrativa e organizacional da Autoridade Portuária. Com essa finalidade, a Codesp promoveu licitação para contratar, já no primeiro trimestre de 2009, uma empresa que realizará, em um período de nove meses, o estudo para concepção do Plano de Reorganização Estratégica de Gestão e de Processos.

“Nosso objetivo é fundamentar a administração portuária em resultados. Isso significa que vamos ter que implementar um projeto de reestruturação organizacional que contemple a revisão do plano de cargos/carreiras e salários e o enquadramento da empresa no mercado, para que possa ter suas novas funções de Autoridade Portuária redefinidas. Uma série de medidas precisam ser colocadas em prática nesse processo, tais quais a realização de concurso público, a fim de prepararmos uma nova geração de portuários, um plano de desligamento voluntário e a participação dos empregados nos lucros da empresa.

O processo de reestruturação contemplará, ainda, uma nova sede para a Autoridade Portuária. Segundo Serra, a nova concepção administrativa requer um ambiente de trabalho diferente do atual, que permita que os setores interajam, estabelecendo um processo de comunicação que, certamente, agilizará a tomada de decisões e os procedimentos na empresa.

Outra meta de Serra para 2009 é implantar a Ouvidoria do Porto de Santos. “Atendemos a um público diversificado e queremos conhecer sua opinião e necessidades, criando, para isso, um canal de comunicação que lhe garanta o acesso à informação, com transparência e qualidade no atendimento”.

ISPS Code - A Codesp assinou, neste mês, um contrato com o Consórcio Segport, no valor de R$ 30 milhões, para prestação dos serviços de expansão e complementação do sistema de segurança pública portuária, objetivando atender os requisitos do ISPS Code, combinado com a manutenção do parque de hardware e software instalado e a instalar. Os serviços devem ser realizado em um prazo de dois anos.

O Plano de Segurança Portuária de Santos previu equipamentos com certo grau de sofisticação, em função das características do porto. Todos os equipamentos já foram adquiridos e instalados. Para que estes equipamentos possam ser utilizados é necessário que todos os usuários sejam cadastrados no Sistema de Segurança do porto a fim de serem identificados, eletronicamente, no momento do acesso.

A conclusão desse processo permitirá o funcionamento pleno dos sistemas e esta é condição indispensável para que a Codesp solicite a inspeção da Conportos, para a obtenção da Declaração de Cumprimento. A Codesp está finalizando um levantamento para identificar as empresas cujos funcionários ainda não possuem o crachá de identificação.

Gerenciamento por resultados - A Codesp, através de um trabalho iniciado ainda em 2007, foi pioneira no setor portuário nacional na adoção de um completo sistema de indicadores de gestão. Com a instituição dos Indicadores de Desempenho Portuário, promovido este ano pela Secretaria Especial de Portos (SEP), a Autoridade Portuária de Santos acabou escolhida pela SEP para ser o benchmarking nacional na difusão destas informações às demais administrações portuárias.

Em novembro, a Codesp apresentou às demais companhias docas do sistema portuário um software especialmente desenvolvido por ela para controle de sistema de gestão. Presidentes e diretores das companhias docas do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e do Pará se reuniram com o presidente José Roberto Correia Serra e técnicos da Codesp para conhecer o sistema de indicadores de gestão do porto santista, desenvolvido para medir e prover informação significativa e eficaz na melhoria do desempenho.

O sistema compreende alocação de recursos, cronograma de atividades e metas, através de um plano de ação. São cerca de 30 indicadores que acompanham atividades de infra-estrutura, financeira, projetos e desempenhos operacionais, entre outras.

A empresa disponibilizou o software às demais companhias docas para que se adaptem às medidas do governo, acelerando o processo de gestão por resultados definido pela SEP.

Transporte hidroviário no porto - A possibilidade de aproveitamento dos recursos potenciais para transporte de cargas através de rios e do estuário na região representa uma nova alternativa para a operação portuária em Santos. A iniciativa surgiu através da diretoria da empresa e já conta com estudos iniciais para futura implantação desse novo modal, que permitirá a expansão das atividades do Porto para as margens do canal de Bertioga e Piaçaguera e rios da região.

A idéia é utilizar o transporte através de barcaças, a partir da instalação de terminais retro-portuários nessa região. A exemplo de diversos portos no mundo, esse tipo de modalidade, além de descongestionar os acessos terrestres existentes, permite redução nos índices de emissão de CO2 na atmosfera.

Os estudos detalhados, que apontarão as possibilidades, estão previstos para elaboração pelas empresas contratadas pelo BID para execução do Plano de Expansão do Porto de Santos.

Marketing e integração - Em 2008, a Codesp participou de 13 feiras nacionais e internacionais. No país, a Intermodal South America foi o evento de maior relevância, com destaque para logística, transporte e comércio exterior. Fora do país, o Salão Internacional de Logística, realizado em Barcelona, prestigiou o Porto de Santos com o Prêmio de Melhor Empresa de Logística Internacional, oferecido à Codesp. O Santos Export 2008 foi outro evento de grande importância para a empresa, que participou dos trabalhos realizados em Santos e da comitiva formada para visita a portos estrangeiros em Vancouver, Seatle e Tókio.

Durante o ano, cerca de 80 universidades e 4 mil alunos e professores estiveram na companhia para programação receptiva de atendimento com exibição de vídeo institucional, palestra e um tour pelo estuário para conhecer as instalações portuárias.

As comemorações do bicentenário da abertura dos portos às nações amigas foi celebrada pela Codesp com eventos destinados à comunidade santista, como a exposição em shopping center da cidade das peças do acervo do Museu do Porto, fotos, banners e informações sobre a história do porto, apresentações do Coral do Porto e exposição de quadros na Pinacoteca Gaffrée e Guinle, sobre temas portuários.

Gestão estratégica - Já está em fase de licitação o estudo de reordenamento da empresa, contemplando o desenvolvimento de ações para uma gestão estratégica, incluindo diagnóstico e plano de reorganização para planejamento estratégico, situação patrimonial, tecnologia da informação, análise de contratos, modelo de receita, processos, governança, capital humano e cálculo atuarial.

Planejamento e controle - Instalada no final de setembro, a nova área da Codesp Planejamento e Controle, trabalha na implantação e desenvolvimento de sistemas, estudos e medidas direcionadas para atender às necessidades de crescimento do Porto de Santos.

Dentre as diversas ações, se destacam a implantação de sistemas de simulações da logística do porto; elaboração de estudos para ordenação dos terminais em função da capacidade do porto, agilizando as atracações; inserção da carga de cabotagem nos contratos de arrendamento, considerando pesquisas e tendências de mercado para os portos; implemento do modelo de porto concentrador para Santos; diagnóstico, análise e avaliação de gargalos e ociosidades, demanda e capacidade, integração entre modais aquaviários e terrestres, otimizando o Sistema Santos especialmente ao modelo de porto concentrador e pesquisa do potencial de navegação através de barcaças na bacia hidrográfica da região.

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