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23/12/2008 - 09:00

Brasil e UE preparam posição conjunta para cúpula do G20

Rio de Janeiro - Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiram no dia 22 de dezembro (segunda-feira), que União Européia e Brasil devem adotar uma posição conjunta na próxima cúpula do G20 (bloco de países desenvolvidos e emergentes) sobre a crise financeira global.

"Decidimos com o presidente Lula que as coisas devem mudar e devem mudar profundamente", disse Sarkozy, que preside a UE neste semestre, no primeiro de dois dias de uma cúpula Brasil-UE no Rio.

"Decidimos estreitar nossas posições e chegar a Londres (local da cúpula, em abril) com uma visão comum sobre o futuro do FMI, sobre o sistema de administração das instituições financeiras. Não podemos permitir que uma só instituição financeira fique sem controle ou supervisão."

O Brasil, principal economia da América Latina, vem exigindo uma maior influência sobre os assuntos mundiais desde o início da atual crise, argumentando que o mundo precisa de um novo sistema decisório, com mais países.

A França está ávida para que a Europa tenha sua voz ouvida no cenário internacional, pois acredita que a crise financeira, iniciada nos mercados norte-americanos, enfraqueceu os EUA e dará à UE uma oportunidade para ampliar sua influência.

Sarkozy e Lula não deram detalhes sobre as propostas a serem levadas à cúpula de Londres, em 2 de abril, e não falaram com os jornalistas após o encontro, do qual participou também o presidente da Comissão Européia (Poder Executivo do bloco), José Manuel Barroso.

O presidente francês antes apoiara a reivindicação brasileira por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, dizendo que o país tem tido um papel vital nas decisões globais tomadas em meio à atual crise financeira.

"Estou sendo honesto quando digo que precisamos do Brasil para a governança mundial", disse Sarkozy, que preside a União Européia neste semestre, em discurso no primeiro dos dois dias de uma cúpula Brasil-UE no Rio.

"Penso que precisamos do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança", afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva referiu-se à cúpula de novembro do G20 (países desenvolvidos e emergentes) em Washington como "um passo decisivo" para que os países em desenvolvimento ganhem mais poder. Aquela cúpula abriu espaço para que mais países tenham presença na direção do FMI e do Banco Mundial.

Sarkozy, que na terça-feira deve assinar um importante acordo de cooperação militar com o Brasil, disse que os dois países deveriam levar uma proposta conjunta à próxima reunião do G20, marcada para abril em Londres, salientando a importância de controles mais rígidos contra a especulação financeira.

"A Europa trabalhará de mãos dadas com o Brasil. É importante que a França e o Brasil cheguem a uma proposta que mostre que não queremos um mundo de especuladores, mas de empresários", afirmou.

Lula, a exemplo do colega francês, defendeu uma maior participação do Estado nas economias, inclusive dos EUA, que, segundo ele, são os principais responsáveis pela crise.

"O (futuro) presidente (dos EUA, Barack) Obama tem sobre suas costas uma responsabilidade que poucos presidentes do mundo têm", disse Lula em seu discurso. "Ele tomará posse com uma crise pela qual os Estados Unidos têm mais de 60 por cento de responsabilidade."

Acordo militar - O acordo militar a ser assinado por Sarkozy permitirá a transferência de tecnologia da França para ajudar o Brasil a construir quatro submarinos convencionais. O tratado também deve colocar o país no caminho de desenvolver seu primeiro submarino nuclear.

Na semana passada, o governo divulgou um novo plano estratégico de defesa que transfere a ênfase da defesa das fronteiras amazônicas para a proteção das reservas petrolíferas do Atlântico.

O plano propõe benefícios fiscais e mecanismos de financiamentos para fortalecer a indústria bélica nacional e para adquirir equipamentos.

Autoridades negam que essa iniciativa se destine a acompanhar o crescimento militar da Venezuela e de outros países da região.|Por Stuart Grudgings/Reuters.

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