Crédito imobiliário – Vantagens ou Desvantagens?

São Paulo- Conforto, bem-estar e tranqüilidade. Quem é que nunca sonhou com a casa própria. No Brasil, milhões de brasileiros ainda não possuem o seu imóvel próprio, aluguel tem sido a forma de conceder um abrigo.

Muitos cidadãos com o intuito de realizarem o sonho acabam buscando alternativas que muitas vezes nem sempre são as mais indicadas. Uma delas é o crédito imobiliário, concedido pelos bancos de todo o país.

Ao adquirir um imóvel por meio de um financiamento, o cidadão sem perceber acaba entrando numa grande cilada de taxas altas e juros abusivos. Hoje as taxas de juros giram em torno de 12% ao ano que somados com outros encargos totalizam em média 20,62% ao ano.

Para o Consultor Financeiro e Presidente da Boriola Consultoria, Dr. Cláudio Boriola, comprar imóvel financiado não é uma boa opção de escolha. “Se paramos para calcular os gastos desnecessários como as linhas de crédito oferecidas pelas financeiras, daria no final das contas para comprar outros imóveis. As taxas são extremamente abusivas, e mensalmente aos olhos do cidadão parecem leves e suaves prestações, mas este não se dá conta de que está pagando horrores de taxas sobre taxas. Na minha visão, o correto seria um planejamento doméstico a fim de poupar dinheiro durante um determinado tempo para depois pensar em um financiamento, uma vez que, desta forma, o dinheiro guardado pode servir para quitar boa parte da dívida”, explica.

Nos últimos anos o governo federal tem aplicado algumas medidas para incentivar o crédito imobiliário, mas, boa parte das instituições financeiras usam alienação fiduciária em seus contratos, uma forma de garantia para os próprios bancos, enquanto o consumidor continua sempre pagando taxas abusivas.

De acordo com o especialista, o governo não deve apenas incentivar créditos imobiliários e sim conceder melhores condições de vida a população. “Está na constituição que o cidadão tem o direito de saúde, moradia e outros benefícios, mas, o que percebe-se é que o Poder Público não está preocupado com o bem estar da população. Moradia é o mínimo que o governo teria que conceder, já que neste país tudo está falido. A saúde pública um verdadeiro caos, segurança totalmente desmoralizada perante a potencialidade dos bandidos, educação precária, o que nos resta? O governo precisa buscar maiores benefícios a população, tendo em vista que em nosso país o que mais fazemos é pagar impostos, portanto, conceder a nós tais questões básicas não seria nada fora dos padrões, uma vez que tudo é de direito nosso!”, comenta Boriola.

Ao invés dos bancos estimular a concorrência pela redução de juros, eles têm segmentado as linhas. As taxas de juros diminuíram para imóveis de até R$ 100 mil, mas na faixa até R$ 350 mil não houve mudança. Os bancos falham na informação ao consumidor sobre todos os custos envolvidos, além dos juros e dos seguros. Muitas vezes o consumidor faz a opção apenas pela taxa de juros mais baixa e acaba pagando mais caro.

Para não houver erro na hora da compra em último caso, o Consultor Financeiro faz um alerta: “O ideal é antes de dar entrada, poupar por um ano o que se pagaria ao financiamento. Isso ajuda a se organizar e ainda a diminuir o valor financiado. Utilize todos os recursos a fim de minimizar as parcelas, sempre que houver sobra de dinheiro. O recomendado mesmo é que não entre em financiamentos, mas na última alternativa, procure sempre poupar antes para não sofrer conseqüências no futuro”, recomenda Boriola. | Por: Fabrício Andrade/Boriola Consultoria