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15/01/2009 - 08:55

Setor Têxtil e de Confecção chega em 2009 com cerca de US$ 1,5 bilhão realizados e, 1,7 milhão de empregos


Mas o foco continua em ganhar novos mercados e reduzir impostos junto ao governo federal para que a indústria não seja atingida pela crise mundial, e seja cada vez mais vanguarda no crescimento sustentável no país, com geração de renda e inserção social.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) acredita que há muitas variáveis a serem consideradas no âmbito da economia mundial e da macroeconomia brasileira que podem afetar o setor em 2009. Contudo, todas as análises levam a crer que, caso o Brasil não se torne um estuário para o escoamento de importados asiáticos que perderam seus tradicionais mercados, e agora miram para outros mercados potenciais, o setor têxtil e de confecção brasileiro tem perspectivas positivas de crescimento de produção neste ano, especialmente para o mercado interno.

“O cenário atual foge um pouco da simples lógica cambial, onde as exportações deveriam aumentar e as importações deveriam ser reduzidas pela alta do dólar. Neste 2009, teremos que conviver com grandes mercados em recessão, portanto, não será tão fácil assim exportar. Mas, o Brasil volta ao jogo com preços melhores e continuará sua política de produtos com maior valor agregado. Já com relação aos produtos importados asiáticos, estamos verificando uma sensível redução nos preços de venda, independente da questão cambial, fator que só refletirá na balança comercial daqui há alguns meses, especialmente no volume. Trata-se de uma estratégia de escoar uma produção gigante, mesmo que ao limite mínimo de lucro. Caso não tomemos providências de defesa comercial, para um tratamento igualitário e justo entre produtores nacionais e internacionais, perderemos uma grande oportunidade para o Brasil” explica o presidente da ABIT, Aguinaldo Diniz Filho durante entrevista coletiva no Fashion Rio e Fashion Business.

“A ABIT tem apresentado, em reuniões frequentes com o governo federal, relatórios de acompanhamento do mercado mundial, os movimentos pós-crise no setor têxtil, a produção e o consumo no Brasil e no mundo, os anúncios feitos por alguns governos para recuperar a produção e, paralelamente, as medidas que podem defender o Brasil de um volume maior de importados ilegais ou subfaturados, e, conjuntamente, incentivar o aumento da produção nacional. Segundo o presidente da ABIT, o momento exige movimentos sinérgicos dos empresários e do poder público. “Vamos centrar todos os esforços para acelerar a reforma tributária, ou obter tributação diferenciada para o setor. Também vamos intensificar o caminho que abrimos com EUA, Comunidade Européia e México para um acordo comercial, que agora deve se estabelecer a médio prazo, mas não podemos parar de negociar. E, continuaremos com nossa parceria com a Receita Federal e Secretaria de Comércio Exterior para intensificar a fiscalização dos importados. É muito importante que o PL 717 que regulamenta o tratamento igualitário para questões técnicas, como etiquetas, se torne lei. Também vamos focar nos projetos que regulamentam as compras governamentais e nos investimentos para inovação”, frisa Aguinaldo.

Balanço 2008 - O ano de 2008 apresentou aspectos positivos e negativos para o setor têxtil e de confecção. O faturamento global cresceu cerca de 4%, alçando US$ 43 bilhões, aquecido pelo mercado interno.

Já a balança comercial bateu recorde histórico com déficit de US$ 1,4 bilhão. Se forem considerados apenas os produtos manufaturados, excluindo-se, portanto, a fibra de algodão, o déficit salta para US$ 2 bilhões.

A produção física do segmento de vestuário apresentou crescimento de 4,07% no acumulado até novembro de 2008 (projeção para o ano deve ser menor: 3,6%). Já a produção física da indústria têxtil, no mesmo período, não apresentou crescimento e ainda reduziu a produção em 0,27% (na projeção anual deve chegar a -0,35%). Um dado importante para análise, no entanto, é o crescimento de 10,29% do comércio varejista de tecidos e vestuário, até outubro (na projeção anual deve ficar em 10,5%), uma indicação clara da importante participação dos importados no mercado interno durante o último ano.

Na geração de empregos também há uma dicotomia de resultados. Pelo lado bom, o Cadastro de Geral de Empregados e Desempregados (Caged – Ministério do Trabalho) apontou, no acumulado até novembro, a geração de 51 mil novos registros em carteira na indústria têxtil e de confecção, apesar do mês de novembro ter registrado a dispensa de 7.320 funcionários, pelo próprio Caged.

Com o dólar baixo na maior parte do ano passado, as empresas aproveitaram para investir. O setor têxtil e de confecção bateu recorde de importação de máquinas, totalizando um aporte de US$ 759 milhões. Além disso, os desembolsos do setor junto ao BNDES (crédito e financiamento) também registraram alta significativa chegando a R$ 1,27 bilhão, de janeiro a novembro. Comparativamente, em 2007 os desembolsos foram de R$ 402 milhões e em 2006 não chegaram a R$ 270 milhões. Isso mostra que, apesar das dificuldades, as empresas não deixaram de investir e ultrapassaram a média de US$ 1 bilhão/ano que costumavam a contabilizar e chegam em 2009 com cerca de US$ 1,5 bilhão em investimentos realizados. [Foto: Aguinaldo Diniz Filho, presidente da ABIT]

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