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20/01/2009 - 09:35

Paranaenses apresentam projetos para reduzir mortalidade materna

Na semana em que o Unicef anunciou que mulheres de países em desenvolvimento têm 300 vezes mais chances de morrer durante a gravidez do que as de nações mais ricas, profissionais da saúde e representantes do poder público e privado de Curitiba debatem alternativas para garantir a saúde materna .

O Unicef divulgou na última semana em seu relatório mundial que a gravidez causa 300 vezes mais vítimas fatais nos países em desenvolvimento do que nas nações mais ricas. Todos os anos, segundo a organização, mais de meio milhão de mulheres morrem devido a complicações decorrentes da gravidez ou do parto. No Paraná, em 1990, a mortalidade materna era de 105,2 casos para cada grupo de 100 mil nascidos vivos. Dados preliminares de 2006 apontam para 61,8 mortes – uma redução de 43%, mas que ainda deixa o Estado longe da meta de reduzir a mortalidade materna em 75% até 2010, como propõe um dos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU.

Para alcançar o índice e mudar esse quadro no Estado, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o Movimento Nós Podemos Paraná, o Observatório de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), e o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna criaram, em 2008, a Rede Saúde da Gestante, que busca a união de esforços de profissionais da saúde e representantes do poder público e privado no desenvolvimento de projetos que garantam a saúde materna.

Algumas propostas já surgiram e foram apresentadas na última semana, em Curitiba. Uma das ideias é a implantação de um sistema que notifica casos de gestação de alto risco em nível hospitalar e ambulatorial, identificando já no exame pré-natal uma gravidez que irá exigir cuidados especiais tanto na parte de atendimento médico quanto no requerimento de exames.

“A ferramenta permite a identificação de gestantes vítimas de cardiopatias e de outras doenças que implicam em uma gravidez de risco”, explica Vania Muniz Néquer Soares, representante do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna e uma das idealizadoras do projeto. “Com o sistema, ambulatórios e hospitais estariam atentos para a identificação e o encaminhamento das pacientes para um dos locais que compõem a Rede Hospitalar de Apoio a Gestação de Alto Risco”, destaca.

Na área de políticas públicas, o projeto “Mulher Cidadã” propõe a capacitação de mulheres e líderes comunitárias, com cursos sobre legislação, políticas e serviços públicos, além dos direitos e deveres da mulher perante a família e a sociedade. O objetivo, segundo Sandra Lia Bazzo Barwinski, da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), é oferecer condições para que as mulheres possam mudar suas atitudes frente às situações do cotidiano. Os conteúdos teriam a participação de profissionais de direito, saúde e educação, além membros da igreja, movimentos sociais e professores e acadêmicos como facilitadores dos cursos.

Na vertente da humanização e incentivo ao parto normal, o projeto “Humaniza Paraná” propõe a não utilização de práticas desnecessárias e danosas em obstetrícia. Entre as propostas, segundo Felicitas Maria Metzler Kemmsies, integrante da Rede Parto do Princípio, está “a ênfase ao ensino do parto fisiológico – ao invés do patológico – nas escolas de medicina e enfermagem do Estado”. O grupo também sugere o treinamento de mulheres para que deem, voluntariamente, suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto, as chamadas “doulas”.

Também foram exploradas e propostas nos projetos a capacitação profissional para atualizar médicos e enfermeiros; campanhas educativas para prevenir a gravidez precoce; e o planejamento familiar, com vistas à redução do número de gestações indesejadas – justificativa para muitos casos de aborto.

O próximo passo para a implantação dos projetos, segundo Luciana Brenner, coordenadora executiva do Orbis, é a identificação, na Rede Saúde da Gestante, de competências necessárias para execução dos trabalhos e de apoios técnicos e financeiros. “É uma ação que depende de todo esforço e boa vontade de cada um de nós”, enfatizou.

Preocupação - No Paraná, as principais causas da mortalidade materna são doenças hipertensivas específicas da gravidez, hemorragias, infecção no parto, embolias obstétricas, aborto e complicações anestésicas durante o parto, entre outras. “A mortalidade materna é uma preocupação geral. Apesar dos esforços da gestão pública municipal e estadual, das instituições de ensino e pesquisa, do Comitê de Mortalidade Materna e Infantil e outros grupos, esse é um objetivo que, se não tiver uma atenção especial e uma ação articulada entre a comunidade, profissionais de saúde, gestores públicos e sociedade civil, será difícil de alcançar”, observa Luciana Brenner. | www.fiepr.org.br

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