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20/01/2009 - 10:52

Analista do Dieese diz que ainda é cedo para avaliar perspectivas da crise

Brasília - O fechamento de 654.946 postos de trabalho formal em dezembro demonstra o impacto da crise financeira internacional na economia brasileira. A afirmação é do sociólogo Antônio Ibarra, analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No entanto, ele afirma que ainda é cedo para avaliar as perspectivas da crise no país.

“Embora o mês de dezembro tenha uma sazonalidade de empregos, essa queda de mais de 654 mil empregos formais em dezembro assustou um pouco, porque é mais que o dobro de outros dezembros (nos últimos três anos)”, afirmou Ibarra Ele explicou que considera prematura a avaliação das perspectivas da crise, porque ainda não se conhecem suas dimensões.

“Não temos noção do tamanho do buraco – quando tudo parecia mais ou menos calmo, na semana passada, o City Group e o Bank of America tiveram um aporte de US $ 400 bilhões para poder se sustentar. Ou seja, não se sabe até aonde vai isso, nem quantas grande companhias vão pedir empréstimos, vão pedir falência. Portanto, acho precipitado fazer análise de perspectivas do que vem aí pela frente.”

O sociólogo recomenda cautela ao trabalhador brasileiro. “O trabalhador tem que esperar um pouco para ver como vai sentir isso, e é fundamental não fazer novos empréstimos. É óbvio que, no primeiro momento, a classe trabalhadora sempre sai perdendo, porque o empresário está sempre tentando reajustar o lucro dele. A cada semana, a gente está tendo uma novidade.”

Ibarra ressaltou que o Brasil, mesmo não estando blindado contra a crise, tem hoje uma condição privilegiada em relação a países desenvolvidos, como a França e a Alemanha. Segundo o analista do Dieese, um dos fatores que mais contribuíram para isso foi o fato de a economia brasileira ter se consolidado no cenário internacional.

“Temos hoje inflação controlada, as reservas são boas, estamos no caminho certo. A crise vai atingir o mundo inteiro, mas nos atingirá com menos impacto que outras, como a crise asiática em 1997”, concluiu Ibarra.

Os números sobre o fechamento de postos de trabalho no país foram divulgados hoje (19) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, com base nos dados fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). | Kátia Buzar/ABr

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