Clube de Investimento rende em 2009 o dobro do Ibovespa

Em tempos de crise, a criatividade pode mostrar ao investidor que existem outras boas alternativas no mercado financeiro e sem dúvida uma destas é o Clube de Investimento. Ainda pouco popular no Brasil, esta modalidade pode minimizar os riscos, reduzir as despesas administrativas e consequentemente aumentar os lucros.

O Clube consiste, basicamente em um grupo de pessoas que se reúnem para juntas direcionarem os seus investimentos tanto em renda fixa como variável. Porém alguns cuidados precisam ser tomados para que surpresas não ocorram, como explica Pedro Cardoso gerente de renda variável da TOV Corretora.

“O participante antes de entrar, precisa verificar se aquele é um Clube agressivo, moderado ou conservador e principalmente quem é o seu gestor e quais são as suas referências”, explica. Além desta primeira checagem, outros pontos precisam ser levados em consideração, como o seu estatuto, onde neles estão descritas as regras que todos deverão seguir. Pedro Cardoso aconselha ainda que as pessoas que irão formá-lo precisam ter um perfil sócio-econômico parecido para que os objetivos sejam comuns também.

Este tipo de modalidade, também pode ser uma excelente opção para aquelas famílias onde o pai, a mãe, e os filhos aplicam em renda variável com a compra de papéis parecidos. A criação de um clube de investimento pode ser uma alternativa interessante para a diminuição dos custos.

O gerente da TOV Corretora também administra um Clube de perfil moderado da instituição onde trabalha. “Começamos pequenos com algo em torno de R$ 25 mil, atualmente já estamos girando mais de R$ 180 mil, sendo que em 2009 o lucro até o momento foi 100% maior que o Ibovespa”. O futuro cotista também precisa observar a valor da taxa anual de administração, “Caso o valor seja superior a 2%, é necessário avaliar se realmente vale a pena, no clube da TOV adotamos a taxa de 1%”.

Todo clube de investimento possui cotas, que são precificadas de acordo com o volume aplicado. O estatuto definirá qual o valor mínimo que cada integrante deverá aplicar para o seu ingresso, assim como o tempo mínimo para o seu resgate. Cada participante poderá comprar quantas cotas quiser, desde que não ultrapasse o limite de 40% do valor total aplicado. Este grupo de investidores, caso os mesmos não sejam de uma mesma empresa, não poderá ser maior que 150 integrantes.

Apesar de ser registrado e fiscalizado pela Bovespa, em conjunto com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o clube pode ter suas aplicações também em renda fixa porém este segmento não poderá ultrapassar o limite de 49% do total investido.

Existem alguns passos que deverão ser seguidos para a criação do Clube, como explica Pedro Cardoso.

1 - “No mínimo 3 pessoas serão necessárias”. | 2 - “Dentre estas, uma delas será escolhida como representante”. | 3 - “Será necessário elaborar um estatuto onde serão definidas todas as regras, como resgate mínimo por exemplo”. | 4 - “Escolher uma corretora de valores”. | 5 - “Aguardar a aprovação do Banco Central”. | 7 - “Após a ok do Bacen, será necessário um dia para ser gerado o primeiro relatório”. | 8 - “Um dia depois todos os integrantes poderão participar”.