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21/01/2009 - 09:59

Mochila e o risco à saúde dos estudantes

Estamos em meados de janeiro e até o final do mês de março alunos de escolas particulares e públicas já estarão de volta aos bancos escolares. A correria para reunir o material escolar já começou para muitos pais, mas ainda há tempo para pensar sobre um tema muito importante para a saúde de crianças e adolescentes: a escolha da mochila. Os pais precisam ficar atentos para os riscos de uma mochila inadequada, desproporcional e muito pesada. Para enumerar apenas alguns “efeitos colaterais” de uma mochila errada, cito dores nas costas, postura incorreta e desvios na coluna vertebral. O peso em excesso, por exemplo, pode dar origem a danos vitalícios, sobretudo comprometer a qualidade de vida e a mobilidade futura. Os males mais comuns do excesso de peso são a cifose (corcunda), a escoliose (desvio lateral) e a lordose (desvio para cima no final da coluna). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas sentem dores nas costas decorrentes de problemas na coluna. E essa dor pode estar relacionada com o peso da mochila utilizada na infância e adolescência.

O risco apresentado pelas mochilas não reside apenas em modelos inadequados, mas na forma como são utilizadas. Um dos erros mais frequentes acontece quando o estudante utiliza apenas uma das correias no ombro e sobrecarrega um lado do corpo. A maneira correta é utilizar duas correias. Além disso, é preciso arrumar os objetos dentro da mochila de forma a que os itens mais pesados estejam no fundo e próximos ao corpo. A moda sugere que as alças da mochila fiquem compridas, mas os pais precisam coibir essa posição. A mochila deve ser posicionada oito centímetros acima da cintura. Cabe aos pais lembrar que a questão é a saúde e não a moda! Uma referência essencial é que o peso da mochila não deve nunca ultrapassar o equivalente a 7% do peso da criança ou adolescente.

Um outro ponto relevante é o uso racional do material escolar. Os estudantes tendem a levar material que não precisam pela preguiça de arrumar diariamente a mochila apenas com livros e cadernos correspondentes às aulas do dia. Nesse caso, a minha sugestão é que as escolas pensem no modelo americano, no qual há divisões especiais das matérias diárias ou armários para que os alunos guardem alguns materiais escolares. Além disso, o planejamento das aulas pode evitar que em um único dia da semana o aluno tenha que levar materiais de disciplinas diversas. A escola deve ser parceira dos pais para evitar que a criança carregue peso excessivo.

No que se refere ao modelo mais adequado, os pais devem incentivar os filhos a usar a mochila com rodinhas. Em resumo, na hora da compra atenção aos seguintes itens: . o tamanho da mochila deve ser adequado à estatura da criança, não ultrapassando os limites da cintura e dos ombros;

. o peso da mochila vazia não deve superar um quilo;

. as alças devem ter antichoques siliconados (enchimento interno de silicone) para maior conforto e cinta abdominal associada;

. o estudante deve estar presente na hora da compra, assim os pais podem checar se o tamanho é adequado.

Por: Dr. Fabio Ravaglia - Médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) com residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, especialização em coluna vertebral Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, dr. Fabio Ravaglia foi o primeiro brasileiro aceito pelo programa do Royal College of Surgeons of England, onde se especializou em ortopedia reumatológica (próteses e revisão de próteses articulares, artroscopia de várias articulações, tratamento de dor na coluna e traumatologia). Durante quatro anos atuou como cirurgião ortopédico em hospitais ligados à Universidade de Bristol, na Inglaterra, país reconhecido pelo pioneirismo no desenvolvimento de próteses e de técnicas de ortopedia reumatológica. Na Alemanha, dr. Ravaglia fez especialização nas mais avançadas técnicas para cirurgias de coluna minimamente invasivas, realizadas com um aparelho do tamanho de uma caneta e com anestesia local. A técnica é utilizada para cirurgias de hérnia de disco.

Em 1994, o ortopedista voltou ao Brasil e passou a atuar com um avançado tratamento cirúrgico para problemas das articulações — a artroscopia, técnica cirúrgica que minimiza as desvantagens da cirurgia e reduz as dores provocadas pela artrose, artrite, traumatologia e hérnia de disco. Presidente do Instituto Ortopedia & Saúde, organização não-governamental que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção, o dr. Ravaglia é também membro do corpo clínico externo dos hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Santa Catarina; diretor-presidente da Arthros Clínica Ortopédica e membro titular da Academia de Medicina de São Paulo (cadeira 118, patrono Ernesto de Souza Campos).

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