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22/01/2009 - 11:19

O Sonho da paz definitiva


Muito cedo, em sua vida, a menina Renia conheceu bem de perto os horrores da Guerra. Vivia em Ostrowiec, com seus pais e irmãos, mas a invasão nazista à Polônia obrigou-a a esconder-se, contando com a coragem e a benevolência de um casal católico, que a adotou como filha.

Anos depois, com o fim da hecatombe de 1939 a 1945, reuniu-se ao que restou da família, passando a residir no Estado de Israel. Hoje, aos 86 anos de idade, inteiramente lúcida, vive numa casa de repouso em Gedera, a poucos quilômetros de Tel Aviv. Fiz-lhe recentemente uma visita. Choramos juntos de emoção. É minha tia, a irmã mais nova do meu pai, que veio para o Brasil no início da década de 30, assim se salvando da bestialidade nazista.

Por telefone, mantenho contato com tia Renia. Nossa última ligação foi dramática: “Estou vivendo um novo pesadelo. Caiu um míssil aqui perto de casa, cavando um imenso buraco. Ainda bem que os terroristas são ruins de pontaria.” É muito duro para um ser humano reviver a insegurança da guerra, quando o mais lógico seria aproveitar os avanços da ciência para uma existência amistosa e confortável.

Enquanto mais de 40 nações árabes pregam a paz permanente com o Estado de Israel, nascido em 1948, para ficar, alguns terroristas, numa visão fanática e lamentável, pregam a destruição do seu território, para que seja riscada do mundo, como eles afirmam, a única democracia estável do Oriente Médio. Os israelenses estão convencidos de que, vivendo de forma solidária e útil, conseguirão obedecer aos mais sagrados postulados divinos, enquanto os terroristas pregam a morte, como forma de chegar ao céu e receber as bênçãos do Todo Poderoso. Isso é descaradamente ensinado em algumas escolas da Faixa de Gaza, doutrinando desde cedo as crianças para uma vida de permanente confronto e ódio aos judeus. Em 2005 Israel retirou da área conflagrada não apenas o Exército (20 mil jovens), como também foi obrigado a encontrar solução para os 7.500 colonos que ali haviam se estabelecido. Deu, assim, o grande passo em direção à paz, buscando a convivência saudável. Quando o Hamas ganhou as últimas eleições, esmerou-se nas provocações, aproximando os seus fanáticos terroristas das fronteiras estabelecidas. Houve dia de atirar 70 foguetes em Sderot e outras cidades próximas, provocando mortes e ferimentos inaceitáveis. O mundo, calado. Nenhum dos “democratas” que hoje escrevem ou falam sobre a invasão israelense se manifestou a respeito, como se isso fosse da natureza inescapável do problema.

Depois de 22 dias de confronto, a paz parece ter voltado à região de Gaza. Israel decretou o cessar fogo. Todos somos favoráveis à existência de um estado palestino, num clima desejável de fraternal convívio, ou seja, com uma paz que não seja só duradoura, mas definitiva. Todos têm a ganhar com isso.

. Por: Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIEE/Rio | Contato: [email protected]

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