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24/01/2009 - 08:22

A energia gerada pela suinocultura

O gás metano gerado pelos dejetos suínos pode se converter em energia.

Os dejetos suínos sempre foram considerados grandes fontes de poluição, mas agora podem ser fontes de riqueza. “Uma granja de suínos, além de grande produtora de carne, pode constituir-se em excelente produtora de energia, tanto para si, como para terceiros”, enfatiza João Manfio, vicepresidente adminitrativo da Associação Paranaense de Suinocultores (APS). Basta instalar um biodigestor, equipamento usado na produção de biogás, mistura de gases – principalmente metano - produzida por bactérias que digerem matéria orgânica em condições anaeróbicas (isto é, em ausência de oxigênio). Sua atuação é a mesma de um reator químico, só que com reações de origem biológica. A matéria orgânica utilizada na alimentação dos biodigestores pode ser derivada de resíduos de produção vegetal (como restos de cultura), de produção anima l (como esterco e urina) ou da atividade humana (lixo doméstico).

Equivalência energética.: Um metro cúbico (1 m³) de biogás equivale energeticamente a: 1,5 m³ de gás de cozinha | 0,52 a 0,6 litro de gasolina | 0,9 litro de álcool | 1,43 KWh de eletricidade | 2,7 Kg de lenha (madeira queimada).

Produção brasileira - Há mais de dois mil biodigestores já implantados no Brasil, mas este número ainda é pequeno, se comparado com as mais de 700 mil propriedades que produzem suínos no território nacional. “Com o propósito de produzir energia limpa, o biodigestor volta a ser cogitado como uma alternativa para a produção de energia das pequenas propriedades rurais e comunidades do interior, complementa Irineu Wessler, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores.

Produção de energia a partir dos dejetos suínos - Se for considerado apenas a população suína, cuja produção de dejetos é mais fácil de ser controlada, será encontrado hoje, no Brasil, aproximadamente 38 milhões de animais. Cada animal produz entre cinco e oito kg/dia de dejetos, entre esterco e urina, o que daria algo como 247 milhões de kg de dejetos/dia, ou 90,2 bilhões de kg/ano, que antes era pura poluição. Contudo, se processada nos biodigestores, podem produzir aproximadamente 900 milhões de m3 de gás metano/ano, equivalentes a 64 milhões de botijões de gás de cozinha. Dentre os vários tipos de biodigestores, o do tipo indiano, por exemplo, para animais em galpões de terminação com capacidade para 100 cabeças, produz 43,36 m3 de biogás por dia o que equivale a 1,50 botijões de GLP de 13 kg/dia. Assim, uma granja de 200 animais em te rminação pode produzir o equivalente a dois botijões de 13kg/dia, ou 60 botijões/mês. Ao preço atual de R$ 35,00/botijão, seria uma renda extra de R$ 2.100,00/mês, apenas com o que antes era considerado lixo, valor que muitas famílias urbanas não dispõem. Cada propriedade, assim, poderia converter-se em micro-usina produtora de energia alternativa renovável.

Sustentabilidade financeira do homem do campo - Existe a possibilidade de geração de renda extra para o suinocultor, além da produção do animal. A energia produzida a partir de esterco e de urina pode movimentar um gerador de energia, que, por sua vez, pode alimentar todos os equipamentos elétricos e a gás da granja, desde a casa (bocais de luz, refrigerador, televisor, computador, aparelhos de som, fogão, microondas, etc) até a própria pocilga (terminais de luz, aparelhos diversos). Assim mesmo, com certeza, haverá excedentes, que poderão ser comercializados. A Companhia de Eletricidade do Paraná (Copel) e Itaipu Binacional já tem estudos e projetos para aproveitar este potencial. Considerando que a energia ("elétrica") é o que mantém o homem no campo e que cada pessoa que vem para a cidade exige do poder público um investimento sete vezes maior do que o de conservá-la no interior, este não é um assunto desprezível.

Plataforma de Energia Renovável - Por estar próxima a uma grande área produtora de suínos, cujos dejetos poderiam contaminar os afluentes e, ao longo do tempo, comprometer o funcionamento das usinas, a Itaipu resolveu dedicar-se com afinco a este estudo. Além de limpar os afluentes, a partir da instalação destas micro-usinas, os técnicos concluíram que se poderia também duplicar o aproveitamento da energia que hoje se gasta nas pequenas propriedades. Como? Deixando de fornecer energia elétrica a estas granjas e delas recebendo os excedentes produzidos, para satisfazer as necessidades das pequenas comunidades urbanas, que hoje consomem somente energia elétrica que, assim, poderia ser destinadas a regiões mais longínquas.

A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e a Associação Paranaense de Suinocultores (APS) estão colaborando neste estudo, que adquiriu uma grande importância subitamente.| www.aps.org.br

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