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27/01/2009 - 10:06

Ph Neutro

Ph Neutro apresenta trabalhos, em sua maioria inéditos em São Paulo, dos artistas Marcelo Cidade, Héctor Zamora, Rafael Assef, Odires Mlászho, Lia Chaia, Chiara Banfi e Fabio Morais.

Mercado Neutro (2008) é o título da instalação criada por Marcelo Cidade (29) para a edição de 2008 da MiamiBasel Art Fair (Miami, EUA). Na obra, composta por 375 embalagens de plástico cinza, dispostas de forma semelhante às estantes de qualquer supermercado (ver imagem PDF), Cidade dá continuidade à sua crítica contundente ao sistema social e econômico, que confronta elementos da cultura das ruas à herança modernista, criando um fluxo pendular contínuo entre o âmbito social e o subjetivo. Seus trabalhos devem ser compreendidos neste movimento de ir e vir do espaço público ao espaço privado. O cimento, utilizado em obras anteriores do artista, reaparece na cor das embalagens de Mercado Neutro como metáfora ao crescimento desenfreado do consumo em geral e, mais especificamente, àquele ligado ao campo da arte. Em Mercado Neutro, Cidade reafirma sua linguagem assentada na experimentação e na apropriação do espaço social urbano, alterando as distribuições e dispositivos arquitetônicos do lugar do capital, criando novas percepções e subjetividades.

Já as obras do artista mexicano radicado no Brasil, Héctor Zamora (34), propõem e materializam experiências espaciais que, segundo o artista, devem ser percorridas ou habitadas pelo observador. Seus trabalhos estabelecem um diálogo entre formas orgânicas e geométricas e os elementos não físicos que as compõem, provocando, dessa forma, experiências que excedem o formalismo dessas estruturas e que detonam percepções poéticas individuais acerca do espaço. Em Topografias Simuladas (ver imagem PDF), obra que o artista apresenta em Ph Neutro, realizada com o apoio da Positions in Context: 2007, programa de exposições da Fundação Cisneros Fontanals Art (Miami, EUA), em 2007, Zamora propõe um exercício espacial baseado no uso de técnicas geométricas comuns empregadas por arquitetos e engenheiros no desenvolvimento de superfícies. Na arquitetura e na engenharia, tais exercícios funcionam como modelos para verificação de escalas, comprovando se as formas desenvolvidas são ou não coerentes com os compartimentos físicos a serem desenvolvidos. Para criar a obra, Zamora utilizou um número aleatório (3) uniformizando as peças e suas formas, gerando uma topografia irregular e acidentada, cujos volumes são acentuados de acordo com a reflexão da luz. Instalada sobre o chão do cubo branco da galeria, as 72 peças de papel cartão cinza que compõem Topografias Simuladas criam um cenário ficcional próximo ao dos filmes de ficção científica.

Rafael Assef (38) apresenta Escalas Técnicas (2008), políptico de seis imagens criadas a partir de um único arquivo digital, captado em RAW, de uma tatuagem negra denominada cinza neutro, termo que, no campo da fotografia, é a referência na escala de tons. O RAW, na fotografia digital, equivale ao negativo na fotografia analógica, ou seja, matéria bruta que ainda não passou por tratamento. Com o advento e total implantação da fotografia digital foram criados diversos programas de computador para tratamento de imagem. O Capture One PRO é um desses programas que funciona como um laboratório fotográfico onde a imagem bruta (raw) pode ser manipulada. Este programa consiste basicamente em uma série de escalas numéricas baseadas na fotografia analógica, como Exposure Compensation (EC), Contrast Compensation (CC), Saturation Compensation (Sat), Color Temperature ou Tint e Focus Tool. Cada uma dessas escalas tem um papel na manipulação da fotografia digital. De posse de um cinza neutro específico, Assef criou tabelas com cada uma das funções mencionadas acima. Cada tabela gerou uma escala distinta de cinza estabelecendo assim sistemas organizados de manipulação da imagem digital. A obra reflete, portanto, acerca do próprio suporte da fotografia.

Caixa de Força (2009), nova obra de Lia Chaia (30), pode ser considerada um desdobramento da instalação TEPMOAH, de 2007, apresentada inicialmente na edição de 2008, da ARCO (Madri, Espanha). Nela, Lia Chaia revela a parte interna de uma caixa de energia elétrica, agregada de elementos orgânicos e de cor, apontando, com esse procedimento, eventuais fissuras nos sistemas fechados sugerindo formas mais elásticas e maleáveis de conviver com eles.

Fabio Morais (38) apresenta Brasil x Brazil (2009). Na fotografia, que retrata um time de futebol dos anos 1970, adquirida no mercado de antiguidades do Bexiga, o artista retirou no Photoshop as cores preto e branco deixando apenas os tons cinza que originalmente compõem a imagem P&B. Sobre ela, Morais aplicou, ainda com ferramentas do Photoshop, o índice remissivo do livro “Arte Contemporânea – uma história concisa” (Ed. Martins Fontes) onde aparecem nomes de importantes artistas da arte atual, como Marcel Duchamp, George Baselitz e Jenny Holzer, no time estrangeiro, e, do lado brasileiro, Cildo Meirelles e Helio Oiticica.

Odires Mlászho (48), apresenta Matrizes para Línguas Bifurcadas (2009). Como em obras anteriores, Mlászho retira a superfície de papel das capas de livros alemães antigos, como Das Bild der Erde e Revolution im Unsichtbaren deixando apenas os títulos em baixo relevo impresos originalmente. Com a aplicação de tinta acrílica sobre essas superfícies, Mlászho revela aspectos das tipografias usadas originalmente criando um discurso acerca do visível e do invisível.

Por último, Chiara Banfi (29) apresenta dois novos trabalhos, Wish (2009) série de desenhos a lápis sobre papel e a instalação Trilha que ocupará a fachada da galeria.

PIC NIC / Instalação de Marco Paulo Rolla – sala 4: Composta por mais de 300 peças de porcelana e cerâmica, a instalação PICNIC de Marco Paulo Rolla, foi criada em 2000, na residência realizada pelo artista no European Ceramic Work Centre (EKWC), em Hertogenbosch, na Holanda. A obra faz referência a trabalhos representativos da história da arte, como Concerto Campestre (c.1508) de Giorgione, e Déjeuner sur l’Herbe (1863) de Edouard Manet, e revela o ideal de abundância intensamente desejado pelo homem. Seu foco remete à melancolia arcaica da transitoriedade. Em meio à celebração festiva e sensorial da vida, paira o risco da interrupção involuntária.

Na instalação, o artista propõe deslocamentos poderosos, materializando em porcelana imagens residuais como reflexos do cotidiano, transformando o observador em testemunha ocular da suspensão de um tempo subitamente interrompido. O prazer pela forma, pelo brilho dos materiais e pela identificação imediata de uma refeição em curso atrai a atenção de quem se aproxima, conduzindo o olhar à constatação da ausência. O que se resgata então são reverberações de corpos, de gestos e expressões que sugerem o tempo lento da contemplação de uma intimidade roubada.

Exposições:“Ph Neutro” (coletiva salas 1 e 2) e “PICNIC” instalação de Marco Paulo Rolla (sala 4), de 28 de janeiro a 27 de fevereiro de 200., no Vermelho / Rua Minas Gerais, 350 / 01244010 – São Paulo – SP – telefone (11) 3138-1520 | www.galeriavermelho.com.br / [email protected] [ Artistas / Ph Neutro:: Rafael Assef, Chiara Banfi, Lia Chaia, Marcelo Cidade, Odires Mlászho, Fabio Morais e Héctor Zamora].

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