Novas regras de importação colocam em risco o inverno 2009 do varejo têxtil

Assim como outros setores atingidos, o varejo têxtil constituído pelas grandes redes foi surpreendido e duramente atingido pelas novas regras que criam barreiras contra as importações com a exigência de licenças de importação. "As coleções de inverno de 2009 já estarão comprometidas se não houver a liberação imediata das licenças de importação", alerta o presidente da Abeim (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), Sylvio Mandel.

"Um retrocesso na economia brasileira e que afetará o País em geral, além do varejo têxtil de grande superfície, que já vem sentindo na pele os efeitos adversos de medidas protecionistas e da atual crise econômica internacional." É assim que o presidente da Abeim, Sylvio Mandel, reage às novas medidas impostas pelo governo que amplia significativamente a lista de produtos que necessitam apresentar Licenças de Importação (LIs) prévias para entrar no País.

"Estamos às vésperas da entrada das coleções de Inverno no País e as medidas certamente atrasarão as importações caso seja adotado o prazo regulamentar de até 60 dias para liberação das licenças de importação ou seja, não haverá coleções de Inverno para colocarmos nas vitrines se as licenças atrasarem", alerta Mandel.

O varejo têxtil já tinha uma ampla gama de produtos de inverno com barreiras restritivas. "Agora, itens em que não havia obrigatoriedade de licenças passaram a ter e, com isso, ainda maiores serão as dificuldades a serem enfrentadas na liberação de mercadorias. Tudo parou", diz Sylvio.

Como praticamente toda a pauta de importações do País, além de roupas, foi incluída nas novas regras, a pergunta que se faz é como o governo terá estrutura para liberar todas estas licenças dentro das necessidades de cada setor. "Já havia gargalos na liberação das licenças quando a obrigatoriedade era restrita a determinados itens. O que acontecerá agora que praticamente toda a pauta das importações brasileiras será regulada? Haverá aumento da estrutura da Secretaria de Comércio Exterior para suportar esta demanda que o próprio governo impôs?", pergunta Mandel.

Segundo a Abeim, este é o momento de todas as entidades de classe do País se unirem contra esta medida que considera arbitrária e que pode gerar, além de sensíveis prejuízos no abastecimento de produtos e nos resultados de vendas, comprometer o nível de emprego. "Não podemos mais ficar inertes", reitera.

Perfil da Abeim - Fundada em agosto de 1999, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) representa o varejo têxtil de grande superfície, formado pelas principais empresas do segmento de artigos de vestuário e acessórios. A entidade tem por objetivo defender o setor em questões de relevância nacional e a ética nas importações. Também faz parte das ações da Abeim a colaboração com entidades, do governo ou não, sobre acordos internacionais, valoração e legislação aduaneira. O setor é responsável pela distribuição de parcela considerável do volume total produzido pela indústria têxtil nacional.