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15/03/2007 - 09:06

União Européia quer Doha em um mês; EUA não têm pressa, diz diplomata


Genebra - A União Européia quer resolver as negociações comerciais globais até meados de abril, mas os Estados Unidos parecem não ter pressa, disse um importante diplomata europeu na quarta-feira.

Há uma intensa atividade de bastidores pela conclusão das negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio, cujo secretário-geral, Pascal Lamy, alerta repetidamente que o tempo está se esgotando para que haja acordo.

"Estamos pressionando para que haja algum tipo de entendimento até meados de abril", disse o diplomata da UE à Reuters. "Mas os Estados Unidos não parecem estar com pressa", afirmou essa fonte, que pediu anonimato.

Ele acrescentou que Washington, sob pressão para reduzir seus subsídios agrícolas, ainda espera obter concessões prévias na abertura de mercados na Índia e em outros grandes países em desenvolvimento.

Outros membros da OMC, que reúne 150 Estados, estão ficando impacientes com a demora do chamado G4 (UE, EUA, Brasil e Índia) na busca por um entendimento em reuniões ocorridas nas últimas semanas em capitais distantes da sede da OMC.

"Espero que a pressão sobre o G4 dê resultado em breve. As pessoas estão ficando impacientes em Genebra", disse outro diplomata de primeiro escalão.

Mas um porta-voz da representante de comércio exterior dos EUA, Susan Schwab, negou que Washington esteja provocando atrasos.

"Estamos fazendo progressos lentos, mas constantes, e isso se deve em grande parte à liderança dos Estados Unidos", disse o porta-voz Sean Spicer, citando os encontros de Schwab nas últimas semanas com representantes de Brasil, Índia e União Européia.

Lamy diz que a OMC deve aprovar um pacto geral sobre a liberalização comercial até o final de junho, sob risco de que o processo passe anos congelado ou seja simplesmente abandonado.

Os poderes do presidente dos EUA para negociar tratados comerciais sem interferência parlamentar, uma condição quase essencial para qualquer acordo, expira em 30 de junho, e há dúvidas sobre a disposição da maioria democrata em renovar essa autorização.

Lançada em 2001 na capital do Catar, a chamada Rodada de Doha é apontada pela OMC como uma chance única de tirar milhões de pessoas da pobreza por meio do comércio.

Mas, sem conseguir um acordo geral sobre tarifas, subsídios e abertura de mercados, especialmente em setores agrícolas, as principais potências comerciais buscaram então negociar sobre produtos e mercados específicos, para ver onde as concessões necessárias poderiam ser feitas.

"Acho que estão testando números, e isso é uma boa notícia. A má notícia é que ainda não há acordo", acrescentou o segundo diplomata.

Mas o diplomata da UE afirmou que Washington ainda insiste que a Índia e outros grandes países em desenvolvimento aceitem mais reduções em suas tarifas agrícolas para criar novos mercados para os produtores rurais dos EUA. "Os EUA não vão receber isso como pré-pagamento", disse o diplomata. A Índia afirma que não fará concessões que ameacem a subsistência de seus pequenos agricultores.| Por: Richard Waddington/Reuters

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