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30/01/2009 - 12:11

Um raio cai duas vezes no mesmo lugar?


Cai duas, três, quatro vezes... Cai até 26 vezes no mesmo lugar! Estudos feitos na África do Sul registraram 26 descargas de retorno no mesmo lugar. Aqui, no Grande ABC, já foram registradas sete descargas no mesmo local, próximo ao município de São Bernardo do Campo.

Relâmpagos são descargas atmosféricas que apresentam alta luminosidade e alta intensidade de corrente. Estas descargas podem durar de milissegundos até alguns segundos. Este fenômeno ocorre devido à existência de cargas elétricas intensas na atmosfera produzindo um campo elétrico local excedente a 3.000 kV/m. As principais fontes de relâmpagos são as nuvens de tempestade, mais comumente denominadas de Cumulonimbus, caracterizadas pelo forte movimento convectivo e grande extensão vertical.

Grande parte da população sofre com os efeitos diretos ou indiretos dos relâmpagos. Estudos feitos nos Estados Unidos e na França mostram que cerca de 100 pessoas são atingidas por relâmpagos por ano. Destas, 10% das vítimas são fatais. No Brasil, estudos recentes mostram que mais de 20 pessoas foram atingidas diretamente durante o verão de 2001 na região da capital paulista. A região do ABC está entre as cinco primeiras colocadas no ranking de incidência de relâmpagos do Estado de São Paulo. Este alto índice de relâmpagos, cerca de 10 relâmpagos por km2/ano, se deve às condições meteorológicas e orográficas da região, que favorecem a ocorrência de tempestades severas.

É também isso que as nossas pesquisas de Física na FEI indicam, com o Projeto Relâmpago, que utiliza sensores ópticos e elétricos instalados no campus de São Bernardo especialmente para monitorar a região. Os últimos resultados mostraram alta incidência de relâmpagos com corrente contínua e de longa duração. Essas características de relâmpagos apresentam eventos mais nocivos e parecem estar associado às tempestades que causam enchentes em São Paulo. As causas deste fenômeno, no entanto, ainda estão sendo investigadas.

Portanto, só nos resta se proteger. Assim, fique de olho no tempo. Ao se aproximar uma tempestade evite lugares abertos ou descampados. Procure abrigos e lugares fechados como carros, ônibus, casas e prédios. Os locais escolhidos devem ser do tipo ‘gaiola’, com vedação em cima e dos lados, formato que oferece proteção contra relâmpagos. Além disso, evite o uso de telefone e equipamentos eletrônicos e fique longe de janelas e tomadas.

Evite, também, tomar banho em chuveiro elétrico e em piscina, mesmo coberta, porque caso haja ocorrência de relâmpago próximo deste local, a pessoa dentro da piscina poderá ser atingida por efeitos indiretos.

Se não for possível se abrigar, fique longe de árvores e quiosques, pois estes ‘abrigos’ não são considerados bons locais para se proteger dos relâmpagos. Caso sinta os pelos do braço ou os cabelos arrepiarem isto é indicação de que um relâmpago pode ocorrer a qualquer momento. Neste caso, una os pés, agache-se e curve-se ao máximo em direção ao solo. Os braços devem estar em volta dos joelhos e a cabeça abaixada. Não se deite no chão. Tenho certeza que estas medidas vão lhe ajudar bastante.

. Por: Rosangela Barreto Biasi Gin, professora e coordenadora do Projeto Relâmpago do Departamento de Física da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

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