Educação e crise

O que fazer diante da crise e do temor de ser atingido por demissões? Quem acredita que o melhor é desacelerar os planos de carreira e deixar de investir em formação profissional errou. Segundo avaliação dos consultores de carreira da DBM, consultoria especializada em gestão de capital humano, investir na própria educação pode ser um importante diferencial na crise – suficiente para garantir ascensão ou, no pior dos cenários, a manutenção do trabalho. “Já está mais do que provado que contar com especializações no currículo é importante. Em momentos como este, de crise, essa experiência pode ser um diferencial importante seja na busca por uma recolocação, seja para manter a empregabilidade”, afirma Alexandre Nabil, consultor de carreiras da DBM.

Isso significa que o objetivo de investir em um bom curso, seja um MBA ou mesmo um curso de especialização, a fim de estar mais preparado para enfrentar o mercado não deve ser descartado. Vale, inclusive, levar em consideração a hipótese, no caso dos demitidos, de aplicar parte da rescisão salarial no projeto. “Muitas vezes, na correria do dia-a-dia, não temos tempo para planejar um curso de especialização. Quem perde o trabalho pode aproveitar de forma produtiva o tempo livre investindo na própria educação, sem medo de estar cometendo uma loucura. Ao contrário, trata-se de um investimento e de um período de reflexão que tende a trazer várias vantagens. Isso, é claro, desde que o curso seja compatível com a trajetória profissional”, lembra Nabil.

De acordo com o consultor, é importante considerar o objetivo profissional para identificar qual a melhor modalidade de curso, o que também depende da etapa da carreira do indivíduo. “Cada curso conduz o profissional a um determinado mercado ou nível. Existem cursos mais específicos e aqueles chamados generalistas. Se o profissional tiver interesse em mudar de área, por exemplo, é melhor escolher cursos mais generalistas, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre um novo setor ou mercado. Aqueles que desejam ampliar sua rede de relacionamentos, inclusive para buscar uma recolocação no mercado, devem optar por cursos mais específicos”, afirma.

O fundamental em todos os casos é fazer um planejamento antes de começar esta nova etapa. O consultor da DBM dá algumas dicas para aqueles que têm em mente iniciar um curso em 2009: Analise seu histórico acadêmico. Por meio deste processo, é possível prever qual será a instituição de ensino mais adequada para este momento de retomada dos estudos. Quem fez graduação numa escola de menor destaque pode, por exemplo, reforçar o currículo procurando uma instituição de renome para a pós-graduação.

Leve em consideração seu “fôlego” - muitos cursos exigem pesquisas intensas e um bom tempo de dedicação para os estudos. Portanto, é preciso conhecer, de antemão, o que a instituição requisita do aluno e o quanto tempo e dedicação você pretende investir.

Conheça a reputação da instituição – não adiciona nada ao currículo um curso não reconhecido pelo mercado. Mapeie as faculdades de maior destaque na sua área.

Faça seu planejamento financeiro para dar este passo - cursos de pós-graduação e MBA de boa qualidade não são baratos, portanto, se o profissional estiver desempregado, é importante ter uma reserva de cerca de nove meses (além do valor do curso) para as despesas fixas. Neste prazo, afirma o consultor, é bem provável que o profissional já tenha se recolocado no mercado.