Movelpar 2007: fabricantes buscam atender necessidade de uso do mobiliário

Expositores da 6º edição da Movelpar dizem que são os consumidores que, atualmente, definem a linha de produção das empresas. Mais informados e exigentes, eles querem produto de qualidade, com preço acessível e design diferenciado.

As indústrias de móveis estão investindo em pesquisas para atender a necessidade de consumo da população com base na funcionalidade do móvel, na praticidade e no design. O aumento do tamanho do roupeiro, a introdução da porta de correr, a diminuição da profundidade das estantes para se adaptarem às TVs de plasma, são exemplos de adequação dos produtos à estética e à função do mobiliário na vida das pessoas. O uso da geometria na concepção do móvel com a introdução de compartimentos em tamanhos diferenciados mostra como adequar o mobiliário com base na necessidade de espaços para o uso cotidiano.

A pesquisa de mercado e a visita às feiras internacionais são os ingredientes que estão fazendo com que a indústria lance produtos mais adequados ao consumo de massa mas que assimilam tendências da linha alta, incorporando-se soluções estéticas agradáveis ao gosto do consumidor. Tudo isso, sem descuidar do fator competitividade, ou seja, soluções inovadoras com baixo custo.

Marco Aurélio Kumura, gerente de marketing da Colibri Móveis, expositora da Movelpar 2007 – Feira de Móveis do Paraná – que está sendo realizada no Expoara, em Arapongas (norte do Paraná) até sexta, dia 16, salienta que antes de lançar um produto a marca investe na pesquisas de mercado para garantir o desenvolvimento de produtos com demanda de consumo. O primeiro passo são as pesquisas quantitativas e qualitativas com lojistas, consumidores e representantes comerciais sobre as necessidades do mercado. Queremos saber o que o consumidor quer. Depois são analisadas o tamanho do mercado e a concorrência. Só com o avanço destas etapas numéricas é que o produto segue para a área de design e vira uma maquete, necessária para que sejam estudadas adequadamente as dimensões e a estrutura de fabricação.

Quando aprovado, o produto é fabricado em tamanho real para o teste com o consumidor. “É nesta fase que introduzimos mais mudanças e ajustamos o produto para que siga para o varejo. Esta dinâmica garante o sucesso do lançamento”, afirma. “Percebemos hoje, que o consumidor quer beleza aliada à funcionalidade. A tendência é a fabricação de estantes com formas mais retas, que vem substituindo as arredondadas”, diz Kumura. O investimento para atender as necessidades do consumidor representa hoje mais que o dobro feito em anos anteriores.

João Baroneza, designer da Kits Paraná, de Arapongas, ressalta que os consumidores procuram detalhes que agregam valor ao produto. “Este ano, viemos à feira com cores diferenciadas, principalmente cítricas e com espaço maior nos móveis”. Todo esse investimento envolveu compra de equipamentos e profissionalização da equipe. “Os testes para avaliar a aceitação dos produtos são feitos em showroom montados na própria fábrica”, afirma.

Ricardo Carandina, diretor financeiro, do grupo Gralha Azul e Bela Flex Móveis, diz que os principais compradores são empresas de São Paulo, onde o público alvo mora em apartamentos pequenos. “Nossa linha de estofados visa atender esses consumidores que têm pouco espaço em casa. Além da funcionalidade, depois de pesquisas de qualidade e tendência, introduzimos também fibras de silicone no lugar da espuma, que proporciona mais conforto ao móvel”. As estantes com linhas retas e funcionais são as novidades que a empresa traz nessa feira. “As televisões de plasma não são mais uma distante realidade da classe média. Por isso, as estantes têm que acompanhar esse processo. Nossos novos modelos têm forma inclinada que dá um ótimo encaixe nas telas planas”. Neil Santos, proprietário das lojas BJ Santos, com 42 lojas no Paraná e Santa Catarina, confirma a exigência do consumidor como o parâmetro para as empresas balizarem os lançamentos de mercado. “Além das novidades, o consumidor quer preço, conforto e design no mesmo móvel”.