Mais de 35% dos usuários de internet buscam amizades virtuais,revela pesquisa da TNS

Estudo avalia a importância da web como instrumento social e mostra que as pessoas já falam menos ao telefone e a ficam mais tempo em casa .

São Paulo, 5 de fevereiro — A pesquisa global “Mundo Digital, Vida Digital”, que investigou comportamentos e perspectivas online de mais de 27 mil pessoas de 16 países e foi concluída no final de 2008, mostra que, no mundo inteiro, e em especial na Ásia, a internet exerce grande influência nas relações sociais da população. Segundo os dados do levantamento, 37% dos internautas fez amigos na rede e se relacionam com eles com frequência.

Na China, buscar amigos na rede é uma prática amplamente difundida e 75% dos internautas utilizam esse canal para conhecer novas pessoas. Na Coréia ocorre o mesmo, embora o percentual seja um pouco mais baixo, de 52%.

A pesquisa constatou, ainda, que uma parcela expressiva dos entrevistados que fizeram amigos virtuais (77%) já telefonou ou se encontrou pessoalmente com eles. Eles se relacionam, em média, com 17 pessoas, sendo duas de outras nacionalidades, e os mais adeptos de telefonemas e encontros são os alemães e os franceses (86% e 85% respectivamente). Entre esses 77%, a estimativa é que os amigos da web correspondam a 30% de seu círculo social. No caso dos japoneses a proporção é ainda maior, de 54%.

“O estudo comprova a relevância da internet nas relações sociais dos asiáticos, uma vez que ajuda a vencer barreiras culturais e até emocionais, como a introspecção e a timidez, características comuns entre os povos orientais. Já no Brasil essas ferramentas de relacionamento online são importantes, mas complementares, e utilizadas principalmente para manter e estreitar contatos”, analisa Lucas Pestalozzi, diretor responsável pela área de Tecnologia da TNS interScience.

Outra conclusão da pesquisa é que, embora assíduo, o relacionamento virtual tende a ser superficial. “A população mundial ainda é reticente em relação à identidade de seus amigos virtuais”, explica Pestalozzi. Os mais desconfiados, nesse sentido, são os alemães e mais da metade (57%) deles diz que não se pode acreditar nas informações vindas dos amigos da rede.

Mais tempo em casa e menos ao telefone - Ao analisar mudanças de hábito e comportamento social dos entrevistados, a pesquisa comprovou que, após a adesão à net mais de um terço dos internautas passou a falar menos ao telefone, enquanto 20% disseram sair de casa com menos frequência. “Isso não significa que a web restringiu o contato com os amigos reais, mas sim que ela complementa as formas de relacionamento tradicionais”, comenta Pestalozzi. Exemplo disso é que 25% dos entrevistados passaram a conversar mais com os amigos reais, enquanto outros 25% disseram ter feito mais amigos depois de começarem a acessar a internet.

O levantamento também derruba a idéia de que a web isola seus usuários. “Ao contrário, a vida online, à medida que oferece múltiplas possibilidades de interação, pode ampliar a vida real”, conclui o diretor da TNS InterScience.

O estudo - A TNS realizou o estudo, no final de 2008, em 16 países, exceto os da América Latina, com o objetivo de investigar comportamentos e perspectivas sobre o ambiente online. Um total de 27,5 mil pessoas de 18 a 55 anos foram entrevistadas via internet nos seguintes países: Austrália, Canadá, China, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Japão, Coréia, Holanda, Noruega, Espanha, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.

Quatro tópicos foram objeto da pesquisa: 1) a forma como a internet vem sendo utilizada para entretenimento, informação e comércio; 2) a utilização de canais online na tomada de grandes decisões nos segmentos de saúde, educação e investimentos, entre outros; 3) o grau de desenvolvimento da mídia social e 4) o grau de confiança dos entrevistados em fontes de informação online em contraposição à mídia tradicional e/ou recomendações de amigos.

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