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06/02/2009 - 10:40

Pesquisa Febraban de Projeções e Expectativas de Mercado prevê PIB de 1,87% em 2009

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas riquezas do país), em 2009, deve ser de 1,87% e a produção industrial alcançar 1,29%, de acordo com a pesquisa da Federação Brasileira de Banco (Febraban) de Projeções e Expectativas de Mercados, divulgada no dia 5 de fevereiro (quinta-feira), na capital paulista.

Segundo a pesquisa, com a forte deterioração das expectativas econômicas para 2009, consolida-se um cenário de queda mais acentuada da taxa de juros. Este o resultado da primeira Pesquisa Febraban de Projeções e Expectativas de Mercado de 2009, que consultou analistas de 34 instituições financeiras* associadas. Segundo a mediana das projeções destas instituições, a taxa básica de juros da economia (taxa Selic) deve ser reduzida para 10,75% até o final de 2009 enquanto a taxa de câmbio deve ser R$ 2,27/ US$.

Pesquisa de Projeções Macroeconômicas e de Variáveis do Setor Bancário: O impacto da desaceleração econômica mundial passou a se refletir mais fortemente nas projeções econômicas para 2009. Segundo os analistas consultados, a projeção de crescimento do PIB em 2009 passou a 1,87%, frente aos 2,56% observados na pesquisa realizada em dezembro de 2008. A produção industrial também deve sofrer uma desaceleração mais acentuada. A expectativa para 2009 passou de 2,74% na pesquisa anterior para 1,29% na pesquisa atual.

De acordo com a Febraban, a inflação esperada para 2009 segue com tendência de queda em relação a última pesquisa (IPCA de 4,95%), seguindo a trajetória de convergência para a meta, com IPCA de 4,57%. A projeção média para o IGP-M teve redução 5,54%, segundo dados da pesquisa de dezembro de 2008, para 4,76% na edição atual da Pesquisa Febraban, sendo que a mesma média projetada para 2010.

“Uma mudança importante ocorre na expectativa de evolução da taxa Selic ao longo de 2009, que já reflete a recente tomada de decisão do Comitê de Política Monetária iniciando o ciclo de queda com um corte inicial de 100 p.b.. Agora, a expectativa para o final de 2009 é de que a taxa Selic seja reduzida para 10,75%, comparativamente a 12,00% na pesquisa anterior. Já em relação à taxa de câmbio, a expectativa é que feche o ano em R$ 2,27 /US$, pouco acima dos R$ 2,25 registrados em dezembro.

Em relação às contas externas, as expectativas apresentaram mudanças mais pontuais, com alguma redução no fluxo de importação (US$158,5 bi) e exportações (US$ 171,5), bem como no saldo da Balança Comercial, estimado em US$ 13,12 bi. Como nas pesquisas anteriores, ainda espera-se déficit nas transações correntes em cerca de US$ 21,80 bi, enquanto no investimento direto estrangeiro é esperado pequeno recuo para US$ 22,11.

As reservas internacionais são projetadas em US$ 193,65 bi, permanecendo em nível satisfatório mesmo diante da crise. O risco Brasil segue tendência de elevação passando de 314,77 para 360,5 pontos-base.

Já a expectativa para o resultado primário sofreu redução referente ao último dado divulgado, passando de 3,22% para 2,07% do PIB, conforme a projeção para o final de 2009”, avaliou.

Instituições que participaram da pesquisa: Banco ABC Brasil; Banco Alfa; Banco BBM; Banco BNP Paribas Brasil; Banco Bradesco; Banco Cooperativo Sicredi; Banco Credit Suisse (Brasil); Banco Daycoval; Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil; Banco do Brasil; Banco do Estado do Pará; Banco do Estado do Rio Grande do Sul; Banco do Nordeste do Brasil; Banco Fator; Banco Indusval; Banco Intercap; Banco Itaú BBA; Banco Nossa Caixa; Banco Prosper; Banco Safra; Banco Santander; Banco Schahin; Banco UBS Pactual; Banco Votorantim; Banco WestLB; Banco do Estado do Espírito Santo; BES Investimento do Brasil - Banco de Investimento; BRB - Banco de Brasília; Caixa Econômica Federal; Citibank N.A.; ING Bank N.V.; Unibanco; Unibanco Asset Management. Pesquisa Febraban de Projeções e Expectativas de Mercado http://www.febraban.org.br

Para a economia norte-americana, os analistas consultados apontam uma retração do PIB maior que a anteriormente esperada (de -0,62% passando a -1,30%), inflação de 0,51% e taxa Fed funds em 0,31%.

“As variáveis do setor bancário, o crescimento do crédito foi revisado pelos economistas em comparação com a pesquisa anterior. As instituições financeiras consultadas continuam com projeções de desaceleração do crescimento das operações de crédito em 2009. Entretanto, as expectativas de crescimento do volume total são ainda superiores a 15%. A média do crescimento do saldo total das operações está estimada em 16,18%, com 15,88% de expansão para pessoas físicas e 19,09% para pessoas jurídicas. As operações de crédito pessoal e de crédito para a aquisição de veículos devem crescer 16,81% e 14,59%, respectivamente. A taxa estimada para a inadimplência aumentou, passando de 4,88% para 4,94%, o que está relacionado ao agravamento das condições do cenário internacional, que tem afetado o mercado doméstico, como se observa no aumento do desemprego e redução no nível de atividade econômica. Apesar da deterioração, a taxa de inadimplência projetada não deve alcançar níveis capazes de comprometer a saúde do sistema financeiro, de acordo com os analistas consultados”, adiantou os analistas.

Expectativas de Mercado - De acordo com 65% dos analistas consultados na Pesquisa Febraban de Expectativas de Mercado, a decisão e a Ata da última reunião do Copom não modificaram significativamente as projeções econômicas e financeiras do mercado. A maioria dos bancos já esperava o início de um ciclo de queda na taxa básica de juros para o começo de 2009. Entretanto, cerca de 35% dos respondentes nesta pesquisa não esperavam um corte tão acentuado quanto o que foi exercido pelo Banco Central.

Os analistas também apontaram que, como o primeiro corte da Selic em 2009 foi mais agressivo, o Copom poderá adotar uma postura mais audaciosa momentaneamente, optando por um esforço maior pela recuperação da atividade econômica, pois há conforto no front inflacionário com a taxa de inflação em trajetória de convergência para a meta.

Para as próximas reuniões do Copom, a mediana da pesquisa indica uma queda adicional de 200 p.b. na Selic, com dois cortes de 75 p.b. e outros dois cortes de 25 p.b., de modo que a taxa deve encerrar o ano em 10,75%. Para 2010, os analistas esperam que a Selic alcance os 10,00%

No plano internacional, 92% dos analistas consultados acreditam que as primeiras declarações e medidas do novo presidente americano, Barack H. Obama, estão em linha com o esperado. Segundo os analistas dos bancos, a rápida tomada de decisão de Obama quanto ao plano de incentivo fiscal já era esperada, tendo em vista a situação atual da economia dos EUA.

Em relação à economia global, 81% dos analistas avaliam que os indicadores econômicos mais recentes apontam para uma desaceleração econômica pior que o consenso anterior. Entre os fatores mais relevantes para este cenário, destacam-se a contínua redução de confiança dos empresários e dos consumidores, a queda do nível de atividade e alta do desemprego. De acordo com os analistas, estes são alguns dos fatores que apontam para uma contração maior que a prevista para as economias mais maduras, enquanto as economias emergentes crescerão em nível inferior ao esperado.

Para a economia brasileira, 81% dos analistas acreditam que a curva esperada para atividade econômica em 2009 deverá ser de contração no primeiro semestre e recuperação no segundo. Alguns analistas apontaram que, apesar dos sinais de recuperação que a economia deve apresentar no segundo semestre de 2009, o nível de crescimento deve permanecer baixo, em um processo gradual de recuperação.

Quanto à intensidade deste processo, 56% dos analistas consultados avaliam que os impactos da crise na economia real no Brasil tendem a acontecer em linha com a expectativa de mercado, enquanto outros 30% acreditam que os impactos da crise na economia real devem ser de profundidade maior do que a expectativa média do mercado.

Sobre algumas análises que apontam para um cenário de forte queda do juro real no Brasil em 2009, 76% dos analistas concordam com esta hipótese, dada a desaceleração econômica já evidenciada e a precificação da inflação projetada para nível mais baixo; cerca de 24% dos analistas discordam deste cenário.

No quadro internacional, os principais fatores que podem alterar as projeções macroeconômicas e financeiras dos analistas estão centrados nos possíveis desdobramentos da crise, como: evolução da crise financeira na economia norte-americana; medidas do governo Barack Obama; risco de recessão/depressão nos EUA e Europa; desaceleração do crescimento da China. No cenário doméstico, os fatores que estão sob maior atenção são: aumento do desemprego; desaceleração da atividade econômica; aumento da inadimplência na carteira de crédito; aumento da pressão inflacionária.

. Respostas dos analistas dos bancos que participaram da pesquisa: A última decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) e a Ata do COPOM alteraram significativamente suas projeções macroeconômicas e financeiras? 65,4% - Não | 34,6% - Sim.

. Em relação ao início do Governo Obama, as primeiras medidas/declarações do novo presidente e sua equipe econômica foram: 92% - em linha com a sua expectativa | 8% - mais negativas que a sua expectativa | 0% - mais positivas que a sua expectativa.

. Os indicadores mais recentes sobre o nível de atividade global indicam que a desaceleração da economia mundial em 2009 será:81,5% pior do que o consenso anterior | 18,5% em linha com o consenso | 0% melhor do que o consenso anterior. De acordo com suas expectativas para o Brasil em 2009, a curva esperada para atividade econômica deve ser | 81,5% contração no primeiro semestre e recuperação no segundo | 11,1% de queda contínua ao longo de 2009 | 7,4% crescimento/estabilidade ao longo do ano.

. Na sua avaliação, os impactos da crise na chamada economia real no Brasil tendem a acontecer: 55,6% Em linha com a expectativa média do mercado | 29,6% Numa profundidade maior (mais retração) do que a expectativa média do mercado | 14,8% Numa profundidade menor do que a expectativa média do mercado.

. Algumas análises apontam para um cenário de forte queda do juro real no Brasil em 2009 (queda do juro nominal maior que da inflação). Você: 60% Concorda | 40% Discorda | 0% Não tem opinião.


.Cenário Internacional | Freqüência (*)

Evolução da crise financeira na economia norte-americana: 57,7

Medidas do governo Barack Obama: : 53,8

Desaceleração do crescimento da China: 53,8

Possível cenário de deflação nos EUA: 26,9

Evolução das bolsas de valores do mundo : 26,9


Outros: 7,7 [ Nota: * em relação ao total de participantes].



..Cenário Doméstico | Freqüência (*)

Aumento do desemprego: 57,7

Desaceleração da atividade econômica: 50,0

Aumento da inadimplência na carteira de crédito: 50,0

Aumento da pressão inflacionária: 50,0

Desvalorização da taxa de câmbio: 42,3

Restrição de liquidez no mercado doméstico : 38,5

Desaceleração do crescimento do volume de crédito: 34,6


[ Nota: * em relação ao total de participantes. Superintendê].

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