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07/02/2009 - 10:52

Guarda-chuva (protecionista) em plena seca


A farsa do protecionismo.

"Essa doutrina visa proteger o mercado interno através da criação de mecanismos que dificultam a entrada no país de mercadorias importadas, reduzem a competição externa e assim permitem o livre desenvolvimento das atividades econômicas internas. A teoria contrária ao protecionismo é o livre-comércio (pela velha ortografia). Através desta linha de atuação, garante-se a independência de um país, enquanto ao se optar pelo caminho inverso, atinge-se o estágio da interdependência entre Estados concorrentes". Peguei essa definição na Internet. Ela é tão boa quanto qualquer outra.

Para mentes maniqueístas, de um lado tem-se o protecionismo, do outro o livrecomércio (sem hífen, noblesse oblige). Como sempre, entre o preto e o branco, existe o cinza, logo, não há motivo para exaltação.

A postura adotada pelo Brasil pouco difere da prática dos nossos parceiros comerciais. " Que OMC, que Doha! O mundo que compre de nós, e nós vamos manter as aparências e o discurso, naturalmente".

Sem entrar no mérito da questão, já que é incômodo conviver com a "invasão" chinesa, e é sumamente chato ver nossos produtos taxados lá fora, vale a pena desistir da nossa grandiloqüência?

Naturalmente, que um protecionismo à moda da antiga SEI que levou à estagnação de nossa indústria de Informática não é palatável, embora haja ainda quem suspire por ele. Sem a concorrência dos produtos de fora, nosso destino teria sido conviver até hoje com "dinos" informáticos e um vigoroso afluxo de contrabando.

Por outro lado, um total "laissez-faire" sufocaria nossa indústria.

Estrebuchamos quando topamos com subsídios aos agricultores europeus,e quotas de carne, limtando nossas exportações, mas olhamos com preocupação os produtos "Made in China", colocando em perigo nossa indústria calçadista , têxtil etc.

Protestamos ante a mais recente recaída no "Buy American", mas preferimos que as plataformas da Petrobrás sejam fabricadas aqui, mesmo se nossos estaleiros não são competitivos. "Buy Brazilian" pode! Um pé em Belém e outro em Davos, haja spacat, espa cate, "grand écart" enfim!

Abraçamos a causa "Mercosul-e-todos-os-irmãos-unidos-para-sempre", sejam eles ALBA, Unasul ou outra sigla, mas ficamos calados quando a Argentina torce o nariz para as nossas geladeiras – em nome de uma correção de assimetrias – ou quando o Equador resolve se defender da invasão dos produtos brasileiros.

Como está demonstrada a impossibilidade de todos os países terem simultaneamente superávits comerciais, resta-nos optar por um certo pragmatismo, sabendo que o tal "Buy American" será relativo, pois a Gerdau está lá, bem 'American", e com a existência de multis brasileiras o dano poderá ser menor do que possa parecer.

Enquanto isso, nossa hábil diplomacia continuará defendendo a nobre causa da rodada Doha e Nossopresidente ganhará mais alguns pontos de popularidade, (faltam apenas 16 pontinhos) discorrendo sobre as lições que o Brasil há de ensinar às economias, em estado de profunda anóxia, do Primeiro Mundo.

. Por: Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, é autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar` e o recente livro/peça ´Um Triângulo de Bermudas`. (Ed. Totalidade). Confira nas livrarias Cultura (www.livrariacultura.com.br), Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br), Laselva (www.laselva.com.br) e Siciliano (www.siciliano.com.br).| E-mail do autor: [email protected]

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