Santa Elisa e Global Foods Holding anunciam investimentos de R$ 2 bilhões para a criação da CNAA

Nova empresa será uma das principais do setor sucroalcooleiro

O Grupo Santa Elisa e a Global Foods Holding, anunciam investimentos no valor de R$ 2 bilhões, nos próximos 2,5 anos, para a constituição da CNAA - Companhia Nacional de Açúcar e Álcool. A CNAA nasce como uma das maiores companhias no setor sucroalcooleiro do Brasil, com foco na implantação de quatro novos projetos agroindustriais, que permitirão o esmagamento de 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar/ano, num total de 20 milhões de toneladas quando as usinas estiverem operando em plena capacidade.

Os projetos englobam o plantio de uma área de cultivo, estimada em 120 mil hectares (30 mil hectares por unidade). Três projetos já foram incorporados à CNAA, envolvendo a produção de cana-de-açúcar e usinas para produção de açúcar e etanol. Dois desses se encontram na região do Triângulo Mineiro, em Ituiutaba e Campina Verde, e o terceiro no sul de Goiás, na cidade de Itumbiara.

Do total de investimentos para viabilizar a Companhia Nacional de Açúcar e Álcool, cujo processo de captação foi liderado pelo ING Group, R$ 504 milhões serão aportados por fundos norte-americanos, sendo que destes, R$ 392 virão do Carlyle Riverstone Fund.

A Santa Elisa e a Global Foods serão responsáveis por um aporte de R$ 152,2 milhões de recursos próprios, e o restante do investimento, de aproximadamente R$ 1,3 bilhão, virá por meio de financiamentos em processo de conclusão.

Anselmo Lopes Rodrigues, Diretor-Superintendente do Grupo Santa Elisa, também será o CEO da CNAA, que terá como co-presidentes do Conselho de Administração Andre Biagi, Presidente do Conselho da Santa Elisa e Presidente da Cia. de Bebidas Ipiranga, e Allan Kahane, sócio-diretor da Global Foods. A gestão compartilhada entre os principais sócios visará a total profissionalização e governança, para maximizar o valor dos acionistas e criar uma empresa líder no setor. As duas não descartam possíveis aquisições ou associações com outros grupos usineiros do país na busca dessa liderança.

O Conselho de Administração será também composto pelo banqueiro de investimentos Christopher Fiore, Justus Martens, da Global Foods, Luiz Lacerda Biagi, Michael Hoffmann, do Carlyle Riverstone Fund, Milton Berlinski, do Goldman Sachs e pelo empresário Oscar Americano Neto.

Além da gestão profissional, um dos diferenciais da CNAA está no design e operação integrados entre as áreas de cultivo e as usinas. Novas tecnologias agrícolas e de produção possibilitarão ganhos significativos de produtividade e custo em relação à concorrência. “Vamos oferecer ao mercado açúcar e álcool a preços muito competitivos”, assegura Anselmo Rodrigues.

A distribuição de açúcar e álcool nos mercados interno e externo ficará a cargo da CrystalSev, responsável pela comercialização e distribuição de uma capacidade de esmagamento de 28 milhões. A CrystalSev detém uma estrutura de logística e armazenagem que engloba depósitos de açúcar a granel e ensacado, e terminais de álcool, além de uma planta de desidratação de etanol em El Salvador que se destina ao mercado norte- americano.

Com uma rede de 8 armazéns em 4 países e uma equipe de mais de 300 colaboradores, a Global Foods, por sua vez, contribuirá para a abertura de mercados externos. Sua presença internacional e rede de distribuição beneficiarão a estratégia de exportação da CNAA ao permitir acesso direto a mercados de açúcar anteriormente servidos por companhias européias.

A Santa Elisa será responsável pelo treinamento do pessoal, número estimado em 4,5 mil colaboradores, e pelo controle total das operações. “Hoje o mercado sucroalcooleiro está extremamente pulverizado, na mão de vários grupos. Necessariamente, vai haver uma concentração de empresas, como ocorreu em outros setores. A Santa Elisa pretende participar ativamente do processo de consolidação do mercado como uma aglutinadora de companhias”, afirma Rodrigues.

Perfil da Santa Elisa -Criado em 1936 pela família Biagi, o Grupo Santa Elisa está entre os líderes na produção de açúcar e etanol no Brasil. Sediada em Sertãozinho, no interior do Estado de São Paulo, possui três usinas e emprega 5.300 colaboradores diretos e 6.000 indiretos.

Entre as principais empresas controladas pela Santa Elisa estão Renk Zanini e Sermatec, indústrias de bens de capital, MB Açúcar e Álcool e a Cia de Bebidas Ipiranga, engarrafadora da Coca-Cola. A Santa Elisa é a principal acionista da CrystalSev, que possui uma participação estratégica na comercialização logística de novos produtos, e da Companhia Energética Santa Elisa (CESE), carro-chefe do Grupo, que produz açúcar, álcool e eletricidade e tem 40% de sua produção de açúcar destinada à exportação.

O Grupo registrou faturamento decerca de R$ 2 bilhões no último ano. A Santa Elisa finalizou a safra de 2006/2007 com a moagem de 6 milhões de toneladas de cana, revertidas em 8 milhões de sacos de açúcar e 270 milhões de litros de álcool. A capacidade instalada em 2007 será de 29 mil ton/dia de cana moída .

Há 3 anos sob uma administração profissionalizada, a Santa Elisa vive hoje um processo de expansão. Entre seus grandes clientes de álcool, destacam-se Seagram, Cargill, Vinhos Salton, Avon e Natura. Já entre os principais compradores de açúcar, estão a Coca-Cola, a AmBev e a Nestlé, além de outros fabricantes de chocolates e sorvetes. Para mais informações sobre a Santa Elisa, acesse www.santaelisa.com.br

Perfil da Global Foods -Fundada em 1996 por Allan Kahane, Justus Martens e Rene Kan, a Global Foods é uma holding especializada no financiamento, comércio, manufatura e distribuição de commodities, baseados em açúcar. O Grupo tem levado seu conhecimento sobre o processamento de gêneros alimentícios baseados em açúcar para países em desenvolvimento, regiões africana, caribenha e do Oceano Pacífico e União Européia. Certificada pelo HACCP, British Retail Consortium (BRC) e International Food Standard (IFS), a Global Foods é reconhecida como uma das maiores importadoras de açúcar refinado da União Européia.

Kahane, carioca, é um investidor de private equity baseado nos EUA e comanda as operações da Global Foods no Brasil. Seu histórico de investimentos no Brasil se refere principalmente ao setor de aço, em empresas como a Emesa S.A – na época um dos maiores distribuidores de aço galvanizado e folha de flandres do país. Emesa se tornou parte do Grupo Controlador da CSN quando a companhia foi privatizada. Kahane também foi um dos fundadores da Intermesa S.A, que se tornou uma das maiores exportadoras brasileiras de aço. Rene Kan e Justus Martens realizaram financiamentos no setor de commodities com os bancos de investimentos Fortis , ex-MeesPierson, e Banco ING, com expressiva trajetória no setor global de açúcar. Foram também pioneiros em transações financeiras do setor de commodities que utilizassem mecanismos de counter trade. A experiência dos dois trouxe à Global Foods conhecimento aprofundado sobre o regulamento referente a acessos preferenciais.

Pefil da Riverstone Holdings LLC e o Grupo Carlyle - Riverstone Holdings LLC e o Grupo Carlyle são parceiros no Carlyle/Riverstone Global Energy and Power Funds. Com aproximadamente US$ 800 milhões aplicados no seu fundo de energia renovável, Riverstone é o maior investidor de private equity dedicado no setor. A Riverstone, companhia de private equity baseada em Nova York, focada em energia e eletricidade, foi fundada em 2000 e administra recursos de US$ 8,1 bilhões. A Riverstone investe no setor de geração de energia, serviços na área petrolífera e energia renovável, e já direcionou US$ 5,5 bilhões a 35 investimentos, resultando em ativos que excedem US$ 40 bilhões.

O Grupo Carlyle é uma empresa global de private equity que administra US$ 54 bilhões. Carlyle investe em aquisições, capital de risco e financiamento, imóveis e alavancagem na América do Norte, Europa e Ásia. Desde 1987, a empresa investiu US$ 24 bilhões e, 576 projetos. Para mais informações sobre os fundos Riverstone e Carlyle. Sites: www.riverstonellc.com e www.carlyle.com.