Bancos brasileiros nas primeiras posições do ranking da Brand Finance

Estudo divulgado no início do mês de fevereiro de 2009, pela consultoria Brand Finance, apontou as 500 marcas de bancos mais valiosas do mundo. Esse estudo é realizado todos os anos e pela primeira vez os bancos brasileiros aparecem nas primeiras posições do ranking.

As marcas de bancos brasileiros cresceram principalmente devido às transações ocorridas no ano passado com aquisições de algumas instituições financeiras nacionais.

O coordenador do MBA empresarial em Branding da FAAP e diretor-fundador da GlobalBrands, José Roberto Martins acredita que na verdade isso se deve ao resultado de dois fatores: eficiência e fatalidade.

“Os bancos brasileiros de fato são bastante eficientes e cautelosos, dado o histórico de instabilidade econômica do país, o que, se é uma novidade para as economias desenvolvidas, para nós é quase um hábito. Não custa lembrar que nos últimos 20 anos nós tivemos seis moedas (Cruzado; Cruzado Novo; Cruzeiro; Cruzeiro Real; Real), e que estabilidade econômica para nós é um fenômeno recente, praticamente desde o nascimento do Real em julho de 1994”, lembrou José Roberto.

“Isso fez o mercado atuar sob normas menos abertas, o que se hoje é uma virtude, há não menos de um ano era um defeito, já que muitos criticavam as normas herméticas do mercado”, frisa o diretor-fundador da GlobalBrands .

“A fatalidade vem das mudanças econômicas e políticas, que levaram a adoção de práticas conservadoras, basicamente desde uma política monetária de sobrevivência, dada a fragilidade histórica do país na captação de recursos em tempos de crises. Essa condição foi especialmente destacada no Governo Lula, o qual assumiu sob grande desconfiança popular e empresarial, o que levou seus atores a reforçarem a política monetária. Essa atitude, igualmente, era bastante criticada até bem pouco tempo antes da crise disparada em setembro de 2008 (setembro, aliás, tem sido um mês pródigo em cataclismos globais...).”, observou Martins.

“Os bancos internacionais, ao contrário, sempre navegaram em períodos econômicos instáveis, mas sempre a favor da maré, já que detinham moedas conversíveis e ditavam as regras. Eles ainda são relevantes, mas terão que ser reinventados em termos de imagem e estrutura, possivelmente com maior intervenção e controle dos governos”, encerrou o também, coordenador do MBA empresarial em Branding da FAAP.