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17/03/2007 - 08:58

A verdadeira face do stress

São Paulo – Trânsito, falta de tempo, prazos apertados, situação econômica instável, ambiente de trabalho, vida em família, noites mal-dormidas... Todos esses ingredientes apimentam um prato cada vez mais difícil de digerir: o stress, que nada mais é do que uma reação do organismo frente a fatores externos pra lá de desfavoráveis. Há uma descarga de adrenalina que atinge, principalmente, os aparelhos circulatório e respiratório e quando o perigo passa, a produção de adrenalina pára e tudo volta ao normal. Por isso, a reação é de taquicardia, palidez, sudorese e respiração ofegante. Pode haver, também, um descontrole da pressão arterial, ou seja, um aumento dela a níveis bem altos, o que não significa que a pessoa seja hipertensa.

De acordo com José Moromizato, médico que hoje é considerado um dos grandes incentivadores da psicossomática, parte da medicina dedicada a estudar o reflexo das emoções no corpo humano, o organismo traduz exatamente o que as pessoas pensam e sentem. ”Quando reprimimos nossos sentimentos, eles vão se acumulando até o ponto que nos machucam profundamente, atingindo algum órgão mais sensível”, afirma.

A conclusão da incidência das doenças psicossomáticas surgiu a partir do acompanhamento da evolução do quadro clínico dos pacientes. O especialista notou que, muitas vezes, as moléstias sanadas nas salas de cirurgia, como úlceras, por exemplo, voltavam a incomodar. Os diálogos travados ao longo dos anos reforçaram a suspeita do médico de que a origem dessas doenças era emocional-mental.

Em relação à quantidade de stress que as pessoas acumulam, em razão da vida atribulada, o médico é categórico. “Deus criou o dia e a noite justamente para trabalharmos à luz do dia, e descansarmos à escuridão da noite”. Entretanto, a evolução técnico-científica das últimas décadas não permitiu a continuidade deste hábito e sobrecarregou a mente com informações que devem ser absorvidas a cada instante, já que estas são produzidas e divulgadas em uma velocidade surpreendente, comparada com o início do século passado, onde a incidência do stress era bem menor. Para se ter uma idéia, aproximadamente 30% das pessoas que moram e trabalham em São Paulo vivem sob grande stress.

O estudioso e pesquisador defende que a evolução trouxe, mais rapidamente, ao homem, uma sobrecarga de informações, às vezes desnecessárias, que demanda do organismo uma série de mecanismos para compensar tamanha tensão que a vida moderna traz. “Entre as diversas reações bioquímicas que o stress provoca, encontram-se o fechamento (constrição) dos vasos sangüíneos, o aumento da freqüência cardíaca, da pressão arterial, da freqüência respiratória e a diminuição dos movimentos gastro-intestinais, além do aumento da temperatura corpórea e do tônus muscular”, afirma.

Todas essas reações são desencadeadas pelo cérebro, que percebe e decodifica uma sensação de perigo iminente, preparando o corpo para correr ou defender-se. No entanto, o médico explica que situações como estas acontecem esporadicamente. “O problema encontra-se justamente neste ponto porque, em primeiro lugar, essas reações, que foram criadas para facilitar o movimento e a força muscular para o organismo agir, não são aproveitadas, dada a vida sedentária que o homem moderno adotou no seu dia-a-dia. Em segundo lugar, as cobranças e exigências desta mesma vida moderna deixam o homem em constante tensão, levando a um quadro que se torna crônico, com o passar dos anos”, alerta o especialista.

Para recuperar o equilíbrio interior -O auto-relaxamento, praticado em consultório por Moromizato, tem seus fundamentos e princípios norteados pelo Treinamento Autógeno de Schultz, método simples e efetivo, que leva o indivíduo a um profundo nível de relaxamento e traz alívio aos efeitos do estresse. Infelizmente, o mundo ocidental veio a conhecer as técnicas de auto-relaxamento e sugestões positivas com grande atraso em relação ao mundo oriental. Entretanto, se comparado os objetivos destas com a meditação e exercícios de Yoga, é possível encontrar praticamente as mesmas finalidades.

Moromizato defende que o relaxamento “Treinamento Autógeno” é a redescoberta da meditação oriental pelo ocidente. Relata que a sensação de equilíbrio também é cumulativa (como o estresse), e se reflete no organismo, aumentando os níveis de histamina, concentração, performance intelectual, coordenação física, estabilidade emocional e maior capacidade de enfrentamento de doenças. “A técnica age como um facilitador da homeostase corporal (equilíbrio das funções vitais do corpo humano), promovendo descanso muscular e dilatação dos vasos sangüíneos. O sangue é o principal mensageiro do organismo, pois ele é o responsável por carrear milhares de compostos químicos, essenciais à alimentação celular, além dos seus compostos básicos, que são os glóbulos vermelhos, brancos e as plaquetas. Desta forma, um corpo tenso possui uma circulação sangüínea prejudicada, devido ao fechamento dos vasos”.

Quando o indivíduo tem a prática diária de relaxar, seus vasos sangüíneos estão propensos a maior elasticidade, e o sangue tende a circular com maior facilidade pelo corpo, chegando, inclusive, às extremidades com mais eficiência.

Além do relaxamento, o médico utiliza, em sua terapia, a oxigenação e a repetição de sugestões positivas, enquanto o paciente relaxa. “A oxigenação é fundamental”, diz Moromizato, “para o bem-estar e funcionamento do organismo físico e mental”. Ainda complementa que podemos ficar alguns dias sem comer ou beber água, mas nosso organismo não suportaria a falta de oxigênio por mais do que cinco minutos. Como exemplo, uma das primeiras reações que o organismo manifesta nos primeiros minutos de déficit de oxigenação é o rebaixamento da consciência. Isto leva à evidência de que respiramos menos enquanto dormimos. A atividade cerebral tende a desacelerar, também, quando estamos em estado de descanso. Portanto, a terapia com oxigênio promove a manutenção da atividade cerebral, mês a mês, em níveis mais profundos de relaxamento. Esse evento torna-se muito importante para a etapa seguinte, que é a repetição de sugestões positivas.

Estas foram acrescentadas ao relaxamento, no momento em que o Moromizato teve consciência de que tudo o que assimilamos na vida é através do aprendizado. Essa mesma percepção foi obtida por teóricos da Neurolingüística e de diversas teorias comportamentais contemporâneas, que foram divulgadas a partir dos anos 70. No entanto, os conhecimentos nesta área já datavam do início do século passado, ou ainda em alguns séculos antes.

O médico Jose Moromizato - Em plena atividade profissional, José Moromizato celebra o fato de ser um incentivador da medicina psicossomática no país. Atuando ao longo de 20 anos como cirurgião, observou que, apesar da intervenção, não raro a doença voltava a se instalar nos pacientes. Foi a partir dessa observação que desenvolveu a sua eficaz e revolucionária terapia.

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