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12/02/2009 - 11:06

Faturamento das MPEs em queda

Desempenho do comércio (-13,6%) e da indústria (-10,3%) em dezembro/08 contribuíram para a retração. 44% dos empresários acreditam no aumento de faturamento nos próximos seis meses.

Em dezembro de 2008, o faturamento médio real das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas ficou -10,6% na comparação com o mesmo mês em 2007. Entre os fatores que contribuíram para este resultado destacam-se os efeitos da crise financeira mundial, que levaram à queda na atividade em setores específicos, como o automobilístico, a aceleração da inflação até meados do ano e a boa base de comparação, uma vez que 2007 registrou a melhor receita real das MPEs desde 2003.

Todos os setores apresentaram desempenho negativo na receita real na comparação de 12 meses (dezembro de 2008 x dezembro de 2007): -13,6% no comércio, -10,3% na indústria e – 3,5% em serviços.

A receita total das 1,3 milhão de MPEs paulistas, em dezembro de 2008, foi de R$22,4 bilhões, o que significa uma redução de R$ 2,6 bilhões em relação a dezembro de 2007.

Na comparação mês a mês (dezembro de 2008 contra novembro de 2008), o movimento foi contrário: alta de faturamento real de 1,9%, puxado por serviços (+4,2%) e comércio (+3,1%). A indústria ainda registrou queda (-4,7%). Em comparação a novembro de 2008, o aumento na receita total foi de R$ 400 milhões.

No balanço geral de 2008, os pequenos negócios paulistas apresentaram recuo de faturamento na ordem de 4,4%, na comparação com o mesmo período de 2007. Estima-se que este resultado tenha tirado da receita das MPEs o equivalente a R$ 12,3 bilhões. A receita total em 2008 ficou em R$ 266,4 bilhões.

“A queda no faturamento médio das MPEs foi particularmente forte no último trimestre de 2008 e esteve associada aos efeitos da crise internacional. A retração do crédito na economia e a atitude defensiva de consumidores, que reduziram suas compras a prazo e novos financiamentos, respondem pela maior parte da queda registrada no ano. Outro fator que pesou foi a aceleração da inflação. Durante 2008, os preços praticados pelas pequenas empresas foram corrigidos bem abaixo da inflação, contribuindo para a queda real do valor do faturamento do setor”, analisa Marco Aurélio Bedê, gerente do Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae-SP.

Expectativas das MPEs: Os donos de pequenos negócios estão mais cautelosos. De acordo com pesquisa de opinião, realizada durante o mês de janeiro deste ano, 44% declararam que acreditam na melhora do faturamento nos próximos seis meses, índice semelhante ao verificado em janeiro de 2008 (43%), mas bem abaixo dos 58% registrados em dezembro. 47% apostam na manutenção da receita, contra 36% registrado em dezembro de 2008.

Em relação à economia brasileira, a cautela também está presente entre a maioria do empresariado: 42% acreditam na melhora da macroeconomia (mesmo índice de janeiro de 2008) contra 57% de dezembro de 2008. A pesquisa aponta ainda que 48% dos empresários apostam na estabilidade no nível de atividade da economia no Brasil, contra 38% do mês anterior. Parte desta inversão de expectativas pode ser creditada ao clima de incerteza provocado pela crise financeira, aliado ao já tradicional movimento mais fraco da economia no primeiro semestre.

No Brasil, os analistas de mercado projetam para o ano de 2009 uma desaceleração do crescimento (e não uma queda no nível de atividade). Estimativas do Banco Central indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha um crescimento da ordem de 5,5% em 2008 em relação ao ano anterior. Para 2009, a economia continuará crescendo e a previsão é que a elevação do PIB fique em pelo menos 1,8%.

No que se refere às MPEs, a tendência é de crescimento moderado. Contribuem para este cenário a perspectiva de inflação sob controle, a recuperação da renda da população nos últimos anos, o fato de o sistema bancário brasileiro estar relativamente capitalizado, o elevado volume de reservas em dólares da economia brasileira e as medidas anti-cíclicas que vêm sendo adotadas pelo governo.

“Para 2009, a expectativa é de crescimento moderado para as MPEs, porque não teremos o mesmo impacto da retração inicial da crise (por exemplo, comportamento defensivo de empresas e consumidores), além de colher os efeitos positivos das medidas já adotadas pelos governos, como a redução de impostos, ampliação dos prazos de pagamento de tributos, ampliação dos recursos para empréstimos e a redução da taxa básica de juros da economia. Essas medidas podem e devem ser intensificadas para incrementar o consumo”, prevê Ricardo Tortorella, diretor superintendente do Sebrae-SP.

Esses foram os principais resultados da pesquisa Indicadores Sebrae-SP, realizada em janeiro, em parceria com a Fundação Seade. A pesquisa monitora mensalmente o desempenho de 2,7 mil MPEs em todo o Estado, apresentando também dados para quatro regiões: capital (cidade de São Paulo), Grande ABC, Região Metropolitana de São Paulo (39 *municípios) e Interior. | Site: www.sebraesp.com.br, clicando em “Conhecendo a MPE”, seção “Indicadores de Conjuntura”.

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