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17/03/2007 - 09:29

Di Cunto chega aos 72 anos


Tudo começou em março de 1935 com uma pequena padaria e muita dificuldade. Hoje no mesmo endereço, são fabricados mais de mil itens entre produtos de confeitaria, pastifício e rotisserie, que estão disponíveis em três lojas da marca, além de diversos distribuidores e revendedores espalhados pelo Brasil.

Não foi nada fácil atingir esse patamar de reconhecimento por parte dos consumidores. A tragetória da mais famosa confeitaria de São Paulo registra muito trabalho, persistência e dedicação da família Di Cunto. A história conta que Donato Di Cunto, primogênito e órfão de pai desde os 14 anos de idade, imigrou aos 17 anos, isso em 1878. Embarcou em Nápoles com destino a Montevidéu, Uruguai, onde sua mãe tinha parentes. Como era analfabeto, recebeu a orientação de desembarcar no terceiro porto contado após a travessia do Atlântico: Rio de Janeiro (1º), Santos (2º) e Montevidéu (3º); porém, durante a longa viagem, houve a bordo um surto de doença contagiosa, que obrigou o navio a fazer uma parada forçada, para um período de quarentena. Esse imprevisto o confundiu: considerou o porto de Santos (SP) como a terceira parada, e desembarcou. Não havia ninguém para encontrá-lo e muito menos alguém que o compreendesse (a imigração de fato somente ocorreria uma década depois). Com muita dificuldade, conseguiu encontrar quem lhe desse guarida (como explicar que havia desembarcado no lugar errado?).

Apesar de jovem, trazia consigo o espírito indômito do imigrante que não tem caminho de volta: isso fez com que fosse se adaptando às circustâncias e ao novo ambiente. Como tinha uma certa experiência no trabalho de carpintaria, teve certa facilidade em conseguir o emprego de ajudante de carpinteiro numa grande empresa da época (Banco União), cujo departamento de construções era chefiado pelo famoso arquiteto Ramos de Azevedo. Ligado ao banco, teve condições de se alfabetizar e aprender desenho, chegando, rapidamente, ao cargo de Mestre de Obras do setor de carpintaria.

Mesmo trabalhando para o banco, juntamente com o irmão José, recém chegado da Itália, fundou, na Rua Visconde de Parnaíba, em São Paulo (SP), uma das primeiras padarias da cidade. Eram anos que antecediam a Proclamação da República. Em 1895, já desligado do banco, viajou para a Itália, com a finalidade de visitar a mãe; na oportunidade, casou-se com Rosalia Marrone. Voltou para o Brasil e, em 1896, inaugurou a segunda padaria, localizada na então Alameda Taubaté, atual Rua Borges de Figueiredo, no bairro da Mooca, em São Paulo (SP). Em 1900, já com dois filhos, retornou para a Itália.

Em razão de problemas familiares, ficou impedido de voltar para a Brasil, porém, sempre orientou os filhos na direção deste, onde sempre anteviu um grande futuro para todos. Por mais de 30 anos manteve na Itália intensas atividades com distintas realizações, mas sempre manifestou profunda saudade de São Paulo e do Brasil. Assim faleceu em 29 de fevereiro de 1932.

Os Sucessores - Em 1934, mortos os pais, os filhos que sucederam numa carpintaria, decidiram, por iniciativa de Vicente, que era recém casado, imigrarem para o Brasil, seguindo a orientação do falecido pai, com a firme determinação de reabrirem a antiga padaria por ele fundada em 1896. Aqui chegando, os irmãos, com duas irmãs, vieram se juntar ao irmão Carlos, renomado médico, formado na Itália, que aqui chegara em 1928, e a irmã Michelina e ao irmão Lorenzo que já tinham vindo para cá um ano antes.

A razão da vinda de Michelina e Lorenzo, deveu-se as más condições do velho sobrado e instalações da antiga padaria uma vez que estavam desocupados há mais de 4 anos; Lorenzo, carpinteiro prático que era, tinha como tarefa colocar a casa em condições de habitação, além de abrir um ponto para venda de pães, a fim de dar início ao processo de reabertura da antiga padaria fundada pelo pai, Donato Di Cunto. Após rápidas adaptações, no dia 14 de março de 1935, os irmãos Di Cunto: Vicente, Lorenzo, Roberto e Alfredo, reacenderam o forno restaurado, iniciando-se, assim, na atividade de padeiros.

O início foi muito difícil; era uma época de crise, na Mooca e região existiam dezenas de padarias que abriram e fecharam em pouco tempo. Era prática de comércio o uso de cadernetas, onde as vendas eram registradas e os fregueses se comprometiam a pagar a conta no final de cada mês; para o comerciante não havia a mínima garantia, assim, os calotes se sucediam na mesma velocidade em que os devedores midavam de endereço. Os irmãos Di Cunto pagaram caro pela inexperiência e amargaram os prejuízos; entretanto, assimilaram os erros e foram se aprimorando na profissão, baseados numa rigorosa economia, onde toda família trabalhava, dando o melhor de si, com o objetivo de vencer na vida, apesar de tantas dificuldades.

Em 1936, ainda em modestas instalações, com muita dedicação e esmero, os irmãos Di Cunto conseguiram obter um produto final de bom nível, compatível com o dos mais qualificados concorrentes. Utilizando-se, no início, de um veículo de tração animal, e em seguida de um furgão, aumentaram a produção, incrementando a entrega a domicílio e para alguns revendedores. Em 1938 conseguiram reformar e ampliar o antigo Laboratório de Manipulação, além de terem modernizado o antigo forno, que teve sua capacidade aumentada. Nessa mesma época iniciaram uma maior diversificação dos seus produtos, a a partir de 1939 começaram com a produção do Panettone.

Em 1941 inauguraram modernas instalações que incluíam dois novos fornos e amplo Laboratório. O período de 1942 a 1948 foi muito difícil, em razão dos sérios problemas trazidos pelos anos de guerra - racionamento de gasolina, da lenha, do sal - causaram enormes transtornos, obrigando até a volta do uso do transporte com tração animal, além da utilização do improvisado gasogênio. Em meados de 1945 terminou o racionamento do combustível e começou o racionamento do trigo e de vários outros produtos como carnes, açúcar, gorduras, óleos comestíveis etc. O que mais prejudicou foi a falta da farinha de trigo; como se não bastasse a péssima qualidade devido a adição de misturas ao trigo de farinhas de mandioca, de milho, e até de arroz; a falta do pão, sua má qualidade, irregularidade no fornecimento, serviam como motivo de desentendimento entre os consumidores e os padeiros.

Em 1949, com a normalização do abastecimento das matérias-primas, foi inaugurada a seção de Confeitaria e reiniciada a fabricação do Panettone. Com o melhor abastecimento, melhoraram, também, a qualidade e o padrão dos doces e salgados produzidos, motivando assim, já na década de 1950, o atendimento de festas de aniversário, casamentos, batizados etc, até chegar nos banquetes para até três mil convidados nos grandes clubes e entidades do Estado de São Paulo. Em 1957, a empresa abriu uma loja em imóvel próprio na Rua Augusta, com bastante sucesso; em 1961, passou o ponto, a fim de concentrar os investimentos na loja matriz, com nova ampliação, acrescentando moderna seção de Rotisserie, especializada em massas frescas, recheadas e semi-prontas, além dos doces e bolos decorados, salgados, pães e prestação de serviços de buffet.

Hoje, todos os quatro irmãos fundadores são falecidos; à frente dos negócios estão: Reinaldo, herdeiro de Roberto; Marco Alfredo e Antonio Carlos, herdeiros de Lorenzo; e Paula, herdeira de Alfredo, que conduzem a casa com o mesmo empenho e dedicação dos fundadores, confiantes como Donato Di Cunto. | SAC: 0800 015 7522 | [email protected] | www.dicunto.com.br, Mooca - Rua Borges de Figueiredo, 61 – Telefone (11) 6292-7522 | Tatuapé - Rua Padre Estevão Pernet, 87 – Telefone (11) 2295-3577 | Itaim Bibi - Rua Tabapuã, 1123 – Telefone (11) 3709-2119.

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