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17/02/2009 - 11:36

As lições de cada um no combate à crise

São positivas as informações do Banco Central de que o nível de crédito no Brasil já está praticamente no mesmo patamar anterior à internacionalização da crise mundial, em outubro último. Isto significa que há oferta de recursos para o restabelecimento dos financiamentos às empresas e aos consumidores. A notícia somente não é melhor porque o dinheiro continua muito caro no Brasil, muito mais do que no ano passado, não apenas em decorrência de a taxa básica de juros permanecer muito elevada, como devido ao exagero do spread bancário. Os dois problemas somados estão inviabilizando os empréstimos.

O fato demonstra que o governo tem tomado medidas positivas, mas insuficientes, pois as mais importantes não se completaram, perdendo eficiência. Além dessa questão crucial do custo do dinheiro, há outras ações inacabadas, como a nova injeção de recursos que acaba de ser anunciada no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). É preciso que saia do papel com urgência, a exemplo dos 60% das obras previstas no cronograma inicial ainda não deflagrados.

Há, ainda, um conjunto de medidas defendidas pelos setores produtivos que precisam ser adotadas. No caso da indústria, seria interessante a suspensão da licença automática para o ingresso de produtos com similar nacional, sujeitos à concorrência predatória de importados, principalmente chineses. A indústria nacional está sendo agredida por práticas ilegais ou desleais de comércio, como dumping, em especial de produtos vindos da China. O governo quis adotar medida generalizada nesse campo, equivocando-se, pois isso prejudicaria até mesmo a entrada de insumos essenciais à produção. Porém, fazer isso de modo seletivo e estratégico seria pertinente. Outra sugestão adequada é a criação de mecanismo de financiamento para as exportações com recursos em reais provenientes do compulsório bancário. No plano dos governos estaduais, seria bem-vinda a ampliação do prazo de recolhimento do ICMS.

As empresas também podem adotar algumas práticas para enfrentar melhor o período de turbulência. Prospecção de novos mercados, dentro e fora do País, redução de estoques, foco na produção, seguindo o velho e bom princípio de que para cada papel emitido deve haver um lastro em ativos, e incansável negociação com os bancos, buscando melhores condições para a obtenção de crédito. Cabe igualmente ao sistema financeiro uma reflexão sobre a conjuntura e o seu papel na cruzada nacional contra a crise. Se todos fizerem suas lições de casa, o Brasil deverá superar com mais facilidade a tempestade financeira, evitando a recessão, o fechamento de empresas e o desemprego.

. Por: João Francisco Salomão, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC).

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