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18/02/2009 - 10:19

“Ensaio sobre a cegueira”

Aprecio muito a arte em todas as manifestações, talvez por isto tenha me inspirado no filme “Ensaio sobre a cegueira”, cujo roteiro foi baseado no livro homônimo do consagrado Saramago.

Cabe ressaltar a importância da sinergia de dois grandes talentos, como Saramago e Fernando Meirelles, numa obra que provoca uma profunda reflexão sobre nossos valores e outros aspectos existenciais. Eu diria que mesmo o indivíduo mais insensível sairia do cinema com certo desconforto pela forma como o diretor provocou sensações, com o brilhantismo e detalhes sutis de suas cenas e da impecável dramaturgia de seus atores. Já na escolha do elenco uma mensagem, pela diversidade de raças e culturas.

Mas em verdade, o que mais nos interessa neste espaço é trazer este tema para o mundo das organizações: - Existe um modelo chamado Janela de JOHARI, desenvolvido em 1963 por Joseph e Harry Ingham, em que os autores explicam as quatro áreas da personalidade humana baseada numa matriz originada por dois processos, a auto-exposição e a busca de feedback. Uma destas áreas, a chamada área CEGA é aquela em que o próprio indivíduo não conhece aspectos a respeito de si mesmo, mas que os outros vêem. Esta “cegueira” impacta o nosso autoconhecimento e consequentemente a forma como nos relacionamos com os outros. O mesmo fato ocorre com as organizações, que muitas vezes não conseguem perceber o que se passa dentro delas próprias e se não forem os clientes, o mercado, os consultores, e outros instrumentos, tais como as pesquisas, acabam por não se darem conta do que precisam melhorar.

- Outra analogia é a discriminação e o preconceito com as pessoas contaminadas pelos vírus da cegueira branca, que foram isoladas pela sociedade. Quantas vezes no ambiente corporativo isolamos pessoas que pensam diferente, que podem representar ameaças aos nossos interesses pessoais, que geram qualquer tipo de desconforto em relação ao nosso padrão pessoal? O incrível é que o filme mostra que foram exatamente estas pessoas que sobreviveram e que tiveram a oportunidade de recomeçar...

- Quantos tipos de cegueira branca existem em nosso ambiente corporativo? O capitalismo selvagem, a competição desmesurada e a qualquer preço, a inveja pelo sucesso do outro, o egocentrismo, o consumo irresponsável, a irresponsabilidade social, a falta da ética nas relações, ou seja, qualquer atitude que impeça de enxergar o OUTRO seriam manifestações desta doença?

- O filme também demonstra que são nas situações limítrofes que reconhecemos os verdadeiros valores das pessoas. Os valores direcionam as ações. O que o Ser Humano é capaz de fazer é motivado por necessidades, mas definido por seus valores.

Por princípios, agradeço a cada manhã a capacidade de enxergar e poder com isto valorizar as belezas do mundo em que vivemos, sem deixar de reconhecer o “lado feio” que nossa espécie tem! Em tempo: Que 2009 seja o ano em possamos enxergar os aspectos positivos do caos que hoje vive o mundo.

. Por: Denize Dutra, consultora Sênior do Instituto MVC, professora dos MBAs Executivos da FGV | Site: www.institutomvc.com.br

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