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20/02/2009 - 09:31

Restrição da circulação de fretados causará mais trânsito em São Paulo

Para Jorge Miguel dos Santos, diretor-executivo do Transfretur – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo, a restrição da circulação de ônibus por fretamento, nas principais avenidas da cidade de São Paulo, prioriza o transporte individual numa região que já detém trânsito caótico. Pesquisa do Instituto LPM indica que cada fretado tira 19 carros das ruas.

Restrição da circulação de fretados causará mais trânsito em São Paulo - Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo (Transfretur) a proibição anunciada, em 11 de fevereiro, pelo Secretário Municipal de Transporte, Alexandre Moraes, nas avenidas Paulista, Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek, que deve entrar em vigor no mês de abril, caso adotada, aumentará a circulação de veículos particulares nessas regiões e prejudicará ainda mais o trânsito na cidade.

“O que deve ser entendido pelas entidades responsáveis pela organização do trânsito e do transporte é que a modalidade de fretamento é um aliado para inibir os congestionamentos nos centros urbanos”, diz Jorge Miguel dos Santos, diretor-executivo da entidade. De acordo com ele, o serviço ajuda a minimizar os problemas já existentes no transporte público, já que transporta 600 mil pessoas por dia. “Essa proposta de restrição para os fretados pode retirar passageiros do fretamento e eles voltarão a utilizar os seus carros, o que evidencia a opção do poder público pelo transporte individual. Organizar o serviço de fretamento e até incentivá-lo seria mais plausível”, avalia.

Para o sindicato, desde 2002, os ônibus por fretamento já seguem regras diferenciadas para circulação em determinadas vias na cidade de São Paulo. Há proibição de transitar nas avenidas Nove de Julho, João Dias e na avenida Paulista, a circulação tem horários restritos. “O setor se organizou para seguir as normas impostas nessas vias, no entanto, ‘restringir o mínimo necessário’, como aponta a Secretaria e outros órgãos, tornaria a operação inadequada”, comenta.

Já existem problemas enfrentados pela categoria quanto à criação de paradas de ônibus para embarque e desembarque dos passageiros. “As paradas devem ser organizadas e estabelecidas pelo poder público. Buscamos saídas há vários anos, no entanto, até hoje não foram apresentadas soluções. Não adianta prejudicar a população que faz uso do fretamento.”

O Transfretur em conjunto com o Departamento de Transporte Público (DTP), com a Companhia de Engenharia de Tráfego(CET) e a São Paulo Transporte (SPTrans) se reuniram em 2008 para discutir o serviço de fretamento abordando todos os aspectos seus benefícios e os problemas. Uma das determinações foi realizar uma pesquisa para obter um retrato do serviço que serviria de base para tomar medidas mais adequadas. A coleta de informações foi encerrada no dia 31 de janeiro de 2009, alega o diretor da entidade.

Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Instituto LPM, encomendada pelo Transfretur, apontou que um único ônibus por fretamento retira 19 carros na rua. Santos acredita que restringir a operação dos estimados 600 ônibus que transitam nessas vias é colocar, em média, mais 11.400 carros em circulação nos mesmos pontos e em horários de pico. “A proporção é simples, pois o usuário do fretamento é o que deixou o carro em casa, e isso já foi comprovado num levantamento realizado pelo Sindicato”, complementa.

O serviço de transporte por fretamento nasceu na década de 50, no Grande ABC, período da industrialização, para realizar o transporte dos empregados das indústrias que se instalavam na região. Hoje cerca de 30% das empresas com mais de 100 funcionários já utilizam a modalidade. “O fretamento regularizado é essencial para assegurar a existência dos diferentes escalas de trabalho nas empresas. É ele que permite que os períodos noturnos sejam cumpridos nas empresas. Como serão transportados esses funcionários, se o transporte público não atende nesses horários?”, indaga o diretor.

Segundo o Transfretur, os ônibus fretados em circulação em São Paulo trazem moradores das cidades vizinhas e de bairros mais distantes do centro, de regiões nas quais o transporte público é mais deficiente e demorado. “Sabemos que a origem de muitos desses ônibus, que circulam nos locais onde querem impor mais restrições, são do extremo Leste da cidade e também de Sorocaba, Campinas, Santos, São José dos Campos, Itatiba, Jundiaí e Vinhedo, dentre outras. Milhares de trabalhadores serão prejudicados.”, finaliza.

Transfretur (www.transfretur.org.br) - Fundado há 15 anos, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento para Turismo da região metropolitana de São Paulo (Transfretur) iniciou suas atividades congregando 49 empresas; atualmente são 100 empresas associadas.

O objetivo é divulgar a importância do segmento e concomitantemente formar os empresários associados no sentido da profissionalização e da busca da qualidade cada vez maior na prestação de serviço, compreendendo a importância e implementando cursos que atinjam também os funcionários, credenciando as empresas à disputa de um mercado mais competitivo e exigente em relação ao padrão dos ônibus e também à condução destes pelos motoristas.

Por meio da inserção em várias instâncias de debate sobre o transporte coletivo entidades públicas têm tomado conhecimento da realidade do segmento e percebido o ônibus fretado como alternativa viável ao transtorno gerado pela, cotidianamente, maior utilização do veículo particular e dos inúmeros congestionamentos – praticamente - incorporados à vida dos paulistas e paulistanos.

FRESP (www.fresp.org.br) - Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo.

Entidade sindical de grau superior, a FRESP foi criada em 1994, com o objetivo de agrupar, representar, coordenar, proteger e estimular o aprimoramento das atividades de transporte de passageiros por fretamento.

A FRESP congrega 7 sindicatos regionais, que por sua vez têm 380 empresas associadas. São eles: Setfret - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Sorocaba e Região; Sinfrecar - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Campinas e Região; Sinfrepass - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Ribeirão Preto; Sinfresan - Sindicato das Empresas de Passageiros por Fretamento de Santos; Sinfret - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo; Sinfrevale - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento da Região do Vale do Paraíba e Transfretur - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo.

No Estado de São Paulo existem dez mil veículos de fretamento e no Brasil 4.900 empresas de fretamento são cadastradas junto à ANTT para viagens interestaduais e internacionais. O setor movimenta cerca de R$ 3 bilhões anuais. | Por: Clarice Pereira.

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