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21/02/2009 - 06:43

Cresce importação de insumos na indústria do Rio de Janeiro


Boletim da Firjan mostra que o ano começou com déficit na balança, mas compras reforçam expectativa positiva para a economia.

O ano de 2009 começou com déficit de US$ 416,4 milhões na balança comercial fluminense, mas o crescimento das importações de insumos industriais reforçou a expectativa positiva para a economia do estado neste ano. Os dados de janeiro são do Boletim Rio Exporta, divulgado no dia 20 de fevereiro (sexta-feira), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

No mês de janeiro foram US$ 685 milhões em exportações e US$ 1,1 bilhão em importações, no primeiro déficit desde abril do ano passado. Na média, houve diminuição de 41,1% frente às vendas externas de janeiro de 2008. Já em importações, somente as compras de bens intermediários e combustíveis aumentaram (5,2% e 14%, respectivamente), sustentado o avanço de 1,1% nas compras externas do Estado.

As exportações fluminenses de janeiro ficaram divididas igualmente entre o setor extrativo mineral e o de bens industriais, fato que não ocorria desde o primeiro mês de 2003. A retração nas vendas de petróleo (-43,3%) aconteceu devido à queda nos preços (-65,2%), apesar de uma maior quantidade embarcada (63,2%). Já as vendas de produtos metalúrgicos subiram 0,2% em relação a janeiro de 2008.

As importações de bens de capital e intermediários representaram 67,7% na pauta de janeiro, mostrando o predomínio das compras de insumos para a indústria fluminense. O aumento em 250,8% na demanda por combustíveis pela indústria metalúrgica – indústria-base para diversas cadeias produtivas - reforça a perspectiva positiva para a economia.

Santa Lúcia e China foram os principais destinos das exportações fluminenses no primeiro mês do ano, com vendas acima de US$ 100 milhões para cada país, sobretudo de petróleo. Nas taxas interanuais de crescimento, além da China (997%), sobressaiu-se a Holanda (181%), em função de uma maior demanda por produtos metalúrgicos. Por sua vez, a interrupção na exportação de óleos brutos fluminenses para Portugal e Estados Unidos gerou as maiores variações negativas, de -80,9% e -70,4% respectivamente.

Ao mesmo tempo, entre as importações, a primazia comercial fluminense no primeiro mês do ano coube aos Estados Unidos, com US$ 233,9 milhões em vendas de mercadorias diversificadas. Logo em seguida, as compras externas de petróleo da Arábia Saudita (US$ 214,2 milhões) vislumbraram 6,9% de aumento.

O ano iniciou-se com déficit na balança comercial fluminense - A balança comercial do Estado do Rio de Janeiro foi deficitária em US$ 416,4 milhões em janeiro, resultado de US$ 685,0 milhões em exportações e US$ 1,1 bilhão em importações. Foi o primeiro resultado negativo desde abril do ano passado. Contudo, desconsiderando-se aquele mês, tendo em vista que o saldo foi prejudicado pela greve dos auditores da Receita Federal provocando atrasos expressivos nas exportações, o déficit de janeiro sucedeu o de outubro de 2005. O grande problema esteve no mau desempenho das exportações, que recuaram 41,1% em comparação com janeiro de 2008. A redução nas vendas de óleos brutos de petróleo, em decorrência da corrosão do preço da commodity (–65,2%), impactou diretamente no desempenho das exportações no mês, juntamente com o embarque retraído de produtos manufaturados. Nas importações, apesar do aumento de 1,1%, sobretudo pelo maior volume importado de bens intermediários e combustíveis, sobressaiu-se a diminuição nas compras de bens de consumo duráveis – notadamente automóveis, em função do desaquecimento na comercialização do produto no mercado interno.

No acumulado em 12 meses, a sobreposição do crescimento das importações sobre o das exportações. Cabe ressaltar, contudo, que este quadro não gera maiores preocupações, uma vez que a maior parte das compras externas foi composta de insumos destinados à produção doméstica – em janeiro, 57,7%. Nas exportações, as vendas externas de bens manufaturados verificaram variação negativa no acumulado de 12 meses (-5,7%), enquanto que os básicos acumularam expressiva alta de 46,9% - representando uma média ponderada total de 25,8%.

Com taxas de crescimento em 12 meses, em ambas as vias comerciais superiores às aferidas pelo país, o Rio de Janeiro apresentou um aumento do fluxo de comércio1 (33,4% em 12 meses encerrado em janeiro) superior a média nacional. Neste sentido, as negociações envolvendo óleo bruto de petróleo delinearam o maior grau de abertura comercial do Estado. Há uma desaceleração deste movimento a partir do quarto trimestre de 2008, quando da intensificação da crise financeira internacional e seus desdobramentos no comércio mundial.

A retração das exportações fluminenses em janeiro foi maior do que a observada no restante do país, fazendo com que a participação do estado no total brasileiro recuasse para 7,0%, contra um percentual de 9,5% atingido no ano de 2008. Nas importações, ao contrário, a relevância do estado subiu em janeiro para 10,7%, contra 8,3% no ano passado. Já no acumulado em 12 meses, a representatividade nacional das vendas externas fluminenses (9,4%) manteve-se superior à das compras (8,4%)

Redução dos preços internacionais impactou exportações fluminenses - O retraído desempenho das exportações fluminenses em janeiro, com recuo de 41,1% ante o mesmo mês de 2008, decorreu principalmente da menor venda de petróleo (-43,3%). Cabe, contudo, explicitar que a quantidade exportada da commodity aumentou 63,2%, na mesma comparação interanual, cabendo o comprimido resultado final à diminuição nos preços comercializados (-65,2%). Em relação ao setor manufatureiro, à exceção da indústria metalúrgica, os demais segmentos arrefeceram seus números diante de um mercado global financeiramente abalado e comercialmente constrangido.

As variações acumuladas em 12 meses das exportações fluminenses segundo os principais gêneros da indústria. Conforme observado, em janeiro, os segmentos ficaram divididos em dois grupos distintos: de um lado, com crescimento (Extrativa mineral, Borracha e Material de Transporte); do outro, com recuo (Mecânica, Metalúrgica e Química). Destaque para o revés da indústria química em função da retração nas vendas de derivados de petróleo – óleos combustíveis e gasolinas – que acompanharam o declínio da cotação da commodity.

*A compressão na produção industrial fluminense no último mês de 2008 (-13,5%) abriu espaço para o aumento nas exportações de produtos metalúrgicos (25,0%) e laminados de aço (4,0%) – insumos para diversas cadeias produtivas. Cabe ainda mencionar o fortalecimento das indústrias de artigos de plástico do Rio de Janeiro, cada vez mais abertas ao mercado internacional, elevando o consumo interno de resinas, elastômeros e fibras artificiais e sintéticas, compondo matérias-primas que arrefeceram suas vendas em 39,6% na comparação mensal interanual. Por sua vez, o forte crescimento das exportações de embarcações, peças e acessórios deveu-se exclusivamente às vendas de âncoras.

Especificamente no caso do petróleo, vale destacar que suas exportações somaram US$ 12,3 bilhões nos 12 meses até janeiro, diminuindo pelo segundo mês consecutivo, após alcançar o recorde histórico de US$ 12,9 bilhões em novembro passado. Ressaltando que o crescimento nas vendas desta mercadoria ao longo do ano passado foi exclusivamente conquistado pela valorização em 49,1% de seu preço, ante uma leve diminuição do seu quantum. Os resultados revelam o recuo na cotação da commodity, como conseqüência do agravamento da crise financeira internacional e as perspectivas uma menor demanda por energia pelas economias em recessão neste ano, impactando assim o desempenho do carro-chefe das exportações fluminenses.

Importações recordes dinamizaram a atividade produtiva local - Importações do Estado do Rio de Janeiro segundo Principais Gêneros da Indústria: Taxas de Crescimento em 12 Meses das Importações (%) - O mês de janeiro observou um desempenho heterogêneo das importações entre os principais gêneros industriais. Os segmentos Metalúrgico e Mecânico tiveram crescimento expressivo no mês, de 121,6% e 30,5%, respectivamente, sinalizando a preponderância nas compras externas de insumos para a indústria fluminense. Ademais, a indústria Extrativa Mineral verificou uma alta mais modesta em janeiro, de 9,2%, impulsionadas pela alta demanda por hulha (combustível para indústria metalúrgica) diante do aumento de 4,0% nas importações de petróleo. Por sua vez, Material de Transporte, Química, Material Elétrico e de Comunicação e demais gêneros apresentaram retração em janeiro.

As importações fluminenses nos últimos 12 meses acumularam um montante recorde de US$ 14,4 bilhões, com todos os principais segmentos industriais atingindo taxas elevadas de crescimento. Exprime o salto nas compras da indústria metalúrgica, registrando alta de 105,5% no acumulado – principalmente laminados destinadas ao segmento naval. Ademais, verificou-se a partir de outubro desaceleração nas aquisições de petróleo, material elétrico e mecânica, em função da diminuição da atividade produtiva local como conseqüência do abalo econômico global.

Dentre as principais mercadorias da pauta de importação do Estado, foram relevantes os desempenhos de outros produtos de refino de petróleo – como óleos lubrificantes e querosene para aviação – que aumentaram 143,6% em janeiro e de máquinas, equipamentos e instalações de uso industrial (+148,7%), revelando a tendência de modernização do parque fabril estadual. A desvalorização cambial e a menor dinâmica no mercado interno de comercialização de veículos contribuíram para a diminuição da importação de automóveis, caminhões e ônibus em 54,8% no mês passado, na comparação interanual.

Santa Lúcia, nação insular caribenha, foi o principal destino das exportações do Rio de Janeiro, com US$ 109,7 milhões em vendas de petróleo (ou 16,0% do total das vendas externas de janeiro).

Por sua vez, a China auferiu a maior taxa mensal interanual de crescimento (997,0%), com demanda maciça do mesmo produto.

O desempenho exportador para esses dois países contrastou com a redução nas vendas para os Estados Unidos (-74,0%), que possuíam a primazia nas vendas externas fluminenses em janeiro de 2008, posição esta perdida decorrente da interrupção das exportações de petróleo do Estado para esse país. Entretanto, o maior recuo dentre os principais países de destino coube a Portugal (- 80,9%), que também suspendeu as compras dos óleos brutos.

No mesmo período, o crescimento de 181,0% verificado pelos Países Baixos deveu-se sobretudo às aquisições de outros produtos metalúrgicos, como torneiras e tubos de ferro/ aço. A diminuição da produção local de veículos automotores (-41,4% no último mês do ano passado) conjuntamente com uma menor demanda do país vizinho pela mercadoria (-44,8%) exemplificaram a diminuição das exportações para a Argentina em janeiro (-51,7%)

*Ao mesmo tempo, entre os países de origem das importações fluminenses, a primazia comercial coube aos Estados Unidos, com 21,2% de representatividade e US$ 233,9 milhões em vendas. Em uma pauta bastante diversificada, destacaram-se as aquisições de “Partes de turborreatores ou turbopropulsores” (destinadas à indústria aeroespacial localizada na região serrana do Estado) e hulha. Por sua vez, a Arábia Saudita respondeu por 100,0% das exportações de petróleo leve para o Rio de Janeiro, num total de US$ 214,2 milhões – mercadoria esta a mais importante da cesta. A diminuição das importações de trigo argentino, decorrente da menor oferta local, aliada a menor demanda doméstica por automóveis importados, arrefeceram as compras fluminenses de origem argentina (- 52,8% em janeiro). Com cenário de maior crescimento dentre os principais parceiros comerciais (51,7%), da Itália avultaram as compras de óleos lubrificantes e Interferon Beta – medicamento para o tratamento de Esclerose Múltipla. Pontualmente, dentro da rubrica “Demais origens” encontram-se US$ 65,3 milhões em importações de duas caldeiras para produção de vapor destinadas à Usina Nuclear Angra I. No caso acima, segundo o Ministério do Desenvolvimento, mercadorias fabricadas no país, exportadas, beneficiadas em outro, ao retornarem, via importação, são classificadas como de origem brasileira

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