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21/03/2007 - 08:10

Parceria reintegra trabalhador à comunidade

Fundação Banco do Brasil e Fundação Western Union vão ampliar suporte às famílias de migrantes de Governador Valadares.

O Itamaraty estima em 1,3 milhão o número de brasileiros, legais e ilegais, que vivem nos Estados Unidos da América (EUA), principal destino de emigrantes. Os outros destinos importantes são o Japão e a Europa.

Segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre remessas de emigrantes, no ano passado, os brasileiros que moram fora do país enviaram US$ 7 bilhões para suas famílias, um aumento superior a 9% em relação aos US$ 6,4 bilhões remetidos em 2005.

Dar suporte às famílias dos emigrantes, contribuindo para a sua capacitação profissional, inserção no mercado de trabalho e geração de renda; paralelamente, criar condições favoráveis à reintegração social e econômica do emigrante na sua volta ao Brasil.

Ampliar a atuação do Centro de Informação, Apoio e Amparo à Família e ao Trabalhador no Exterior (Ciaat) para aumentar a geração de renda e emprego na região de Governador Valadares, que concentra o maior fluxo de brasileiros dispostos a tentar a vida no Exterior.

Brasília - Convênio entre a Fundação Banco do Brasil e a Fundação Western Union, que será assinado dia 27 de março, em Brasília, vai destinar US$ 400 mil para a implementação de sedes descentralizadas do Centro de Informação, Apoio e Amparo à Família e ao Trabalhador no Exterior (Ciaat) na região de Governador Valadares (MG). O objetivo é ampliar a geração de renda e emprego no leste do estado e beneficiar cerca de 12 mil famílias.

A assinatura do convênio trará, pela primeira vez ao Brasil, a presidente da Fundação Western Union, Luella Chavez D'Angelo, que aproveitará a viagem para se inteirar, pessoalmente, das peculiaridades e necessidades das comunidades brasileiras com grande número de habitantes morando fora do país. Luella estará acompanhada de Odilon Almeida, vice-presidente para a América do Sul da Western Union e principal responsável pelas operações da empresa no Brasil.

Migração histórica - O Ciaat foi criado em setembro de 2006, resultado de parceria da Fundação Banco do Brasil e da União Operária. A cidade mineira, conhecida por sua histórica migração para outros países, como Portugal, Canadá e, principalmente, EUA, já recebeu R$ 437 mil da Fundação Banco do Brasil em investimentos sociais.

Segundo estimativas da pesquisadora Sueli Siqueira, cerca de 40 mil valadarenses vivem nos EUA atualmente. Muitos que emigram buscam melhores perspectivas econômicas, além das facilidades das redes sociais que possibilitam a migração. A maioria emigra e sonha em voltar e comprar um imóvel ou abrir seu próprio negócio.

O aspecto positivo desse fluxo é a entrada de capital na cidade, a melhoria das condições de vida das famílias dos emigrantes e a manutenção do comércio local ativo. Em contrapartida, a movimentação de mais dinheiro gera especulação imobiliária e eleva os preços dos bens e serviços, incidindo no custo de vida local. A migração separa, ainda, famílias por prazos longos, colocando em risco a educação de filhos e a estabilidade familiar.

As novas sedes do Ciaat serão instaladas, no prazo de um ano, no entorno de Governador Valadares. Serão quatro postos, que vão atender a grupos de seis a sete municípios. "Vamos trabalhar em rede", diz o coordenador-geral do Centro, Antônio Carlos Borges Linhares, o Toninho. Ele explica que cada microrregião vai ter relação com a outra para promover a comercialização de produtos e gerar renda. Parte dos recursos do convênio será utilizada para fazer diagnósticos de potencialidades e elaborar planos de negócios para cada microrregião.

Microrregiões - As cidades foram divididas da seguinte forma: Região 1 - Açucena, Belo Oriente, Mesquita, Naque e Periquito; Região 2 - Capitão Andrade, Dom Cavati, Itanhomi, Sobrália e Tarumirim; Região 3 - Aimorés, Conselheiro Pena, Galiléia, Goiabeira, Itueta, Resplendor e Tumiritinga; Região 4 - Central de Minas, Divino, Mendes Pimentel, São Félix e São João do Manteninha; Região 5 - Governador Valadares.

Para a instalação da rede, estão sendo realizadas visitas de sensibilização e oficinas nas regiões, com a reunião de representantes de sindicatos, associações de economia solidária, igreja, prefeituras, associações comunitárias e movimentos organizados, como explica Toninho.

Para o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, a iniciativa mostra que o investimento social pode modificar a realidade e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros. Ele diz que o papel do Ciaat, que busca a oferta de oportunidades na região Leste de Minas Gerais, pode reverter a condição de exportadora de mão-de-obra para os países industrializados. Pena explica que a proposta é desenvolver ações de apoio a famílias que possuam parentes no exterior e fornecer mecanismos de inclusão social, com incentivo à entrada e permanência no mercado de trabalho no Brasil. "A migração clandestina faz parte da realidade cultural dessa região, por isso, é preciso identificar suas causas e buscar alternativas para que o trabalhador não precise se submeter a uma vida precária no exterior", conclui.

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