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03/03/2009 - 11:16

Sem recursos oficiais para financiar exportadores de carne bovina atividade pode entrar em colapso, alerta presidente da Assocon

Diante do sentimento de perplexidade que tomou conta da pecuária de corte na última semana, após o anúncio de paralisação das operações de abate e desossa nas 14 unidades do Grupo Independência Alimentos, quinto maior frigorífico do País, e da recusa, pelo menos momentânea, do governo federal em solucionar o problema de fluxo de caixa dos frigoríficos, a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) comunica sua preocupação e pedi às autoridades e órgãos do governo que atuem na resolução dessa situação, a fim de evitar o agravamento do problema, que afeta toda a cadeia produtiva.

A diretoria da Assocon reuniu-se com diretores do Independência para obter mais detalhes a respeito da situação que envolve a não liberação pelo governo federal, via BNDES, de parte dos recursos prometidos para financiamento das operações de exportação (ACC: Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio). Segundo Ricardo de Castro Merola, presidente da Assocon, é injustificável que um dos setores do agronegócio que mais empregam trabalhadores com carteira assinada no País sofra descaso nesse momento de dificuldade financeira.

“Na visão da Assocon, que acompanha de perto o histórico de crescimento e de geração de riqueza da agroindústria frigorífica exportadora brasileira, setor que nos últimos oito anos elevou nossa participação no mercado internacional de carnes processada e in natura de 8% para 25% (2,2 milhões de toneladas/ano), atingindo 180 países, não se pode admitir esse cenário atual”, argumenta Merola.

Para Juan Lebrón, diretor executivo da Assocon, as medidas para resolver essa situação precisam ser tomadas imediatamente. “É preciso criar linhas de crédito especial financiadas por bancos públicos a fim de manter equilibrada a balança de exportação de carnes, que sinaliza expressiva redução no volume”, diz.

O segundo passo, segundo o dirigente, é desburocratizar o processo de certificação dos estabelecimentos rurais para habilitar o maior número possível de fazendas à exportação ainda este ano, fato que por si geraria demanda de 400 mil toneladas de carne apenas para países da União Europeia. Juan Lebron aponta ainda para a necessidade da retomada das negociações com mercados de produtos de alto valor agregado, como Japão, Canadá, EUA e Coreia do Sul, que alegam não comprar carne brasileira por falta de um programa que estabeleça claramente os critérios de segurança alimentar e controle de febre aftosa.

O presidente da Assocon, Ricardo Merola, entende que diante das incertezas do mercado com relação ao futuro da crise de crédito e da elevação substancial nos preços do boi magro, insumo que representa entre 65% e 70% do custo total do confinamento, 2009 será um ano de perspectivas ruins de crescimento da produção de carne de maneira geral. No confinamento, onde o equilíbrio das contas é fundamental para manter o negócio saudável, já se fala em redução de até 20% no volume de gado confinado pelos associados da Assocon em relação a 2008 (549 mil cabeças).

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